Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

terça-feira, 30 de novembro de 2021

ZEPPELIN NO RIO DE JANEIRO

 Foi no dia 25 de maio de 1930 que o dirigível Zeppelin sobrevoou o Rio de Janeiro pela primeira vez. 

O impacto da visão do Zeppelin foi registrada pela revista o Malho de 31 de maio. As fotografias foram realizadas nesta primeira passagem do dirigível alemão pela capital federal brasileira. 

O Malho, 31-05-1930. Acervo: Biblioteca Nacional (RJ). 






segunda-feira, 29 de novembro de 2021

O MALHO E O RELHO


 

O Malho, 04-01-1930. Acervo: Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro). 

Espetacular esta charge publicada na revista O Malho (Rio de Janeiro) em 4 de janeiro de 1930. A criatividade em associar revólveres com cavalos, a qualidade da arte e a representatividade do momento histórico são uma referência para desenvolver uma longa reflexão. Vou me apegar apenas a alguns elementos. 

 Um século depois da Revolução Farroupilha (1835-1845), a imprensa ainda tem uma grande dificuldade em fugir do esteriótipo do rio-grandense como um bandoleiro inserido no espaço platino dos gauchos. O historiador Moysés Vellinho destacou nos anos 1920 que os rio-grandenses ainda eram vistos como bárbaros e militaristas que resolviam tudo na força das armas. 

Getúlio Vargas está se projetando no cenário nacional com forte oposição dos segmentos ligados as políticas clientelistas do café com leite. Porém, a crise de 1929 abalou a estrutura do poder e outros projetos estão emergindo. 

O que os editores do periódico não sabiam neste momento é que realmente Getúlio iria "baixar o terror" nestes segmentos acostumados a comandar a República Velha desde os primórdios da República em 1889. Diga-se que O Malho apoiava o candidato opositor de Getúlio, e sistematicamente tentava desmoralizar os opositores como Getúlio e vários outros personagens que consideram non gratos no cenário político. 

Os dizeres são os seguintes: "A chegada triunfal do sr. Getúlio (C)Vargas... de Cavalaria. Logo depois do seu desembarque, o Dr Getúlio Vargas, acompanhado dos chefes da Aliança foi amarrar o seu cavalo no obelisco. Essa imponente cerimônia, que causou uma viva comoção a assistência, provocou aplausos frenéticos d'uma multidão de Colts, Smith and Wesson, Nagan, Browning, Bull-Dogs e outros exaltados correligionários".    

Getúlio e os integrantes da Aliança Liberal são mostrados como bandoleiros armados até os dentes que eram saudados por outros bandoleiros simpatizantes, identificados com o nome de armas como os famosos Colt ou Smith & Wesson.

Getúlio, na primeira fila à direita, está de lenço, bota com espora e bombacha. Numa mão conduz o cavalo/revólver e na outra um relho. 

 Está presente a perspectiva de mostrar o Rio Grande do Sul como uma terra de bárbaros que andavam armados e tiroteando. Seus aliados estavam seguindo o mesmo caminho. Eles estavam profanando as ruas do Rio de Janeiro onde reinava a modernidade e a civilização. De fato, a capital era o reduto do coronelismo e do clientelismo que sustentavam a sociedade patrimonialista da época. Obviamente que  o período posterior a 1930 não desmontou uma estrutura quase sobrenatural e que parece eterna no país. Mas exigiu rearticulações, promoveu exclusões de muitas figuras carimbadas da política, lançou uma nova geração tenentista no cenário nacional e passou a combater o regionalismo em prol da brasilidade. O novo projeto estava em sintonia com um tumultuado período histórico, marcado por nacionalismos e ideologias, que desaguou na Segunda Guerra Mundial.     

A referência ao obelisco é ainda mais hilariante! O que os editores do O Malho não sabiam é que este é apenas o prenúncio da amarração de cavalos no obelisco da Avenida Rio Branco no centro nervoso do Rio de Janeiro. Em outubro do mesmo ano, os revolucionários vitoriosos na campanha militar, ocuparão o centro do Rio e voltarão a amarrar os cavalos. Eles depõem o presidente Washington Luis e assumem o comando administrativo da capital federal. Getúlio se torna o novo presidente e assim persistiu até 1945. 

