Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sábado, 31 de outubro de 2020

HALLOWEEN

No Halloween entre a turma das bruxas, vampiros, múmias ou caveiras, eu ainda prefiro as travessuras de Baco.     


https://www.facebook.com/vinhosdacampanhagaucha

DRÁCULA - HQ DISNEY

Drácula de Bram Ratoker. São Paulo: Panini Comics, capa dura, 32 x 20,8 cm, color, p. 80, maio de 2020. Roteiro: Bruno Enna; Arte: Fabio Celoni e Mirka Andolfo.
 

Publicado originalmente na Itália em 1992 a HQ Drácula de Bram Ratoker recebeu uma edição luxuosa e com extras na coleção Graphic Disney da Panini Comics. 

A festa foi dos ratos e cavalos (Mickey, Minie, Pateta e Clarabela) que assumiram papéis de personagens criados por Bram Stoker. Adaptação da obra literária tem méritos, pois, manteve uma agilidade narrativa e buscou a irreverência no máximo de cenas possíveis. Confesso que devido a rabugentice da idade há um certo travamento para rir da comicidade Disney, especialmente, na versão dos mouses (sempre tive um problema com estes ratos...). Estou com vários volumes de Carl Barks e espero ainda ter a sensibilidade para apreciar histórias que considerava inteligentes e de humor infalível. O tempo passa e alguns conceitos mudam. Tomara que não todos...  

A arte foi um dos pontos altos que vale a pena observar com vagar pelo detalhismo, textura e contrate de cores. Enfim, qualidade gráfica para encher os olhos. 

A MÁSCARA DA MORTE RUBRA - HQ

 

 BATTAGLIA, Dino. A Máscara da Morte Rubra e outros contos de Poe. Porto Alegre: Figura, capa dura, p&b, 21,5 x 28cm, p.96, 2019.


Resenha da Editora Figura:

Este livro reúne dois gigantes em suas artes. Dino Battaglia, considerado um mestre entre os mestres, usa seus expressivos jogos de claro-escuro para interpretar o universo fantástico de Edgar Allan Poe, autor fundamental da literatura universal.

Em A máscara da morte rubra e outros contos de Poe — livro que traz Battaglia de volta ao Brasil depois de uma ausência de quarenta anos — você encontrará clássicos do terror como “A queda da casa de Usher” e “Ligeia”, mas também a pouco conhecida verve humorística de Poe, em histórias como “Rei Peste” e “A extraordinária aventura de Hans Pfaall”. Uma joia da narrativa gráfica do primeiro ao último quadrinho.

“Os desenhos de Battaglia têm uma forma de nobreza e refinamento que me faltam.” – Sergio Toppi

“Toda vez que admiro a arte dele, fico absolutamente impressionado.” – Frank Miller

“Battaglia era um poeta do desenho.” – Hugo Pratt


Mais uma obra publicada com o financiamento coletivo do site catarse.me e publicado pela editora Figura (Porto Alegre). O destaque é o ilustrador Dino Battaglia que é um dos grandes nomes dos quadrinhos italianos. São oito histórias publicadas entre 1968 a 1973 abarcando toda a produção de Battaglia com adaptações de Poe. 

As adaptações clássicas como "A Queda da Casa de Usher" e "A Máscara da Morte Rubra" expressam a qualidade da arte de Battaglia. Já as adaptações heterodoxas de contos humorísticos de Poe foram difíceis de ler até o final. Se o mago tradutor do sinistro que reside nos meandros da mente humana tivesse vivido de contos humorísticos ele nunca teria ficado conhecido para além do papel em sua frente. Leve flexibilidade para "A Extraordinária Aventura de Hans Pfaall" que traz uma perspectiva de ficção científica na obra de Poe.

É muito positivo organizar as publicações de certo autor em  volume sistematiza. Desta forma é possível analisar a abordagem e suas modificações ao longo do tempo. No caso de Battaglia, além da sistematização de parte de sua produção, foi publicada pela primeira vez no Brasil uma entrevista que ele concedeu não muito distante de sua morte. A entrevista permite esboçar o perfil psicológico de um dos maiores artistas dos Quadrinhos.    

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

USINA DE CANDIOTA

Em junho de 1956 chegou ao Porto Novo do Rio Grande os primeiros equipamentos para construção da Usina de Candiota (utilizando carvão mineral). Esta primeira Usina -de um complexo muito maior-, foi inaugurada em 1961. 

