Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sexta-feira, 31 de março de 2023

BROMBERG EM 1913

Jornal Echo do Sul, 28-05-1913. Acervo: Luiz Henrique Torres. 

 A Bromberg & C. utilizou sistematicamente os jornais da cidade do Rio Grande para anunciar os seus inúmeros produtos. 

Em 28 de maio de 1913 a Secção de Varejo preparava os consumidores para o inverno daquele ano: lãs para bordar e estufas "a gás e a kerosene". 

quinta-feira, 30 de março de 2023

LIVRARIA UNIVERSAL

 

Etiqueta em obra de 1897. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

Etiqueta em obra de 1896. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 


A Livraria Universal foi fundada em Pelotas em 1887 pelos irmãos Carlos e Guilherme Echenique. Em 1917 adquire os direitos comerciais da Livraria Americana. 

Foram reproduzidas etiquetas da Livraria Universal coladas na capa de almanaques franceses do final do século XIX. 

A etiqueta abaixo, insere Rio Grande ao lado de Porto Alegre como filiais. Ou seja, em 1897 a Livraria Universal está atuando também em Rio Grande. 

Etiqueta em obra de 1897. 


quarta-feira, 29 de março de 2023

BROMBERG E OS AUTOMÓVEIS

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 

O jornal Echo do Sul de 3 de maio de 1913 publicou este anúncio da Secção de Machinas da Bromberg & C. 

A Bromberg está vendendo os automóveis alemães da montadora Protos-Automobile produzidos em Berlim. 

O governo brasileiro escolheu, em abril de 1908, a Protos para montar a primeira frota de automóveis oficiais do Brasil. O modelo era o 17/35 PS Landaulet. O Rio de Janeiro viu os quatro carros luxuosos e pesados circularem por suas ruas levando autoridades governamentais. 

O mais famoso destes carros foi o utilizado pelo Barão do Rio Branco e hoje faz parte do acervo do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. 

Será que em Rio Grande um destes carros foi vendido? 

terça-feira, 28 de março de 2023

DENTISTA EM 1906

 

O Tico-Tico, 2-5-1906. Acervo: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=153079&pagfis=325


No jornal O Tico-Tico de 2 de maio de 1906, temos uma ideia do que era ir ao dentista nos primórdios do século passado. 

O uso do éter -que era inalado pelo paciente-, é da década de 1840. A anestesia injetável - de caráter local-, só surge por volta de 1910. 

Ir ao dentista era atuar num filme de horror. Ou ainda é...

segunda-feira, 27 de março de 2023

TORRE DA ALFÂNDEGA

Fotografia: Luiz Henrique Torres. 

 

A torre da Alfândega se destaca tendo em sua frente a Lagoa dos Patos que se estende até a margem oposta em São José do Norte. Mais ao fundo o céu parece tocar na península arenosa do Norte que em sua outra extremidade é acariciada pelas águas do Oceano Atlântico. 

Este é um ponto essencial para o georefenciamento da evolução histórica do Porto Velho. A inauguração do prédio da Alfândega e de sua portentosa torre foi em 1879. As mais importantes fotografias panorâmicas de Rio Grande foram feitas deste local e muitas, rodaram o mundo, no formato dos cartões postais a partir dos primórdios de 1900. 

domingo, 26 de março de 2023

PARIS NA AMÉRICA

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 
 

A edição de O Intransigente de 5 de janeiro de 1912 traz o anúncio da loja "Paris na América". A disputa pelo mercado consumidor está acirrada como se constata no teor do anúncio. A loja promete ser a mais barateira e com produtos de qualidade. Supostamente, diferente da concorrência... 

sábado, 25 de março de 2023

RIO GRANDE EM 1913

Acervo: http://memoria.bn.br/pdf/313394/per313394_1913_B00069.pdf

 

Duas fotografias de prédios da cidade do Rio Grande foram publicadas no Almanak Laemmert para o ano de 1913: Intendência Municipal e Hospital Beneficência Portuguesa. 

Este Almanak era o de maior circulação no Brasil. 

ALBINO CUNHA

 

Acervo: http://memoria.bn.br/pdf/313394/per313394_1913_B00069.pdf

Anúncio de página inteira no Almanak Laemmert para 1913: Moinho Rio-Grandense e Moinho Pelotense. 

