Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sábado, 30 de setembro de 2023

TEX - 75 ANOS

 

Mythos Editora.

Mythos Editora.

Mythos Editora.


Mythos Editora.

Tex edição 647, setembro 2023. Mythos Editora. 




https://www.lojamythos.com.br/hq-s/assinatura-tex-4-meses-setembrodezembro

Recebi hoje a primeira de quatro remessas de uma experiência de assinaturas da revista Tex que está sendo implementada pela Mythos Editora. 

Nota dez o material e estou fazendo a divulgação aqui no blog. O personagem neste dia 30 de setembro está completando 75 anos de vida. É extraordinário que depois de tantas décadas ainda se faça o lançamento de colecionáveis e revistas de qualidade. Pode ser uma projeção de longevidade garantindo que mais uma geração possa conhecer Tex e seus pards. Para isto, é necessário divulgar as iniciativas (como a da Mythos Editora) e plantar o espírito da leitura dos quadrinhos entre os jovens leitores. 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

ABRIGO DE BONDES NA LUIZ LORÉA

Acervo: Luiz Henrique Torres. 

 Cartão-postal fotográfico mostrando o abrigo de bondes ou abrigolândia na década de 1950. 

O baixíssimo movimento de automóveis permitia que a rua Luiz Loréa fosse mão dupla. Atualmente, mesmo sendo mão única ocorrem engarrafamentos. 

A construção ao fundo do abrigo indica que o banheiro público já era naquele local. A lógica era ficar próximo a estação de saída e chegada dos bondes urbanos. 

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

TEX E A HISTÓRIA CONTADA PELOS POVOS INDÍGENAS

Matéria a seguir foi integralmente reproduzida do "Tex Willer Blog" de Portugal endereço: https://texwillerblog.com/indios-em-tex-a-historia-contada-pelos-vencidos/. 

Excelente matéria de Paulo Guanaes que contribui para a reflexão da trajetória e os eventos vividos por Tex e a postura de Bonelli e dos roteiristas frente à colonização do Oeste Americano e o ponto de vista dos povos indígenas.  


ÍNDIOS EM TEX: A HISTÓRIA CONTADA PELOS VENCIDOS

Por Paulo Guanaes*

Tudo começou com Cristóvão Colombo, que deu ao povo o nome de Índios. Os europeus, os homens brancos, falavam com dialetos diferentes, e alguns pronunciavam a palavra “Indien”, ou “Indianer”, ou “Indian”. Peaux-rouges, ou “redskins” (peles-vermelhas), veio depois (Extraído do livro Enterrem meu coração na curva do rio, L&PM Editores).

Cochise e Tex por Fusco

Eu sempre quis escrever sobre a inserção dos índios no universo texiano. Desde logo, contudo, aviso aos navegantes que a intenção não é esgotar o assunto, longe disso. Optei por falar de forma aleatória sobre essa presença significativa nas aventuras de Águia da Noite a partir da minha observação como tradutor de Tex no Brasil, atividade que remonta a meados da década de 1970. É uma modesta perquirição do olhar de um genial autor sobre a temática indígena na sua obra.

Desde as primeiras histórias de Tex, Gianluigi Bonelli, o criador intelectual da personagem, aborda a questão dos índios e suas vicissitudes na América do Norte, particularmente entre 1860 e 1890. Em várias delas, reproduziu com retoques de ficção as sangrentas Guerras Indígenas, entre as quais sobressaem a batalha de Little Bighorn – na qual o notório general Custer morreu – e a de Sand Creek – onde 700 homens da força militar do Colorado mataram quase 200 cheyennes e arapahos. Tais confrontos, a maioria não desvelada, quase sempre terminavam em massacre dos índios e ocorriam a pretexto do desenvolvimento económico dos Estados Unidos. Nos seus roteiros, Bonelli não menciona apenas os índios do Tio Sam, cujas tribos que mais se destacam nas páginas da revista em quadradinhos mais antiga de Itália são os Sioux, Cheyenne, Apache, Moicano, Creek, Piute, Dakota, Arapaho, Kiowa, Shawnee, Comanche, Cherokee e Navajo. O autor também nos apresenta, em diversas histórias expressivas da sua obra texiana, os índios naturais do Canadá (entre eles, Esquimós, Iroqueses, Assiniboine, Seminoles, Senecas) e do México (Astecas, Maias, Yaquis, Otomis, entre outros).