Jornal Rio Grande, 6 de junho de 1956. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.  

REGATAS E A NATAÇÃO

A coluna Pinceladas escrita por Floriano Beirão no jornal Rio Grande do dia 5 de fevereiro de 1954, enfatizou o papel da natação para a saúde física e mental. 

Destacou a grande frequência de praticantes de natação no Clube de Regatas Rio Grande.   


Jornal Rio Grande, 5 de fevereiro de 1954. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

O BOXEADOR - HQ


KLEIST, Reinhard (roteiro e arte).  O Boxeador: a história real de Hertzko Haft. Porto Alegre: 8 INVERSO, 24 x 17cm, capa flexível, p&b, p. 198, 2013.  


Resenha da Editora 8INVERSO:

"Narrada por Alan Scott Haft, a partir das memórias de seu pai, a obra conta a história real do polonês Hertzko Haft, e como ele sobreviveu à Segunda Guerra Mundial e aos campos de concentração, como pugilista em combates entre os prisioneiros para a distração dos oficiais alemães. Finda a guerra, A fera judia , como Hertzo ficou conhecido, emigra para os Estados Unidos, onde se torna pugilista profissional, enfrenta adversários lendários e até chega a lutar com Rocky Marciano".


Esta é a terceira HQ do alemão Reinhard Kleist que faço a leitura. Já divulguei no blog "Berlinoir" e "Johnny Cash". 

Em "O Boxeador" o direcionamento é biográfico, desenvolvendo a trajetória de vida contextualizada no projeto histórico europeu das décadas de 1930 e 1940: ascensão do nazismo e políticas de perseguição e extermínio dos judeus. 

A brutalização do meio não remete apenas a alguns personagens, mas, se difunde em diferentes setores sociais e etnias. Práticas de exploração, de sadismo, de violência cotidiana, de mecanismo de sobrevivência estão explícitos e não poupam nem o personagem principal: uma tensão ética frente aos limites da civilidade sempre estão presentes. Seja no Velho Mundo ou quando da vinda para o Novo Mundo, nos Estados Unidos, onde as máfias estão infiltradas inclusive no box. 

Interessante é trazer a discussão deste tema: os boxeadores judeus (a maioria não profissionais) que eram obrigados a lutar nos campos de concentração para não serem executados. Matar ou morrer é a dualidade permanente num ambiente doentio, sádico e de extermínio sistemático. 

Kleist é um roteirista que pesquisa historicamente os temas e busca trazer a veracidade para a trama enquanto referencial historiográfico (contextualiza o período histórico e investe na biografia) conduzido por pinceladas ficcionais. Ao fazer isto, ele deixa uma grande margem para reflexões sobre as temáticas levantadas e reflexões existenciais sobre os sentidos das práticas individuais e coletivas humanas. 

Estou adquirindo mais duas biografias escritas por Kleist: "Fidel" e "Elvis".

 Outro aspecto que quero destacar é um autor com esta qualidade narrativa e pictórica ter sido pela primeira vez no Brasil publicado em Porto Alegre pela Editora 8INVERSO.  


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

CARTÃO-POSTAL COSTUMES RIO-GRANDENSES

Cartão-postal R. Strauch, 1902. Acervo: https://www.delcampe.net/



Cartão-postal R. Strauch, 1902. Acervo: https://www.delcampe.net/
 

Um dos maiores editores do Brasil foi Ricardo Strauch da Livraria Rio-Grandense. Não conhecia este cartão-postal da série "Costumes Rio-Grandenses - Chimarrão e Um pouso".  O cartão foi enviado de Rio Grande para Budapeste no mês de agosto de 1902.  

O verso e o anverso do cartão foram reproduzidas da página https://www.delcampe.net/postcards/ onde se encontra a venda. 

ESQUINA DA MARECHAL FLORIANO COM A DUQUE DE CAXIAS

Alfredo R. Costa. O Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Livraria Globo, vol. 2, 1922. 
 

Este trecho da rua Marechal Floriano na proximidade com a rua Duque de Caxias ostentava, em 1922, uma sequência de prédios em estilo neoclássico e eclético. Era um período de transição para a decadência do comércio de exportação e importação que levou a decadência das edificações de maior porte construídas na cidade desde os meados do século XIX. 
Esta esquina, com este e outros prédios, era um dos principais cartões-postais da cidade.