O empresário Albino Cunha, desde o final dos 1800, estabeleceu uma fábrica de moagem farinhas na cidade do Rio Grande. Os resultados foram tão positivos que surgiram empreendimentos em Porto Alegre e Pelotas. 

sexta-feira, 24 de março de 2023

CASAS COMERCIAIS EM 1914

Acervo: http://memoria.bn.br/pdf/313394/per313394_1914_B00070.pdf

 

Anúncio publicado pelo Almanak Laemmert para 1914 com as "principais casas comerciais" da cidade do Rio Grande. 

Em destaque os comércios (A Esmeralda e a Gaúcha) de Carlos Alberto Cuello que deixou um legado arquitetônico em Rio Grande: o sobrado no estilo liberty italiano (de Toscana) na Av. Rio Grande no Balneário Cassino. 

O Bazar Francez de C. Bhule e a Fábrica de Charutos Poock que se difundiu em termos nacionais. 

quinta-feira, 23 de março de 2023

TRAJETÓRIA DE NAPOLEÃO

Acervo: Luiz Henrique Torres. 


 Mini folha filatélica com a "História de Napoleão" emitida pela República de Guiné Equatorial no ano de 1974. 

São 16 selos com iconografias de batalhas e acontecimentos relevantes na trajetória do militar e estadista Napoleão Bonaparte (1769-1821) que redesenhou o mapa das fronteiras na Europa e em parte da Ásia e do norte da África. 

Quando invadiu e conquistou militarmente a Espanha e Portugal, a família real portuguesa se viu obrigada a fugir para o Brasil (1808) fazendo com que a Colônia se tornasse a sede da Metrópole. O pacto colonial passou a ser questionado num ritmo cada vez mais intenso até a Independência do Brasil em 1822. 

Várias cenas da trajetória militar de Napoleão foram contempladas, inclusive, a Batalha das Pirâmides (1798) ocorrida em Gizé no Egito. 


MÁQUINA FOTOGRÁFICA

O Tico-Tico, 18-4-1906. Acervo: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=153079&pesq=&pagfis=294


Esta charge foi publicada em 18 de abril de 1906 no jornal O Tico-Tico editado no Rio de Janeiro. 

Nos primórdios da fotografia esta técnica poderia parecer sobrenatural ao captar a imagem de uma pessoa e perpetuar por tempo indeterminado o fragmento de vida de um segundo da existência humana. A fotografia mais antiga conhecida, foi obtida por Joseph Niépce em 1826:  quase dois séculos no passado. 
Porém, em 1906, já não causava mais estranheza e as fotografias eram relativamente rápidas. 

O roteiro da charge é muito interessante: a câmara provocou "alucinações" no paranoico sr. Pancrácio que viu a máquina se transformar numa monstruosa aranha. Cenário característico dos escritos de ficção científica distópica de Kafka (só publicou A Metamorfose em 1915) e no horror cósmico de Lovecraft (que só começaria a publicar em 1917).

Portanto, a charge acima, que buscava a comicidade, precedeu os dois clássicos da literatura de horror.  

quarta-feira, 22 de março de 2023

O TICO-TICO

 

O Tico-Tico, 28-3-1906. Acervo: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=153079&pesq=&pagfis=254

Este é um exemplo do humor relativo as traquinagens realizadas pelas crianças nos primórdios dos 1900. 

É uma página do primeiro "jornal das crianças" editado no Brasil: O Tico-Tico publicado no Rio de Janeiro. 

Esta edição é de 28 de março de 1906.  




terça-feira, 21 de março de 2023

COMÉRCIO EM 1914

http://memoria.bn.br/pdf/313394/per313394_1914_B00070.pdf

 

Anúncio de página inteira no Almanak Laemmert para 1914. 

Este Almanaque era o de maior circulação na esfera comercial brasileira. 

A predominância dos anúncios ainda está na vocação marítima da cidade: o comércio de exportação e importação. 

BOPP

Acervo: http://memoria.bn.br/pdf/313394/per313394_1913_A00069.pdf

 

Anúncio no Almanak Laemmert para 1913 traz um anúncio da Fábrica de Cerveja e Gelo Bopp. 

É uma das cervejarias estabelecida em Porto Alegre que se destacou no Rio Grande do Sul. Foi fundada em 1881 e se fundiu com a Ritter e Sassen para constituir a Cervejaria Continental em 1924. 

domingo, 19 de março de 2023

ENTARDECER

 Entardecer de hoje. 