O bárbaro teve de ser engolido e o malho cedeu o discurso para o relho.    

domingo, 28 de novembro de 2021

ÔMICRON

https://www.paho.org/pt/topicos/coronavirus

 Uma nova variante do coronavírus foi batizada de "ômicron" pela Organização Mundial de Saúde. Foi identificada na África do Sul, Botsuana, Suazilândia, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. 

A primeira coleta em que a ômicron foi identificada foi no dia 9 de novembro. 

Infelizmente, casos já foram registrados em outros países: um em Hong Kong, um na Bélgica (paciente passou pelo Egito), dois na Alemanha, um em Israel, um na República Tcheca, um na Itália, sessenta e um (em análise) na Holanda e dois no Reino Unido.

Desde que o coronavírus foi identificado na China em dezembro de 2019 e se espalhou para o planeta devido a intensa circulação aérea, as mutações do vírus tiveram início trazendo alguns sobressaltos para além do caminho fatal já percorrido pela pandemia. A variante delta que foi, intensa na Índia (e se espalhou para o planeta), é um exemplo destas preocupações relacionadas as mutações. 

O alarme nesta semana é de que a "ômicron" se insere numa "variante de preocupação" com 50 mutações sendo 32 na proteína spike (responsável por entrar nas células e desencadear a doença). Isto pode representar um maior risco de reinfecção em quem já teve a doença, maior capacidade de transmissão e não ser detectada pelo organismo (fugir as imunidade promovida pelas vacinas). As primeiras informações é que ela teria uma capacidade muito alta de transmissão.  Até o momento é, em sua estrutura, a mais perigosa variante observada. 

Tudo é especulação inicial que as próximas semanas poderão esclarecer e dissipar o sufoco. Precisamos dirigir as atenções para o aumento de casos e o comportamento da variante no sul da África e na Europa.  

Mesmo que "ômicron" seja um fugidio esboço da "big one" já seria terrível demais num momento de extremo cansaço com esta pandemia que não parece findar. 

Atenção redobrada no Brasil, pelos perigos do  período de festas de fim de ano, férias, carnaval etc. Não se pode deixar chegar impunemente esta variante quando os índices de contaminação caíram no país. 

Os cuidados terão de ser amplificados individualmente e precisamos de medidas austeras dos governos no sentido de fechamento da fronteira aérea e políticas de quarentena aos viajantes. 

Numa cidade portuária como Rio Grande, de acordo com a evolução dos acontecimentos, precisamos redobrar cuidados com a chegada de embarcações.  

As lições deste longo período pandêmico não podem ser ignoradas e exigem a ampliação da observação do cenário internacional. 

Torcida total para ser um alarme falso.  

sábado, 27 de novembro de 2021

CARL SAGAN

 

Carl Sagan. Fotografia retirada do endereço: https://www.misteriosdouniverso.net/2015/05/as-definicoes-da-vida-por-carl-sagan.html

"Nosso adorável planeta azul, a Terra, é o único lar que conhecemos. Vênus é muito quente; Marte, muito frio. A Terra é a medida certa, o paraíso para os seres humanos. Além do mais, evoluímos aqui. Mas o nosso clima pode ser instável (...) Em nossa ignorância, continuamos a empurrar e puxar, poluir a atmosfera e a poluir a terra, esquecendo o fato de que as consequências a longo prazo são amplamente desconhecidas. Há alguns milhões de anos, quando os seres humanos evoluíram na Terra, esta já era um mundo de meia-idade, com 4,6 bilhões de anos de catástrofes e impetuosidades da juventude. Mas nós, humanos, representamos agora um novo e talvez decisivo fator. Nossa inteligência e tecnologia deram-nos poder de afetar o clima. Como usaremos este poder? Desejaremos tolerar a ignorância e a complacência afetando toda a família humana? Valorizaremos vantagens a curto prazo em vez do bem-estar da Terra? Ou pensaremos em longa escala, considerando filhos e netos, entendendo e protegendo os complexos sistemas de sustentação de vida do nosso planeta? A Terra é um mundo pequeno e frágil. Necessita ser tratada com carinho". 


Estas sábias palavras de Carl Sagan foram publicadas no livro Cosmos em 1980. 

O biólogo ressaltou que os estudos do clima estavam engatinhando e que imperava a má vontade para realizar maiores avanços nas pesquisas. Na época ele não tinha a informação mas a sua sensibilidade de cientista buscava dimensionar que a ação humana traria o desequilíbrio climático. 