Essa decisão de incluir, de maneira intensa, aspectos da história dos índios americanos no quotidiano do ranger está ligada ao sentimento humanitário e à solidariedade que Bonelli nutria pelas causas das minorias desprotegidas, traços que se revelam ao longo da sua vasta obra. Assim, mesmo demonstrando um insuperável talento para transformar Tex num sucesso editorial mundial, ele não abdicou da sua consciência crítica. Desde as primeiras tiras, retratou os índios na contramão do imaginário comum, vigente em meados do século passado: um ser sub-humano, selvagem, exótico, bárbaro. Ao contrário, pois, o roteirista sempre se esmerou em mostrar os índios como homens comuns e pacíficos que iam à luta apenas pelo direito à vida, pelo direito de habitar as terras que sempre foram suas e dos seus antepassados. Um povo que vivia da caça e da pesca, e com profundo respeito pelo meio ambiente, que naqueles tempos era chamado tão somente de “natureza”.

Fabio Civitelli. Ilustração inédita

Não por acaso, o criador de Tex batizou-o com o nome indígena Águia da Noite, temido por todas as tribos de norte a sul dos Estados Unidos, México e Canadá. Para registar de forma insofismável o seu apreço pela causa indígena, Bonelli cria uma personagem que se irá constituir num dos pilares do êxito da série, um parceiro que Tex considera como seu irmão: o navajo Jack Tigre, o maior farejador de pistas do Oeste. A sua reverência ao povo indígena pode ser vista ainda no próprio estado civil do nosso herói, pois ele é apresentado ao leitor como um homem casado com a bela índia Lilyth, cuja morte prematura é anunciada logo no início da saga. Dessa união, nasceu Kit Willer, o afilhado do resmungão Kit Carson, inseparável companheiro de Águia da Noite nas suas aventuras, compondo o quarteto de parceiros. Também não por acaso, Tex é o chefe branco do povo Navajo e o agente indígena que dá total proteção à reserva dessa tribo, onde ele próprio vive e para onde sempre retorna após as suas refregas com os mais perigosos bandidos da América. Ainda na pele de agente indígena, Tex defende os navajos da febre expansionista dos insaciáveis colonos brancos. Violentos, eles não hesitavam em apelar para a estratégia do extermínio do povo vermelho – frequentemente com o auxílio do exército americano –, a fim de se apossarem das terras férteis e das jazidas de ouro que nelas se encontravam.

Essa caracterização ideológica marcante e definitiva do perfil da personagem principal, que o aproxima umbilicalmente da vida indígena, evidencia e reforça a intenção do idealizador de Tex Willer em recontar, através da perspectiva dos vencidos, a trágica história dos índios americanos. Desprezados pelos brancos pelos seus diferentes laços peculiares de cultura, religião, língua e comportamento, os peles-vermelhas eram também vítimas de um estereótipo que os tachava como minoria incómoda para a expressão desenvolvimentista de uma nação em progresso, que precisava de terras para ampliar o seu território, para abrir estradas e colonizar o interior.

O que mais surpreende é que essa solidariedade étnica, estampada nas páginas de três tiras a preto e branco da mais popular história em quadradinhos italiana, tem início no nascimento da personagem, em 1948. Pode-se dizer, portanto, que Bonelli foi um dos precursores da tardia revisão histórica levada a efeito nos Estados Unidos acerca da conquista do Oeste e do lugar ocupado pelos índios na vida americana, a partir do lançamento, em 1970, do livro Enterrem meu coração na curva do rio, de autoria de Dee Brown, do qual faço algumas citações neste texto. Uma avalanche de livros e filmes sobre o tema veio logo depois deste best-seller. O livro sacudiu consciências e resgatou a dignidade de um povo forte e altivo, escancarando uma faceta trágica da formação norte-americana e revelando o homem branco como poluidor de uma natureza exuberante, mediante a introdução da fumaça dos comboios, do uísque, das doenças infecciosas e do fim de florestas e da vida selvagem.