Mais um dia escaldante que não poupou nem o último dia do verão. O calor massacrou até os 49 minutos da segunda etapa. Pior que ainda quer jogar uma prorrogação outono a dentro. 

A cauda da baleia indica a direção para o pernoite das aves.



Acervo: Luiz Henrique Torres. 



CINEMA AO AR LIVRE

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

Este anúncio do dia 5 de abril de 1913 do jornal Echo do Sul confirma que o restaurante instalado no Parque (estação de onde partiam/chegavam os trens do Balneário Cassino) estava sistematicamente realizando o "Cinema ao ar livre".

O horário era entre 7 e 9 da noite nas terças, quintas, sábados e domingos. Esta é uma das mais antigas experiências de Cinema ao ar livre no Brasil! 

sábado, 18 de março de 2023

BANCO DA PROVÍNCIA EM 1914

Almanak Laemmert para 1914. Acervo: http://memoria.bn.br

O Banco da Província, fundado em 1858, foi uma referência financeira na Província/Estado do Rio Grande do Sul. 

Sua filial em Rio Grande foi instalada no belíssimo prédio da fotografia. Ficava localizado nas esquinas das ruas Marechal Floriano com Benjamin Constant. 

sexta-feira, 17 de março de 2023

LLOPART & CIA

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

Rio Grande teve uma fábrica de alpargatas e sapatos masculinos e femininos!

Era a empresa Llopart & Cia com a marca "Brasileira". 

Três fotografias do interior da fábrica foram reproduzidas neste anúncio publicado no jornal Echo do Sul do dia 7 de setembro de 1922. 

quinta-feira, 16 de março de 2023

TELHADOS DE PARIS

 

https://www.conexaoparis.com.br/wp-content/uploads/2015/02/telhados-paris-000000.jpg

    A música "Telhados de Paris" lançada em 1988 por Nei Lisboa. Na época ele morava num apartamento no bairro Menino Deus em Porto Alegre e observava, um casario de telhas francesas em meio a tanto concreto de outros prédios. O casario solitário foi a inspiração para o título da música. 

    A belíssima letra é a seguinte:

"VentaAli se vêAonde o arvoredo inventa um balletEnquanto invento aqui pra mimUm silêncio sem fimDeixando a rima assimSem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruzE uma paisagem tão comumTelhados de ParisEm casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aquiMas tem no outono uma luzQue acaricia essa dureza cor de giz
Que mora ao lado e mais parece outro paísQue me estranha mas não sabe se é felizE não entende quando eu grito
Eu tenho os olhos doidosDoidos, doidos, doidos, doidos, doidos, doidos, doidosMeus olhos doidos, doidosDoidos, doidos, doidos, doidos são doidos por ti
O tempo se foiHá tempos que eu já desistiDos planos daquele assaltoE de versos retos, corretos
O resto da paixão, regueiVai servir pra nósO doce da loucura é teu, é meuPra usar à sós
VentaAli se vêAonde o arvoredo inventa um balletEnquanto invento aqui pra mimUm silêncio sem fimDeixando a rima assimSem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruzE uma paisagem tão comumTelhados de ParisEm casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aquiMas tem no outono uma luzQue acaricia essa dureza cor de giz
Que mora ao lado e mais parece outro paísQue me estranha mas não sabe se é felizE não entende quando eu grito
Eu tenho os olhos doidosDoidos, doidos, doidos, doidos, doidos, doidosJa viMeus olhos doidosDoidos, doidos, doidos, doidos, doidos, doidosSão doidos por ti
Eu tenho os olhos doidosDoidos, doidos, doidos, doidos, doidosJa viMeus olhos doidosDoidos, doidos, doidos, doidos (Nei Lisboa)".


    Do outro lado do Oceano Atlântico o governo francês está buscando junto a UNESCO que os Telhados de Paris se tornem patrimônio mundial. 

    Em meados do século XIX o imperador Napoleão III implementou reformas urbanas em Paris sob o comando do Barão Haussmann. Muitos prédios passaram a ser construídos com telhados de zinco ou ardósia e proliferaram sótãos com claraboias. O conjunto deixou os telhados com o padrão da cor cinza ou esverdeado com elementos arquitetônicos que artistas como Cézanne, Vincent van Gogh e Paul Verlaine reproduziram em suas obras. A legislação francesa garante que os telhados devem ser construídos ou restaurados mantendo o padrão original. Este cenário acinzentado é um dos cartões-postais de Paris. Uma inspiração para poetas, pintores, músicos e turistas. 