Hoje se tem a informação de que na metade dos anos 1970 se chegou ao limite da suportabilidade das emissões de CO2 na atmosfera. E as emissões continuaram aumentando e quebrando recordes em direção ao presente. 

41 anos depois da publicação de Sagan, as pesquisas sobre o clima avançaram muito e permitiram constatar que a temperatura do planeta está aumentando num crescente. A meteorologia tem registrado fenômenos extremos num ritmo que se intensifica.

O tempo evidenciou que as palavras não eram preocupações desfocadas e passageiras. Hoje são reflexões ainda mais indispensáveis para pensar o breve amanhã.  

LARANJAL

 

Acervo: https://casadocolecionador.com.br/


A Loteria Federal do Brasil no sorteio de 8 de abril de 1978 reproduziu a imagem de uma praia da Lagoa dos Patos em Pelotas.

O ônibus está circulando pela principal avenida, ainda não pavimentada, deste balneário lagunar: a praia do Laranjal.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

BRAPEX II

Acervo: Luiz Henrique Torres. 

 Mais um produto filatélico lançado nas comemorações do centenário do selo postal no Brasil foi o cartão com carimbo da Exposição Filatélica Nacional e datado de 1 de agosto de 1943. 

A BRAPEX II ocorreu no Rio de Janeiro e o cartão circulou com um selo de 30 centavos e na parte superior esquerda foi reproduzido os três selos emitidos em homenagem aos primeiros filatélicos brasileiros: os "olhos de boi" de 30,60 e 90 réis. 


terça-feira, 23 de novembro de 2021

MOLHE OESTE

 

Acervo: Museu da Cidade do Rio Grande. 

Esta fotografia foi realizada, possivelmente, em 1959. Nesta coleção de cartões-postais do Foto Postal Colombo -que foram dedicadas a Rio Grande-, outros exemplares trazem a data de 1959 e 1960. 

É uma visão do Molhe Oeste com bastante areia solta cobrindo parcialmente o trilho que parece adentrar o Oceano escondido no túnel de pedras. 

Parece um dia de outono/inverno em que a solidão imperava e o vento sul estava atuante devido ao ângulo do movimento das águas. 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

PRIMEIRO MUNICÍPIO

Acervo: Fundação de Economia e Estatística, RS, 1981. 


 Rio Grande foi o primeiro município do Rio Grande do Sul criado em 1747 e instalado em dezembro de 1751. A denominação era Vila do Rio Grande de São Pedro e possuía uma Câmara de Vereadores com poderes para administrar todo o território ocupado pelos luso-brasileiros. 

Em 1811 a Vila do Rio Grande é novamente instalada junto com Porto Alegre, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha. Eram os quatro primeiros municípios. 

A planta da Capitania do Rio Grande de São Pedro mostra as dimensões destes municípios que nos dois séculos seguintes foram se fragmentando até a criação dos atuais 497 municípios. 

domingo, 21 de novembro de 2021

MOLHES EM 1959

Acervo: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/fotografias/GEBIS%20-%20RJ/rs47046.jpg
 

Fotografia dos Molhes da Barra feita do alto de uma das dunas existente nas cercanias do Molhe Oeste. 

Faz parte da coleção de dezenas de postais dedicados a Rio Grande pela empresa paulista Foto Postal Colombo. A data aproximada é 1959. 

Um elemento material na paisagem me chamou a atenção: há uma cerca com colunas de concreto no canto inferior esquerdo. Será uma delimitação colocada pelo Exército Brasileiro para isolamento da duna em que ficava localizado a plataforma em que foi instalado os canhões Armstrong na Segunda Guerra Mundial? 

Este canhão inglês comprado pelo Brasil do Exército Americano "Vickers Armstrong" calibre 152, pesava 11 mil kg e o projétil pesava 50 kg. O projétil poderia alcançar 18,2 km de distância permitindo alvejar um navio ou submarino "indesejado" que busca-se o acesso a Barra do Rio Grande. 

A cidade chegou a receber oito canhões "Vickers Armstrong" e atualmente, um está instalado em frente ao quartel do 6 GAC.    

Interessante nas fotografias que congelam um momento do passado é que um detalhe pode suscitar muitas reflexões e hipóteses. 