Tex respeitado pelos índios em desenho de Ticci

Nos seus criativos roteiros, jamais igualados, Bonelli sempre prestou homenagem aos grandes líderes indígenas, com mais frequência a Nuvem Vermelha, Gerónimo, Touro Sentado e Cochise. Este último, inclusive, foi eleito pelo autor para ser um dos melhores amigos de Tex. Era um índio dono de uma história riquíssima na vida real.

Como líder apache, foi um bravo resistente das invasões bárbaras das suas terras, cometidas por mexicanos e americanos em meados do século XIX. Cochise e os seus chiricahuas viveram numa região que vai de Sonora ao Novo México e Arizona, cenário usado recorrentemente por Bonelli e pelos roteiristas que o sucederam para contar aventuras indígenas tocantes. Nelas, ao adotar a instigante narrativa dos vencidos, o pai de Tex leva-nos a observar os índios por lentes bem diferentes daquelas que os mostravam como selvagens.

Texto de Paulo Guanaes publicado originalmente na Revista nº 4 do Clube Tex Portugal, de Junho de 2016.

CONFRARIA BONELLI 2023

 


Reproduzindo convite para o evento comemorativo aos 75 anos de Tex Willer  a ser realizado em Porto Alegre. 

In:  https://www.facebook.com/confrariabonelli/

"A Convenção da Confraria Bonelli 2023 se une a iniciativa "Uma Tarde Bonelli" da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul e ocorre nos dias 30 de setembro e 1 de outubro, na Biblioteca Pública do Estado (Rua Riachuelo, 1190, Centro Histórico de Porto Alegre), das 13h as 19h, com entrada totalmente gratuita.

Neste ano superespecial, onde comemoramos 75 anos de Tex Willer, é uma honra organizar nosso evento no RS, estado este que sempre foi um verdadeiro celeiro de leitores, fãs e colecionadores de Bonelli e em especial de Tex. Nosso querido Ranger do Texas que segue percorrendo as pradarias infinitas desde 30 de setembro de 1948 em um faroeste sempre atual e que, mesmo completando 75 anos de vida editorial na Itália, não tem intenção de pendurar a sela.
Os eventos contam com programação de discussões sobre quadrinhos, presença de cosplays, desenhistas ao vivo e até mesmo oficinas."

A SANTA CASA E A LAGOA DOS PATOS

 

Acervo: https://www.avenidalivros.com.br/

Cartão-postal com data de 15 de agosto de 1904 mostra a fachada do prédio da Santa Casa. 

O que se destaca na imagem é a posição das águas da Lagoa dos Patos que ficavam próximas a fachada do prédio. Era um atracadouro para pequenas embarcações. 

Ao se conviver com uma espacialidade passa a se acreditar que ela sempre foi assim, sem considerar as modificações antrópicas. Os cenários urbanos vão sendo construídos nem sempre considerando que o processo natural pode trazer transtornos ou exigir readaptações e novas espacialidades. 

 Atualmente temos no local da fachada da Santa Casa e do extinto atracadouro a estrutura do Hospital da Furg, a Rua Francisco Campelo e o complexo do CCMar. Neste trecho, foram 310 metros aterrados e que se avançou para o interior da Lagoa dos Patos. 

A reflexão surgiu pelo impacto em olhar este cartão-postal de 1904 e constatar da radical mudança no cenário. Não é um caso emblemático e sim comum: parte considerável da área urbana da cidade do Rio Grande é fruto do aterramento e da expansão territorial junto a Lagoa dos Patos, Saco da Mangueira, antiga Ilha do Ladino etc. 

https://www.google.com/maps/@-32.0288962,-52.1015368,756m/data=!3m1!1e3?entry=ttu


https://www.google.com/maps/@-32.0288962,-52.1015368,756m/data=!3m1!1e3?entry=ttu


quarta-feira, 27 de setembro de 2023

PORTO ALEGRE E O MARCO HISTÓRICO DO GUAÍBA

 

https://metsul.com/wp-content/uploads/2023/09/cais-inundado--2048x1365.jpg

A Metsul considerou este dia 27 de setembro como um marco histórico em Porto Alegre. O nível do Guaíba alcançou a sua maior elevação desde a grande enchente de 1941. Chegaram a 3,18 metros no Cais C6. No portão central do Cais chegou a 3,15 metros. 