BOB MARLEY - HQ

 Bob Marley: o guerreiro Rasta. V & R, 29,6 x 20,2cm, capa flexível, color, p. 76, 2012 (coleção Figuras do Rock em Quadrinhos). 


Resenha da Editora V & R: 


"Bob Marley nasceu numa Jamaica que lutava para se libertar do domínio colonial inglês, enquanto construía sua identidade social e racial em moldes indiscutivelmente parecidos com a África negra. O país desenvolveu uma cultura própria, cujas manifestações mais singulares são o reggae e a religião rastafári. 

Bob Marley foi a figura de maior notoriedade em ambas e possibilitou que a criatividade de um país periférico conquistasse relevância mundial a ponto de produzir milhões de seguidores. Este relato em quadrinhos revela sua enorme dimensão social, espiritual e artística".



Os argentinos Diego Agrimbau (roteirista) e Dante Ginevra (ilustrações) realizaram uma incursão gráfica da trajetória musical e político/religiosa de Bob Marley. 

O texto flui bem e enfatiza o papel político de Marley que através da música difundiu fundamentos da cultura Rastafári e da valorização e união dos povos africanos. Temáticas sobre a escravidão, o preconceito e o uso espiritual da maconha são recorrentes na HQ. Portanto, pautas contemporâneas com outras roupagens estão presentes. Frente a tantas demandas de temas relevantes e atuais, o músico Bob Marley, o "rei do reggae", chega a ocupar um lugar secundário frente a sua atuação mais ampla.   

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

PRIMAVERA EM TCHERNÓBIL - HQ

LEPAGE, Emmanuel (roteiro e arte). Primavera em Tchernóbil. Barueri: Novo Século Editora, 33 x 23cm, capa dura, couchet, p. 168, julho de 2020. 


Resenha da Novo Século Editora:

 "O mundo seguiu seu curso, mas muitas pessoas ficaram para trás. Descubra o que aconteceu com elas neste documentário em quadrinhos sobre tragédia e morte, pessoas e terra. E sobre o que resta depois de um desastre.

26 de abril de 1986.


O núcleo do reator da usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, começa a derreter, desencadeando o maior desastre nuclear da História. Enquanto o mundo dormia, uma nuvem carregada de radiação viajou por milhares de quilômetros em todas as direções, contaminando cinco milhões de inocentes. À época, Emmanuel Lepage tinha apenas 19 anos.


Mais de 20 anos depois, em abril de 2008, um grupo de ativistas e artistas visita Tchernóbil a fim de documentar a vida dos sobreviventes da tragédia, que vivem nas terras contaminadas. Enviado para representar paisagens brutais de desastre e a loucura do homem, Emmanuel Lepage se surpreende com a inesperada beleza que encontra naquele inóspito lugar. “Primavera em Tchernóbil” é o resultado do que ele testemunhou.
“Tive a oportunidade, pela primeira vez, de fazer uma reportagem em desenhos. Eu não vou ser apenas uma testemunha neste mundo, vou me envolver! Vou ser ativo! Um militante!


Nesta profissão, trabalhando sozinho nas minhas pranchas, muitas vezes eu tenho a impressão de estar observando o mundo através de um vidro. De estar ‘à parte’. Desta vez, eu vou sentir o mundo na pele! É um risco, eu sei... Mas tão empolgante! Eu ia descobrir as terras proibidas por onde rondava a morte.” Emmanuel Lepage



 Os quadrinhos franceses continuam me surpreendendo! 

Tive a satisfação de conhecer Emmanuel Lepage na HQ Primavera em Tchernóbil. Apresentação gráfica e formato que são só elogios. Desenho e roteiro espetaculares! 



Os tons sépias vão se colorizando ao longo da história e se faz a inversão: do fantasmagórico e chuvoso do início ocorre uma explosão de cores das naturezas em seu final. 

O texto é um relato em primeira pessoa e pontuado por reflexões existenciais: o megaevento de Tchernóbil caminha junto com a busca de sentidos da trajetória humana, de desconstruções e construções. 