Link para escutar a música:

https://www.youtube.com/watch?v=pcmoJ9iCWbc&list=RDp_uZVawaGHg&index=12

quarta-feira, 15 de março de 2023

CASSINO NO CINEMA EM 1913

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 

O Echo do Sul do dia 4 de abril de 1913 traz uma informação que eu desconhecia sobre uma filmagem realizada em Rio Grande. Infelizmente, é uma das inúmeras películas que não chegaram ao tempo presente. Ressalte-se: devem ser as primeiras filmagens da Praia do Cassino!

A matéria se refere "a praia do Cassino, com todo o seu movimento e alegria, banhistas, chegada do trem desta cidade, passeios na praia, danças de crianças etc". 

O Echo do Sul considera que este modelo de documentário que foi chamado de atualidades e "se trata da estreia da indústria nacional no gênero". 

A produção é da Guarany filmes fundada em Pelotas em 20 de setembro de 1912. O ator e diretor português Francisco Santos produziu o primeiro longa metragem do Brasil e se voltou a documentar cenas do cotidiano e filmes com homicídios: foi o caso de "O Crime dos Banhados".

Estas fitas com três curta metragem foram exibidas em Pelotas no cinema Ponto Chic. 

Em Rio Grande, no dia 5 de abril foi exibida no Cinema Rio Branco. 

Que documento histórico visual teríamos hoje se a película tivesse sobrevivido!


terça-feira, 14 de março de 2023

NOSFERATU



Acabei de receber o livro Nosferatu da Editora Sebo Clepsidra. A obra foi financiada em campanha  do Catarse. Apenas lamentei que o nome dos financiadores não foi impresso no final do livro. Deixar o nome impressa nesta preciosidade seria ótimo. 



O livro é primoroso em conteúdo e qualidade gráfica. Edição belíssima e, no meu pacote completo, com cartões-postais, cartaz, marca página e ecobag. Parabéns aos organizadores e a todos que participaram da edição. 



O livro é baseado na novelização de 1925 realizado por Hughes Chelton a partir do filme alemão Nosferatu - uma Sinfonia do Horror (1922). 

O Expressionismo Alemão teve um dos seus pontos mais elevados nesta produção dirigida por F.W. Murnau, um dos gênios do cinema mudo. 

Obra magnífica para estar na estante e ser lida com muita calma e prazer. 

*Todas as imagens aqui reproduzidas são de propriedade da Editora Sebo Clepsidra. 




 

EGITO - MUMIFICAÇÃO

Processo de mumificação. Coleção Salvat  Cenas do Antigo Egito. Ao fundo o cenário de Assassins Creed Origins. Acervo: Luiz Henrique Torres.

O Egito está localizado entre o nordeste da África e o sudoeste da Ásia. É um país banhado pelo Mar Mediterrâneo e cortado de sul a norte pelo Rio Nilo. Devido ao deserto do Saara, apenas 5,5% da área do atual Egito pode ser ocupada: as imediações do Rio Nilo.

No Egito floresceu um dos berços da civilização com ocupação humana desde 10.000 a.C. Tribos passaram a ocupar o Vale do Rio Nilo a partir de 6.000 a.C. desenvolvendo práticas agrícolas e construindo as primeiras edificações. Estas tribos do Alto e Baixo Nilo são unificadas em 3.100 a.C. dando início ao período faraônico que se estende, ao longo de 30 dinastias, até o século III a. C.

Nas margens do Nilo se desenvolveu a agricultura e a criação de animais.  Um intenso comércio de produtos agrícolas e de artesanato caracterizou a economia. Politicamente o regime político era a monarquia teocrática e a centralização do poder estatal se concentrava no faraó. A religião era politeísta e fundada no antropozoomorfismo. A sociedade se voltava a vida após a morte com ritualizações complexas e a preservação do corpo físico. A mumificação dos cadáveres e o pesado investimento em necrópoles, deram origem a estruturas arquitetônicas de técnicas avançadas e intervenções artísticas primorosas. Algumas destas estruturas sobreviveram aos milênios e hoje permitem conhecer alguns capítulos da história egípcia: um exemplo são as pirâmides de Gizé e Sakara.