Matéria da Metsul:

GUAÍBA TEM MAIOR NÍVEL DESDE 1941 E REESCREVE HISTÓRIA DE PORTO ALEGRE
"27 de setembro de 2023. O dia que reescreveu a história da cidade de Porto Alegre. A capital gaúchos ao longo de seus 251 anos foi assolada por várias enchentes, a maior de todas em abril e maio de 1941, mas desde aquele distante ano da década de 40, recordado por nossos avós e bisavós, nenhuma pessoa nascida em Porto Alegre nos últimos 82 anos havia testemunhado o Guaíba tão alto como hoje. As águas que orgulham o porto-alegrense pelas paisagens de fim de tarde e seu magnífico pôr do sol avançaram ontem com fúria sobre a cidade e as consequências teriam sido graves, como no passado, não fossem as obras de contenção de cheias executadas há meio século, como os diques da Castelo Branco ou da Avenida Beira-Rio. 
Como no passado, em grandes enchentes, o intenso vento Sul associado a um ciclone na costa, que represa o Guaíba no Norte da Lagoa dos Patos, foi determinante para a súbita e acentuada elevação. O nível que estava perto de 2,80 metros na medição do Cais Mauá no começo da noite de ontem se elevou rapidamente na madrugada e manhã de hoje até atingir os 3,18 metros entre o fim da manhã e o começo da tarde. Como nas maiores cheias do passado, repetiram-se cenas algumas vezes vistas durante as últimas décadas do Guaíba avançando na orla de Ipanema e suas águas refluindo pela rede pluvial, como na Praia de Belas e Quarto Distrito, causando alagamentos em algumas ruas. Assim como no outono de 1941, a grande enchente ocorreu no momento em que o clima está sendo influenciado por um forte evento de El Niño com chuva muito acima do normal no Rio Grande do Sul. Este setembro é o mês mais chuvoso da história da capital, superando abril e maio de 1941".

Impressionante o avanço das águas em áreas da orla do Guaíba e o volume de água no entorno da capital. https://metsul.com/wp-content/uploads/2023/09/drone8.jpg

Liberdade poética minha: em 1940 e 1941 ocorreram dois El Niños fortes. Em 2023 estamos saindo de três anos de estiagem (La Niña) e estamos apenas no mês de setembro com perspectiva do El Niño se estender até os primeiros meses de 2024...  Felizmente, estamos longe do cenário de 1941 quando o nível do Guaíba chegou a 4,76 metros. 

Boa notícia para Rio Grande é que as águas recuaram nesta quarta-feira. 

Para quem quiser de forma condensada ter acesso a material sobre a enchente de 1941, reproduzo abaixo alguns links de matérias publicadas no blog. 

Inicialmente, segue o link do livro A Enchente de 1941 em Rio Grande:  https://drive.google.com/file/d/1pR1EQN0Fo-UaeLWe8KsLxr4p3USGdiFt/view


Links de matérias fundamentadas no livro: 

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/5328750013387370219

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/2889644905577637178]

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/4022732896258926164

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/5659231051847525751

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/6030995882591023174

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/3326476060884648870

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/43557419279412368

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/5120729610699964299

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/6959048309046749734

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/7056092502534037844

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/3164790617124385820

https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/5136114456086056812

APÓLICE DA UNIÃO FABRIL

 

Acervo: https://www.avenidalivros.com.br

Este o título de uma ação de R$200$000 foi assinada em Rio Grande no dia 15 de outubro de 1891. 

Este é um momento de transição esclarecido na ação: a Sociedade Comanditária em Ações Rheingantz & Cia passou a se chamar Companhia União Fabril e Pastoril em Assembleia Geral de 30 de junho de 1891. 

É a transição de razão social em que a Rheingantz passa se chamar União Fabril. 