Lepage trabalha com a ambiguidade dos rostos da morte e da vida frente a um mal não visível a olho nu e que a natureza reciclou mas não anulou a letalidade. Mas onde está este mal se a paisagem se recria constantemente?

A máscara utilizada para o defesa contra o "mal invisível da radiação" faz lembrar da nossa situação atual em que o "mal invisível do vírus" nos envolve e traz a apreensão frente ao potencial de perigo.  

Numa passagem o roteirista reflete: "A beleza radiante do lugar? A expressão não seria inapropriada, inconveniente, indecente até, para falar de Tchernóbil? Beleza radiante? Mas... eu fui encarregado por uma associação de testemunhar a catástrofe... Beleza radiante? Achei que vinha roçar o perigo, a morte... e a vida se impõe sobre mim!

Publicado na França em 2012 e no Brasil em 2020, considero que estamos diante de um clássico das HQs.   

CINEMA E RECLAMES

Desde o início do século XX começaram a surgir salas de cinema em Rio Grande. Teatros passam a ser adaptados para apresentações cinematográficas. Grandes salas de cinema são construídas (nas décadas de 1940-50) como é o caso do Cine Sete de Setembro e Cine Glória. 

Esta matéria do "Corujando" publicou a carta de um leitor reclamando da firma Cupello que era proprietária do "Sete" e do "Glória", as maiores salas da cidade. Era distribuído aos frequentadores um jornalzinho, Cinelândia, que divulgava os próximos lançamentos. Porém, nem sempre a divulgação refletia o filme projetado ou ocorriam problemas técnicos com as péssimas fitas. 

Não era um problema específico de Rio Grande: em Santa Maria, com frequência, a fita rompia e as luzes eram acesas várias vezes ao longo da projeção. 

Cinéfilos presenciais: quem recorda destas ocorrências? 


Jornal Rio Grande, 11 de junho de 1956. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.

CENTENÁRIO DO IHGRS

http://ihgrgs.org.br/index.html

Neste ano de 2020 o Instituto está completando o seu centenário de fundação. Além de seu acervo, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do RS é uma fonte fundamental de consulta para quem pesquisa temáticas e trajetórias historiográficas referentes a história Rio-Grandense. 

Como o meu projeto de doutoramento era sobre Historiografia do Rio Grande do Sul eu muito pesquisei no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. 

Reproduzo  texto retirado da página do Instituto e que trata do seu Centenário:    


"O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS) é uma associação civil, de caráter científico e cultural e fins não econômicos, fundada em 5 de agosto de 1920. Tem por finalidade proceder a estudos e investigações nos campos de conhecimento da História, Geografia, Arqueologia, Literatura, Linguística, Memória Social, Ciências Jurídicas e Sociais e do Patrimônio Cultural e correlatos a essas áreas, principalmente no que concerne ao Estado do Rio Grande do Sul.

É entidade que custodia acervos pessoais e institucionais; mantém biblioteca, coleção de partituras musicais, hemeroteca e mapoteca, com cerca de 100.000 títulos; fomenta a produção de massa crítica no âmbito de suas áreas de atenção; divulga a produção científica pertinente aos temas afins a seus objetivos, palestras, conferências e documentos de seu acervo e dos acervos dos IHGs sediados no Estado, através da Revista do IHGRGS, editada semestralmente, com o conceito Qualis B1 (antigo Qualis B3), de dossiês temáticos e de e-books; recupera, através de digitalização, para o acesso geral, obras, mapas e documentos raros; integra o Fórum dos Institutos Históricos e Geográficos do Estado, atualmente liderado pelo IHG de Pelotas, com o objetivo de intercâmbio, apoio mútuo e troca de consultas e informações e desenvolve atividades com vistas à promoção e proteção de bens, materiais e imateriais, do patrimônio cultural brasileiro, especialmente os situados e/ou pertinentes ao Rio Grande do Sul". http://ihgrgs.org.br/#

terça-feira, 27 de outubro de 2020

LAGO DAS MARREQUINHAS

Acervo: Museu da Cidade do Rio Grande. 


Cartão-postal do Editor José Regina mostra uma cena bucólica na Praça Tamandaré: é o "Lago das Marrequinhas" o qual tem uma longa duração temporal de convívio com a cidade.
Desde da construção do Lago na década de 1890, começou a se desenvolver as experiências de colocação de aves (gansos, marrecos, patos, cisnes etc). 