UNIÃO FABRIL EM 1914

Acervo: http://memoria.bn.br/pdf/313394/per313394_1914_B00070.pdf

 

A primeira grande indústria do Rio Grande do Sul foi fundada em 1873. A Rheingantz alcançou, em poucos anos, projeção nacional na produção têxtil. 

Em 1891 passou a se chamar Companhia União Fabril e no ano de 1914 era composta por uma Fábrica Nacional de Tecidos de Lã; Fábrica de Algodões Rio-Grandense; Fábrica de Aniagens Rio-Grandense. 

A fotografia mostra a administração da empresa e a porta de entrada/saída dos cerca de 1.000 funcionários (a maioria mulheres tecelãs) que se dirigiam aos inúmeros teares distribuídos nos pavilhões que se estendiam em direção ao Saco da Mangueira. 

segunda-feira, 13 de março de 2023

NAVEGAÇÃO EM 1914

Almanak Laemmert para 1914. Acervo: http://memoria.bn.br/pdf/313394/per313394_1914_B00070.pdf


Quem ficava mareado ao fazer uma viagem fluvial ou marítima tinha sérios problemas quando as águas eram o principal ou, por vezes, o único meio de deslocamento entre  cidades.   

Viajar em diligências (restrita área de abrangência), de trem (poucos ramais) ou, excepcionalmente (pela falta de estradas) utilizar automóveis, foram conquistas lentas e limitadas. 

Em 1927 chegou o hidroavião mas era muito caro e ligava um número muito restrito de localidades (como a Linha da Lagoa entre Rio Grande-Pelotas-Porto Alegre). 

Viagens mistas eram as mais comuns com trem e depois diligência. 

Desde o ano de 1500, a viagem em embarcações é o meio essencial para os deslocamentos da Europa e entre as capitanias/províncias brasileiras. O investimento neste modal era o mais consistente. Ao longo do século XX o trem, o avião e o automóvel/ônibus mudarão este cenário... 

Porém, em 1914, viajar de navio ainda era o meio mais eficiente que interligava várias localidades do Rio Grande do Sul. No caso da cidade do Rio Grande, era a forma mais rápida (e viável) de cruzando a Lagoa dos Patos chegar até Porto Alegre.  Era também o deslocamento mais ágil até Santa Vitória do Palmar e Jaguarão via Lagoa Mirim. 

Conforme o Almanak Laemmert para 1914, entre Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas, Jaguarão e Santa Vitória operavam os vapores Juncal, Mirim e Brasil de propriedade de Augusto Leivas & Comp. 

Cada um destes vapores fazia três viagens mensais entre Rio Grande e Porto Alegre, Rio Grande e Santa Vitória e Rio Grande e Jaguarão. Os vapores faziam o caminho de volta também em três dias do mês. 

Era necessário se organizar muito bem pois a viagens diárias (de ônibus) não passavam de uma ficção. 

domingo, 12 de março de 2023

HOTEL PARIS EM 1922

 

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

O mais tradicional hotel da cidade do Rio Grande passou por várias administrações desde o século XIX. 

Em 1922, o Hotel Paris, conforme anúncio publicado no jornal Echo do Sul do dia 7 de setembro, era gerenciado por Aventin Mondino. 

sábado, 11 de março de 2023

SOCIEDADE PROTETORA DOS ANIMAIS

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

O Echo do Sul do dia 4 de abril de 1913 publicou trechos do Código de Posturas do Município do Rio Grande. O tema central é relativo aos animais na área urbana. O título é Sociedade Rio-Grandense Protetora dos Animais e as posturas tenta disciplinar a presença de animais e o uso deles como tração nos bondes etc. No período estava em transição a implementação de bondes elétricos e o abandono do uso de animais. 
Cães que fossem vagando e sem licença na coleira seriam "exterminados" pela Intendência Municipal. 

Percebemos que a disciplinarização tem mais de cem anos e em 2023 as ruas da cidade do Rio Grande estão repletas de cães e gatos abandonados. As carroças, por vezes, obrigam os cavalos a suportar sobrecarga de peso etc. 

A proteção aos animais segue como um desafio obscuro. 

sexta-feira, 10 de março de 2023

PENSÃO FAMILIAR

Almanak Laemmert para 1891. Acervo: Biblioteca Nacional RJ. 
 