Outra informação que consta neste documento de 1891 (tem 132 anos de idade) é que a Rheingantz foi a "empresa fundadora da indústria de lanifícios no Brasil".  

terça-feira, 26 de setembro de 2023

MOVIMENTO MARÍTIMO EM 1912

Echo do Sul, 19-03-1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 O movimento portuário no Porto Velho do Rio Grande era intenso em março de 1912. A navegação de cabotagem e de longo curso se intensificou em Rio Grande a partir das décadas de 1820-30. 

No ano de 1912 as expectativas estavam ligadas a segurança de acesso ao Porto Velho e a construção do Porto Novo. Mas para viabilizar estes projetos, era indispensável a construção dos Molhes da Barra do Rio Grande. Nesta direção a Companhia Francesa foi organizada em 1908 e estava trabalhando na cidade para a realização desta obra gigantesca de engenharia hidráulica. 

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

ENCHENTE EM RIO GRANDE

 

Canalete da Major Carlos Pinto transbordou. Fotografias: Luiz Henrique Torres. 25-09-2023, aproximadamente 15h. 

Infelizmente as águas da Lagoa dos Patos persistem cobrindo várias áreas da cidade do Rio Grande. 

O cenário pode ficar ainda mais complexo se o mal tempo previsto para esta terça e quarta-feira for confirmado com a formação de um ciclone extratropical. As chuvas poderão alcançar patamares entre 100 e 200 mm em vários municípios do Rio Grande do Sul, os quais, através dos seus cursos d'água, alimentam o Guaíba e a Lagoa dos Patos. 

Porto Alegre poderá, hipoteticamente, ter problemas de elevação do Guaíba inclusive na área central.  Do lago Guaíba a água escoa para a Lagoa dos Patos que além deste ainda receberá vários aportes (rios, arroios) ao longo do caminho de 250 quilômetros e chegará até Rio Grande.

Assisti vídeos mostrando o alto nível da água na cidade de Guaíba e a uma lâmina cobrindo várias ruas da orla. O vento sul está represando o escoamento no Guaíba e com a previsão de ventos fortes para o Leste do RS e Estuário da Lagoa dos Patos poderemos ter uma elevação ainda maior.   Períodos de tensão viveremos nos próximos dias e até semanas. 

Hoje, 25 de setembro, fiz mais algumas fotografias mostrando o impacto de alguns locais alagados em Rio Grande. 

Canalete da Major Carlos Pinto proximidades da Avenida Portugal. 


Canalete da Major Carlos Pinto transbordou. Lagoa dos Patos ao fundo. 

Muitos biguás observando a enchente na Avenida Henrique Pancada. 


Avenida Henrique Pancada as águas cobrem parte das áreas de lazer. Em dois pontos está interditada pois a água cobre a pista. 


Área de lazer na Avenida Henrique Pancada. Ilha dos Marinheiros ao fundo. 


Nível das águas junto ao CCMar. 

Rincão da Cebola com os trapiches sendo cobertos. 

Rincão da Cebola. 

Acesso ao Iate Clube e ao Museu Oceanográfico interditados. As áreas estão envoltas por uma lâmina de água. 

TEX 75 ANOS

 

Frente da caixa. 

Lombada da caixa. 

A Mythos Editora lançou uma caixa em madeira com material comemorativo aos 75 anos do lançamento da revista Tex. 

O personagem fez a sua primeira aparição no dia 30 de setembro de 1948 na Itália. Criado pelo roteirista Gian Luigi Bonelli e com desenhos de Aurelio Galleppini (Galep). No Brasil Tex apareceu na revista Júnior n. 28 em 25 de fevereiro de 1951 e ganhou uma revista própria em fevereiro de 1971 (Editora Vecchi). Conheci a revista Tex nos primórdios de 1978, ou seja, há 45 anos. Nesta crise dos quadrinhos é surpreendente observar um personagem chegar aos 75 anos e com vitalidade para produzir produtos de alta qualidade. 

Adquiri uma das 220 caixas produzidas para demarcar a data dos 75 anos de Tex e reproduzo abaixo o material que estava em seu interior. Site onde foi adquirida: https://www.lojamythos.com.br/

Alguns itens fornecidos na caixa comemorativa. 