Esta fotografia é do período de 1925-1928 e assinala a presença das aves como uma referência cotidiana no centro urbano. Inclusive, com a denominação de "Lago das Marrequinhas", termo que foi sendo perdido ao longo das décadas. 

O cartão-postal comprova que as aves convivem neste espaço a mais de cem anos! 

AMIGOS DO ALHEIO

A referência, no ano de 1956, a falta de iluminação nas proximidades da praça em que estava instalado o monumento a Marcílio Dias, evidencia um problema que apresenta raízes históricas. 

Já nem se repunha mais a iluminação pois os "amigos do alheio" já roubariam. Este processo se sofisticou ao longo das décadas: além das luminárias passaram a roubar também a fiação! Os postes que se cuidem...

Jornal Rio Grande, 7 de junho de 1956. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

O PRÉDIO - RESPOSTA

Prédio da Biblioteca Rio-Grandense em 1922. Acervo: Alfredo R. da Costa, O Rio Grande do Sul (vol. 2). Porto Alegre: Livraria Globo, 1922.   

Este prédio foi construído em 1850 para sediar a Câmara Municipal. Foi adquirido no final do século 19 pela Biblioteca Rio-Grandense e recebeu, por volta de 1910, obras que modificaram o seu estilo arquitetônico. 

Esta fotografia mostra a fachada da Biblioteca Rio-Grandense em 1922. 

Necessitando ampliar o espaço frente ao seu crescimento de acervo e de consulentes, a partir de 1927, a Biblioteca iniciou novas obras que levaram a edificação do atual prédio.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

80.000


 

O Blog chegou a 80 mil acessos! 

E tem mais algum "visitante" chegando no horizonte...

CAMÉLIA

Um anúncio incomum foi publicado em fevereiro de 1862 em jornal da cidade do Rio Grande. Trata-se o desaparecimento de uma cachorrinha de nome Camélia. Estavam oferecendo uma boa gratificação para quem a entregasse na Rua do Fogo em frente a Igreja Matriz de São Pedro. 

Para nos localizar: a Rua do Fogo é a atual Rua Luiz Loréa. Como não havia o prédio dos Correios (só em 1950) as casas no trecho próximo a Rua General Neto ficavam de frente para a Igreja. Até a década de 1830 quem morasse neste trecho da Rua do Fogo observava o cemitério em frente a Igreja. Posteriormente, o espaço passa a ser ocupado para quermesses, festas, apresentações de circo, cavalinhos etc. A partir do final do século XIX o espaço começa a ser organizado para virar uma praça: o Largo Dr. Pio. Com a construção do prédio dos Correios a Praça e a paisagem mudaram completamente...  

Jornal Rio Grande, 25 de fevereiro de 1954. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

MAPA DAS FAZENDAS

Acervo: Arquivo Histórico Ultramarino - Projeto Resgate. 

 

Mapa das Fazendas povoadas de gados no Rio Grande de São Pedro (com nome dos proprietários e quantidade de animais). 

Documento datado de 13 de outubro de 1741. 

Está organizado em Fazendas da parte do Norte (da Barra) e Fazendas da parte do Sul (da Barra) atualmente municípios do Rio Grande e Santa Vitória do Palmar.  

São 32 fazendas no Norte (atual São José do Norte e outros municípios) e 12 na parte do Sul. O Mapa está dividido em baios, éguas e ovelhas. A soma total entre o Norte e o Sul foi de 22.380 baios, 24.220 éguas e 1.000 ovelhas. Um detalhe: ao Sul da Barra do Rio Grande, no ano de 1741, não havia o registro de nenhuma ovelha nas fazendas.  

O PRÉDIO


 Quem reconhece este prédio?

Amanhã será revelada a sua funcionalidade. 

domingo, 25 de outubro de 2020

CALÇADÃO E A FORMIGA

 

Acervo: Fototeca Municipal Ricardo Giovaninni. 

O calçadão da General Bacelar é uma das ruas mais movimentadas da cidade (ou a mais movimentada). 

Esta fotografia dos primórdios dos anos 1980 evidencia a sazonalidade do comércio que perdura alguns anos ou algumas décadas e sucumbem frente a novas razões sociais ou empresas. 

Na esquina observamos a Casas Buri e a poupança Fin-Hab (da formiguinha). Quem recorda? 