Quem pretende viajar familiarmente para o Rio de Janeiro uma boa opção de estadia é na Casa de Pensão Familiar localizada na Rua do Areal 8. 

A facilidade para deslocamento até o centro da capital federal é que o bonde passa em frente ao estabelecimento. 

Estamos no ano de 1891 e os maiores avanços da modernidade estão no Rio de Janeiro. 

quinta-feira, 9 de março de 2023

CARIMBO DE 1886

Acervo: Luiz Henrique Torres. 

 

Carimbo da agência dos Correios da cidade do Rio Grande do dia 31 de julho de 1886. Estamos no Brasil Império!

Este selo de cem réis em papel vergé (estriado) lilás cinza pálido foi lançado em 3 de outubro de 1885.

A qualidade do carimbo felizmente é melhor que a do selo que foi emitido na Casa da Moeda do Brasil. Com o tempo a imagem foi se apagando. Supostamente, foi proposital utilizar um "papel frágil e tintas de fácil descoramento para evitar o aproveitamento dos selos já servidos e proteger o Correio contra a fraude" (Catálogo de Selos do Brasil 2017 (1843-2016).RHM, p. 22. 

BONO - 2 ANOS


 


Um cão franzino e esquálido apareceu no pátio. 

Exatamente quando se pensava em comprar um cachorro: seria um beagle, um akita. A discussão foi abreviada pois surgiu um nobre viralata. E que viralata...  

Se realmente era a cara metade do casal ele caminharia até o supermercado e retornaria junto.  Parece inacreditável mas nas imediações do supermercado havia um senhor distribuindo ossos para vários cães. Obviamente quando saíssemos das compras com um pacote de ração ele já teria desaparecido. E, inacreditavelmente, ele estava parado na porta esperando e retornou até a casa junto. Não havia dúvida que ele escolheu o seu lar. 

O entusiasmo trouxe a ideia do primeiro banho (e talvez o último pois ele odiava banhos). 

Ele tinha tanto medo que se escondia na parede dos fundos da casa. Temia alguma agressão da rua ou tentava ficar o mais longe possível do portão para não ser convidado a ir embora?

O tempo passou e ele criou confiança  se tornando o cão de guarda que era onipresente dentro e fora da casa. 

Por uma década ele viu a casa crescer e muitas coisas acontecerem. Dias de sol e de tempestade. Ele esteve presente em todas as modificações e conquistas. Comia as plantas no pátio e pulava nos braços a noite para dançar ao som do pop rock. 

O tempo passou e nem percebemos que ele envelheceu. Que todos envelheceram... Parecia que o tempo era sempre harmônico e amigo. Mas era uma ilusão. A transitoriedade física demarcada pelo tempo foi cruel com o eterno jovem cão. 

O melhor amigo que parecia tão jovem estava muito cansado. E o pior é que ele não deu pistas disto. 

Do pequeno cãozinho esquálido ele ficou um poderoso vira-lata e retornou num piscar de olhos para a passeidade dos braços da mãe terra. 




quarta-feira, 8 de março de 2023

BISCOITOS LEAL SANTOS



Jornal Echo do Sul, 7-7-1922. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

A fama dos biscoitos ou "biscoutos" Leal Santos transcenderam a fábrica nas proximidades da Rua Aquidaban (em Rio Grande) e chegaram a inúmeras cidades brasileiras.

 Um forte centro de consumo foi a capital federal o "Rio de Janeiro" que passou a consumir o produto desde o início dos 1900 e ditava a moda nacional. 

O pesado investimento em anúncios nas principais revistas do Rio de Janeiro foi decisivo para a divulgação dos biscoitos. 

O objetivo era entrar no mercado das famosas bolachas europeias e vender pela metade do preço.  

terça-feira, 7 de março de 2023

CINEMA EM 1922



Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 O jornal Echo do Sul de 7 de setembro de 1922 evidencia que o cinema em Rio Grande estava sob controle das empresas Gaudio & Companhia e Gaudio, Bianchini & Companhia. 

O Ideal Concerto, Victol Cinema, Cine Parisiense, Cine Guarany e o Teatro Sete de Setembro eram propriedades destas empresas. 

O diretor e sócio-gerente Angelo Gaudio foi reproduzido na fotografia do anúncio publicado no dia em que se comemorava o centenário da Independência do Brasil. 

segunda-feira, 6 de março de 2023

200.000 ACESSOS

 

Fotografia: Luiz Henrique Torres. 