Cartão-postal. 


Imã para geladeira. 

Botom. 


Edição especial com personagens de Sérgio Bonelli (lançada em 2013). 

Edição Especial 50 anos da revista Tex no Brasil (2021). 

Certificado de Propriedade n. 149. 

Peça para destacar. 


Poster. 


domingo, 24 de setembro de 2023

IV SEMINÁRIO CULTURA E IDENTIDADES DO RIO GRANDE


 

O "IV Seminário Cultura e Identidades do Rio Grande" ocorre na Biblioteca Rio-Grandense nos dias 28 e 29 de setembro. 

No folder estão os palestrantes e temas a serem desenvolvidos. O evento será presencial. 

As inscrições são gratuitas. 

sábado, 23 de setembro de 2023

GRANIZO EM BAGÉ

 

Imagem de satélite das 4h10 (23-09-2023). Nuvens extremamente carregadas entre o Oeste e o Sul do RS. https://metsul.com/wp-content/uploads/2023/09/bage4.jpg

Pouco depois da meia-noite deste dia 23 de setembro, o mau tempo em Rio Grande, me instigou a observar o radar meteorológico e o radar de raios fornecidos no site da Metsul. Fiz este acompanhamento sistemático até às 5 horas da madrugada. Dedico este tempo para aprender um pouco mais sobre fenômenos atmosféricos e também para correr da cama se perceber que um núcleo de granizo está chegando: o carro fica estacionado na rua e... Depois dos estragos feitos na cidade do Rio Grande quando do granizo de 1998 passei a levar muito a sério este fenômeno.  

Uma madrugada tensa, pois formações de tempestade com insistência migravam do Uruguai e se intensificavam na atmosfera do Rio Grande do Sul. Identifiquei vários núcleos de granizo, mas me chamou a atenção um de maiores dimensões que se deslocou para a cidade de Bagé e acabou causando muitos danos na área urbana. 

Lendo a matéria da Metsul de hoje tomei ciência do verdadeiro impacto do fenômeno: SITUAÇÃO INCOMUM LEVOU AO RARO GRANIZO GIGANTE EM BAGÉ (RS) Tempestade severa de granizo atingiu na madrugada de hoje a cidade de Bagé (RS) com pedras gigantes de gelo que causaram muitos estragos. https://metsul.com/situacao-incomum-levou-ao-raro-granizo-gigante-em-bage-rs/?fbclid=IwAR1EffEqsCN60Shl7gdX0aqBEaZoEui194m9VduGtj4_7Oz2jRnixVEEkOU .


A matéria da Metsul segue o padrão da empresa em explicar os fenômenos trazendo uma dimensão educativa e de construção metodológica dos fenômenos climáticos. Este aspecto acadêmico mas voltado à explicação mais pé-no-chão para os leigos, é que me atraiu a ser seguidor da Metsul. 

O que acompanhei no radar alguns minutos antes de ocorrer, é assim explicado pela Metsul:
 "Granizo de grande tamanho atingiu a cidade de Bagé, na Campanha gaúcha, por volta das 4h da madrugada deste sábado. As pedras de granizo em vários pontos do município excederam dez centímetros de diâmetro e causaram extensos danos materiais. Análise preliminar da Defesa Civil Municipal aponta que mais de oito mil casas e prédios em Bagé tiveram danos pelo temporal. Granizo é um fenômeno extremamente comum no Rio Grande do Sul e não raro pedras de maior diâmetro são observadas durante tempestades severas que assolam o estado, mas o evento da madrugada deste sábado foge ao convencional pelo grande tamanho das pedras e seu enorme impacto numa área urbana. 
A última vez que uma tempestade severa de granizo causou danos em número tão alto de moradias numa cidade de porte médio a grande no Rio Grande do Sul foi há oito anos, também em outubro, durante um temporal muito intenso que atingiu a cidade de Canoas, na Grande Porto Alegre. Tal como agora, naquele mês o clima era influenciado pelo fenômeno El Niño com forte intensidade. A prefeitura de Bagé afirma que foi o maior temporal de granizo da história de Bagé, cidade fundada em 1811, e não há evidências históricas que permitam desmentir a declaração. Foi um evento extraordinário de granizo para a histórica local, embora nada inédito em termos de climatologia histórica gaúcha.
O que levou ao incomum temporal de granizo em Bagé foi também uma incomum situação meteorológica que se experimenta neste momento na América do Sul. Evento atípico, assim, decorrer de uma quadro meteorológico maior que é igiualmente raro de se observar. Neste momento, no interior da América do Sul, há um enorme bolsão de ar quente de intensidade excepcional e que traz temperaturas extremas. O calor horas antes do granizo destrutivo em Bagé atingiu 42,5ºC no Norte da Argentina, 44,5ºC no Paraguai e 42ºC no Centro-Oeste do Brasil, na tarde de sexta-feira.