VISTA AÉREA

Acervo: Museu da Cidade do Rio Grande. 

 Vista aérea da cidade do Rio Grande por volta de 1980. 

Se observa a intensa verticalização do cenário urbano, processo desencadeado com maior impulso nos anos 1970 devido a construção do Distrito Industrial e do Super Porto do Rio Grande (terminais de grãos etc). Foi uma parte fundamental do projeto "Corredor de Exportações" do Governo Federal. 

A TORRE - RESPOSTA


Alfredo R. Costa. O Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Livraria Globo, vol. 2, 1922. 

 Esta fotografia foi realizada em 1922 mostrando um trecho da Rua General Osório (em primeiro plano) em direção ao prédio da Alfândega (ao fundo). 

A foto foi feita de uma torre de observação que propicia uma grande angular entre o Porto Velho e o centro da cidade. 

O que atualmente funciona neste prédio?  

É o prédio que sediava as obras dos Molhes da Barra na década de 1890 e que depois foi ocupado pela Companhia Francesa do Porto do Rio Grande a partir de 1908. Nas últimas décadas, aí funciona a Polícia Federal.   

sábado, 24 de outubro de 2020

DETALHES DE UM RETRATO

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 

Em 16 de julho de 1865 quando da chegada de D. Pedro II a Rio Grande, cerca de 6.000 pessoas se aglomeraram junto ao Cais da Boa Vista (atual Riachuelo) para receber o Imperador. 

Esta fotografia mostra alguns detalhes dos participantes no momento do desembarque de D. Pedro II. O local é o Cais da Boa Vista (atual esquina das Ruas Benjamin Constant com Riachuelo). A fotografia mostra a linha de prédios entre a esquina da Rua Benjamin Constant com Riachuelo em direção a Rua Ewbank. 

Vejamos alguns detalhes: 

Receber com música era fundamental. A banda não podia faltar numa solenidade em que Rio Grande passa a ser a capital do Brasil durante a permanência do Imperador. 


As sacadas com adornos de ferro estavam lotadas, especialmente de mulheres com seus chapéus parisienses. 

Lampião a óleo que iluminava o entorno do Cais da Boa Vista. 


Colocaram ordem na bagunça dos barris que ficavam jogados em frente as casas comerciais (visíveis em fotografias). Possivelmente, não havia espaço no interior destes comércios para colocá-los. O resultado foi um "feio arrumadinho".

Carruagem era um veículo essencial para o transporte de visitantes e autoridades. Andar a cavalo não era para todos, especialmente, aqueles vindos do Rio de Janeiro. 


Este bote é o centro das atenções! Marinheiros estão trazendo o Imperador e parte de sua comitiva. Não é uma visita festiva mas no contexto da Guerra com o Paraguai. A fronteira Oeste do Rio Grande do Sul havia sido invadida e D. Pedro estava se deslocando para acompanhar o cerco de Uruguaiana. A tensão na cidade era uma realidade: algumas horas antes um grupo de militares da guarda pessoal do Imperador desembarcou e causou um tumulto e correria: as fardas não foram reconhecidas e se imaginou que os paraguaios haviam invadido Rio Grande!




Devido a centralidade da posição em que está sentado no bote, trabalho com a hipótese de que D. Pedro II é o personagem fotografado de frente. 
Dias depois, ele fez uma fotografia em Porto Alegre no Estúdio Luiz Terragno e se percebe a semelhança, conforme fotografia abaixo:





MOLHES NA DÉCADA DE 1950

Molhes da Barra. Acervo: Museu da Cidade do Rio Grande. 

 Este cartão-postal mostrando uma vista da Barra do Rio Grande foi editado pelo "Foto Postal Colombo" empresa paulista que esteve na cidade em meados dos anos 1950. Realizaram várias fotografias aéreas. 

Os Molhes já tinha cerca de 40 anos de idade quando deste flagrante fotográfico. 

A TORRE



 Esta fotografia foi realizada em 1922 mostrando um trecho da Rua General Osório em direção ao prédio da Alfândega. 

A foto foi feita de uma torre de observação que propicia uma grande angular entre o Porto Velho e o centro da cidade. O que atualmente funciona neste prédio?  

