Devo confessar que tive algumas dúvidas! Um pressentimento de que algo fora do controle pudesse acontecer. Uma sensação de estranheza com um leve temor sem explicação racional. Porém, a tentação foi maior e acabei comprando: como não ter em casa um "ET para chamar de meu"?
Colocá-lo junto a palmeira, parcialmente escondido pelas plantas, impactaria menos ao olhar aquela figura baixa, verde, de grandes olhos e boca pequena.
Edgar Allan Poe não resistiria em conviver com um deles. Os olhos negros e grandes poderiam se tornar uma obsessão para o escritor maldito. Mas isto seria ótimo pois o levaria a escrever cada vez mais contos fantásticos e sobrenaturais...
Tudo parecia bem no novo lar até o ET ser "abduzido pelas plantas"! Simplesmente sumiu do local em que o coloquei. Revirei todo o entorno e estendi a busca para todo o jardim e nada encontrei.
Na mesma hora relacionei que o intenso clarão que se projetou do pátio na madrugada de temporal não era um raio... Vieram buscá-lo? Terá sido um prenúncio da Guerra dos Mundos de H.G. Wells?
Tripods no filme Guerra dos Mundos, 2005. |
Pensei o que estaria por trás da produção em série de milhares de ETs que estão sendo avidamente vendidos nesta terra farroupilha. Um exército deles já está entre nós.
Casulos que nasceram. Na base da palmeira onde ficava o ET que desapareceu. |
Em meio a tantos pensamentos me faltou olhar para o óbvio: a palmeira. A cena do filme Vampiros de Almas com os casulos repletos de Dna dos invasores não era ficção cinematográfica: estava há dois metros da minha cabeça! E eram muitas bolinhas com aspecto repugnante. Cada uma poderia se transformar num casulo maior que replicasse um ser humano? Se eles se desenvolvessem o bairro seria controlado rapidamente. E o bairro normalmente é tão abandonado como as ruas do filme Halloween: nem adianta correr em busca de ajuda.
Vampiros de Almas, 1956. |
E a que custo para nossa espécie eles nos dominariam? Usariam o nosso corpo para se misturarem a outros humanos ou nos drenariam como gulosos vampiros?
E logo raciocinei que era apenas a primeira etapa antes da chegada dos temíveis tripods como no filme A Guerra dos Mundos adaptado de Wells.
Neste caso estaríamos diante da grande invasão dos ETs e Elon Musk e o Starlink não é a explicação para as luzes no céu de Porto Alegre e do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Foi só uma tirada de foco de um cenário pré-apocalíptico. Eles inclusive já cooptaram parte da mídia. Ou talvez a mídia sempre foi extraterrestre?
Depois de milhares de anos de visitas eles vieram para organizar a bagunça humana planificando tudo com sua carga genética homogênea. Psiquicamente não possuem qualquer emoção ou afetividade. O sentido da vida é a manutenção da espécie e a serialização biológica e cultural.
Porém, resgatei um pouco da sanidade e pairou a dúvida: será que os ETs são apenas peças de cimento que ficam passeando até na carona de caminhões?
Talvez, os meus pensamentos sinistros foram construídos pelo fruto de uma imaginação fundada na ficção científica do cinema dos anos 1950. A Guerra Fria explicaria a neurose.
Se for esta a explicação ainda persiste a pergunta: onde foi parar o meu ET?
Na dúvida não vou dormir nos próximos dias e vou ficar com os olhos arregalados observando o crescimento dos frutos do casulo extraterrestre. Não posso me entregar aos braços de Morfeu, pois, ao despertar poderei estar paralisado e ter a visão de dois grandes olhos negros que me observam de forma gélida e sem expressão.
Para quem não acredita este é um pequeno grupo que fotografei nas proximidades do Balneário Cassino. |
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