Nesta noite assustadora de Lua Cheia de março o blog está completando, conforme o cronômetro, a marca de 200.000 acessos. 

O pinus elliottii tem em sua cabeça a lua que está refletindo a a luz solar e trazendo uma tênue iluminação para o cenário gótico. As nuvens projetadas do Oceano Atlântico passam rapidamente por este conjunto de luz e sombra de uma noite de verão cuja estação ruma para o ocaso.

ETS

 


Devo confessar que tive algumas dúvidas! Um pressentimento de que algo fora do controle pudesse acontecer. Uma sensação de estranheza com um leve temor sem explicação racional. Porém, a tentação foi maior e acabei comprando: como não ter em casa um "ET para chamar de meu"? 

Colocá-lo junto a palmeira, parcialmente escondido pelas plantas, impactaria menos ao olhar aquela figura baixa, verde, de grandes olhos e boca pequena. 

Edgar Allan Poe não resistiria em conviver com um deles. Os olhos negros e grandes poderiam se tornar uma obsessão para o escritor maldito. Mas isto seria ótimo pois o levaria a escrever cada vez mais contos fantásticos e sobrenaturais... 

Tudo parecia bem no novo lar até o ET ser "abduzido pelas plantas"! Simplesmente sumiu do local em que o coloquei. Revirei todo o entorno e estendi a busca para todo o jardim e nada encontrei. 

Na mesma hora relacionei que o intenso clarão que se projetou do pátio na madrugada de temporal não era um raio... Vieram buscá-lo? Terá sido um prenúncio da Guerra dos Mundos de H.G. Wells? 

Tripods no filme Guerra dos Mundos, 2005. 

Pensei o que estaria por trás da produção em série de milhares de ETs que estão sendo avidamente vendidos nesta terra farroupilha. Um exército deles já está entre nós. 

Casulos que nasceram. Na base da palmeira onde ficava o ET que desapareceu. 

Em meio a tantos pensamentos me faltou olhar para o óbvio: a palmeira. A cena do filme Vampiros de Almas com os casulos repletos de Dna dos invasores não era ficção cinematográfica: estava há dois metros da minha cabeça! E eram muitas bolinhas com aspecto repugnante. Cada uma poderia se transformar num casulo maior que replicasse um ser humano? Se eles se desenvolvessem o bairro seria controlado rapidamente. E o bairro normalmente é tão abandonado como as ruas do filme Halloween: nem adianta correr em busca de ajuda. 


Vampiros de Almas, 1956. 

E a que custo para nossa espécie eles nos dominariam? Usariam o nosso corpo para se misturarem a outros humanos ou nos drenariam como gulosos vampiros? 

E logo raciocinei que era apenas a primeira etapa antes da chegada dos temíveis tripods como no filme A Guerra dos Mundos adaptado de Wells.

Neste caso estaríamos diante da grande invasão dos ETs e Elon Musk e o Starlink não é a explicação para as luzes no céu de Porto Alegre e do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Foi só uma tirada de foco de um cenário pré-apocalíptico. Eles inclusive já cooptaram parte da mídia. Ou talvez a mídia sempre foi extraterrestre?

Depois de milhares de anos de visitas eles vieram para organizar a bagunça humana planificando tudo com sua carga genética homogênea. Psiquicamente não possuem qualquer emoção ou afetividade. O sentido da vida é a manutenção da espécie e a serialização biológica e cultural. 

Porém, resgatei um pouco da sanidade e pairou a dúvida:  será que os ETs são apenas peças de cimento que ficam passeando até na carona de caminhões? 

Talvez, os meus pensamentos sinistros foram construídos pelo fruto de uma imaginação fundada na ficção científica do cinema dos anos 1950. A Guerra Fria explicaria a neurose. 

Se for esta a explicação ainda persiste a pergunta: onde foi parar o meu ET? 

Na dúvida não vou dormir nos próximos dias e vou ficar com os olhos arregalados observando o crescimento dos frutos do casulo extraterrestre. Não posso me entregar aos braços de Morfeu, pois, ao despertar poderei estar paralisado e ter a visão de dois grandes olhos negros que me observam de forma gélida e sem expressão. 

Para quem não acredita este é um pequeno grupo que fotografei nas proximidades do
Balneário Cassino.