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

TEATRO SETE DE SETEMBRO - 1859

Em fevereiro de 1859 o Teatro Sete de Setembro recebeu dois destacados artistas:a vocalista Mlle. Clariosa Cailly da Academia de Música de Paris acompanhada pelo pianista Oscar Pfeiffer. 
http://revista.brasil-europa.eu/154/Oscar_Pfeiffer_files/droppedImage-filtered_5.jpg

Obtive algumas informações sobre o pianista austríaco o qual viajou para o Rio de Janeiro em 1858 se apresentando no Teatro Lírico Fluminense e no Paço Imperial (por convite de D. Pedro II). 
Da capital do Império Brasileiro rumou para Montevidéo e Buenos Aires. Descobrimos pela matéria do jornal que ocorreu uma escala no Porto do Rio Grande. Muitos artistas que se apresentaram em Rio Grande faziam a rota do Rio de Janeiro para o Rio da Prata. No meio do caminho havia um Porto junto a Barra do Rio Grande. Para felicidade dos frequentadores, muitas vezes ocorria o desembarque na cidade e os administradores do Sete de Setembro negociavam a apresentação ou previamente já havia mantido contato (correspondência enviada por navio que partisse para a Corte).  

Nos anos seguintes, a fama de Pfeiffer se projetou e ele hoje é lembrado como um dos primeiros "pianistas modernos".  
  
Se tivéssemos um arrolamento de todos os artistas que se apresentaram em Rio Grande certamente teríamos muitas surpresas.  


Jornal Rio Grande, 20 de fevereiro de 1954. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.

TAMANDARÉ E A VARIG

 

https://www.marciopinho.com.br/peca.asp?ID=3077824

Esta seistilha de selos "Almirante Tamandaré" está com o carimbo da "VARIG" e a data de 7 de maio de 1957. No carimbo está escrito "VARIG a pioneira da aviação comercial no Brasil" e a imagem do avião Atlântico e de um avião quadrimotor dos anos 1950. 

O carimbo é comemorativo aos 30 anos da VARIG. 

Portanto, esta peça filatélica faz duas referências a cidade do Rio Grande. 

Aqui nasceu o Almirante Tamandaré em 1807 e Rio Grande teve um papel fundamental na criação da primeira empresa de aviação comercial do Brasil no ano de 1927.   

Esta seistilha foi leiloada por "Marcio Pinho Leiloeiro Público" em setembro de 2017. 

BIBLIOTECA

Interior da Biblioteca Rio-Grandense. Alfredo R. Costa. O Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Livraria Globo, vol. 2, 1922. 

 

Nada como uma pesquisa numa biblioteca repleta de preciosidades bibliográficas. 

As mesas estão repletas de jornais selecionados para a realização desta fotografia. Afinal, o primeiro Gabinete de Leitura/Biblioteca do Rio Grande do Sul precisa caprichar pois o livro vai circular por todo o Brasil. 

E circulou e sobreviveu. 

Estamos olhando para membros da Diretoria da Biblioteca Rio-Grandense que pousaram para a fotografia em 1922. E a imagem nos traz a vida que circulava pelas estantes da Biblioteca e que atraía inúmeras pessoas para seu interior. Gerações leram jornais, pesquisaram livros e estudaram na Biblioteca Rio-Grandense que oferecia cursos de formação escolar. Inclusive, as primeiras aulas do Ensino Superior em Rio Grande foram realizadas na Biblioteca. Velhos tempos... 

*Me chamou a atenção o relógio no canto esquerdo ao fundo. Na Biblioteca existe um relógio muito parecido com este... Boa pesquisa é investigar se é o mesmo relógio da foto... 

A PRAIA - RESPOSTA

Acervo: Alfredo R. Costa. O Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Livraria Globo, vol. 2, 1922. 

Esta turma sobreviveu a Gripe Espanhola de 1918 e está aproveitando tudo o que pode do veraneio de 1922. 

A pergunta que faço: são veranistas no Cassino ou em outra praia do Rio Grande do Sul?

Respondendo: aquela rocha não é dos Molhes! Não é a Praia do Cassino! É o litora norte: a Praia de Torres. 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

A PRAIA

 


Esta turma sobreviveu a Gripe Espanhola de 1918 e está aproveitando tudo o que pode do veraneio de 1922. 

A pergunta que faço: são veranistas no Cassino ou em outra praia do Rio Grande do Sul?