A atmosfera em Bagé no momento da tempestade estava mais quente do que o habitual com temperatura em 850 hPa (nível de 1.500 metros). Uma corrente de jato (vento) em baixos níveis da atmosfera trazia vento de Norte com ar quente, o que forneceu energia para a formação de nuvens de tempestade na madrugada deste sábado na fronteira com o Uruguai e áreas próximas.

A imagem de satélite das 4h10 da madrugada deste sábado, instante em que ocorreu o temporal violento de granizo, mostrava nuvens extremamente carregadas entre o Oeste e o Sul gaúcho, produzindo chuva forte, muitos raios e queda de granizo de variado tamanho.

Um destes núcleos de instabilidade, e muito mais intenso por ser isolado e não ter a energia drenada por outros próximos, ganhou muita intensidade com uma célula de tempestade que se intensificou exatamente sobre Bagé. As imagens de radar da hora do temporal identificavam a célula sobre o município com elevados valores de refletividade, condizentes com granizo e de maior diâmetro.

Então, vários fatores entraram em cena concomitante para a formação do granizo em Bagé. Primeiro, uma massa de ar excepcionalmente quente no interior do continente. Segundo, correntes de vento trazendo ar quente para a Campanha e a energia para a formação de nuvens de tempestade numa atmosfera mais úmida e instável. Terceiro, uma frente semi-estacionária sobre o Rio Grande do Sul com contraste de temperatura e maior umidade sobre o Sul e o Leste gaúcho.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos possui quatro categorias para definir o tamanho de granizo: pequeno (menos de 2 centímetros), grande (2 cm a 4,5 cm), muito grande (4,5 cm a 7 cm) e gigante (maior que 7 cm). O granizo de Bagé, assim, pelas muitas fotos das pedras de gelo que caíram na cidade, variou entre muito grande e gigante. Dentro de uma nuvem Cumulunimbus de tempestade, partículas de gelo se desenvolvem a partir de água superresfriada. As partículas caem em direção à parte inferior da nuvem devido à força da gravidade, mas são forçadas a subir por poderosas correntes ascendentes de ar dentro das nuvens (updrafts). Na parte superior da nuvem, eles encontram mais água superresfriada, que congela sobre as partículas de gelo, adicionando outra camada de gelo, o que se dá de forma repetida. Assim, os pequenos pedaços de gelo ficam cada vez maiores, tornando-se bolas de gelo, as pedras de granizo. As pedras de granizo finalmente se tornam pesadas demais para serem elevadas de volta ao topo da nuvem e caem em terra. Devido à forma como se formam, o granizo tem uma estrutura em camadas, como uma cebola. Pedras de granizo realmente grandes, como as de hoje em Bagé, se formam em nuvens de tempestade com correntes ascendentes excepcionalmente fortes, como era o caso na nuvem de tempestade que cresceu sobre a cidade da Campanha".

A reprodução em parte dos conteúdos da MetSul é autorizada desde que citada a fonte e publicado o hyperlink para o original https://metsul.com/situacao-incomum-levou-ao-raro-granizo-gigante-em-bage-rs/?fbclid=IwAR1EffEqsCN60Shl7gdX0aqBEaZoEui194m9VduGtj4_7Oz2jRnixVEEkOU .