CALOR

 Temperatura agora em Cancun 27 graus, Punta Cana 28 graus, Aruba 30 graus e Cassino 31 graus

Neste domingo, nem o Caribe se mete com o Cassino!  



BELOS DIAS NO CASSINO

Nos últimos dias o cenário mudou e o vento está dando um tempo. 

A água recuada e calma como uma lagoa gigantesca. 

Com um belo céu azul e uma generosa faixa de praia o Cassino tem sido muito aprazível. 

Molhe Oeste. Fotografias: Luiz Henrique Torres. 

O gigante e o caiaque. 

 

Navio adentrando a Barra do Rio Grande. 


Parafly sobrevoando dunas no Cassino. 

Parafly na linha de praia no Cassino. 

sábado, 20 de novembro de 2021

MEDALHA DO BICENTENÁRIO

Em 1937, durante as comemorações do Bicentenário de Fundação do Rio Grande do Sul, o Instituto Histórico e Geográfico do RS realizou uma homenagem ao Brigadeiro José da Silva Paes pelo seu papel na fundação do Rio Grande. O Instituto mandou cunhar junto a Casa da Moeda uma medalha em bronze com 4,6 cm de diâmetro. 

No anverso uma imagem de Silva Paes e no verso embarcações que trouxeram a frota portuguesa até a Barra do Rio Grande em 19 de fevereiro de 1737. 

 

Acervo: http://miltonbasile.blogspot.com/2013/01/medalha-da-2-centenario-do-brigadeiro-j.html

Acervo: http://miltonbasile.blogspot.com/2013/01/medalha-da-2-centenario-do-brigadeiro-j.html

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

COLONOS ALEMÃES

Acervo: Luiz Henrique Torres. 


 No ano de 1949 estava sendo comemorado os 125 anos da chegada dos colonos alemães ao Rio Grande do Sul. 

Três carimbos foram produzidos pelos "Correios e Telégrafos" em referência ao dia 25 de julho de 1824. 

Em Rio Grande os colonos não tiveram um maior destaque. O referencial foram os comerciantes. A exportação e importação entre o Porto do Rio Grande e o de Hamburgo foi das mais expressivas, na esfera local, ao longo do século XIX.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

NO CAIRO

 

Cenário de fundo é do Assassin's Creed Origins (Ubisoft, 2017). O Jeep Wrangler, o arqueólogo e a múmia compõem o conjunto temático Cairo lançado pela Matchbox em 1998.
Acervo: Luiz Henrique Torres. 

A distração do arqueólogo, nas imediações de Gizé, poderá custar muito caro... 

A incursão de ontem no Vale dos Reis, naquela tumba da XVIII Dinastia, não foi bem recebida... 

Mesmo sem qualquer procedimento profanador do distraído pesquisador, o responsável pela segurança do sarcófago decidiu expor o seu ponto de vista referente a estas incursões ocidentais. 

Afinal, o sono profundo e milenar nas tumbas egípcias é  sagrado.    

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

A MALDIÇÃO DO CLIMA

Cartaz do filme A Múmia (1932), Universal Filmes.

 A "Maldição dos Faraós" é uma construção histórica que recua a milhares de anos.

Não apresenta uma sincronia coerente e premeditada que se repetiu de dinastia em dinastia egípcia. Eram ameaças escrita nas tumbas de efeitos sobrenaturais sobre os profanadores e não havia referência a múmias vingadoras. 

A busca de coerência discursiva remete as investidas literárias desde os primórdios do século XIX, porém, não há uma estrutura definida e convincente que explicite a profanação de tumbas e a perseguição promovida por múmias ou entidades do panteão egípcio. 

É com a descoberta do espaço funerário de Tutankamon e as mortes ocorridas após os trabalhos arqueológicos que foi edificado o mito da maldição dos faraós: uma construção discursiva da imprensa que se difundiu em jornais e revistas. 

O status de cultura popular se deve as leituras recebidas no cinema: a Universal Filmes, no filme A Múmia (1932) foi essencial na difusão da maldição concretizada por uma múmia que teve uma historicidade ligada a uma paixão proibida e a tentativa de romper com as barreiras da vida e da morte. O resultado foi a mumificação em vida.  

Às vésperas do centenário da grande descoberta da tumba de Tutankamon em 1922, procedo a uma nova apropriação das possíveis leituras das maldições.       

Uma maldição muito mais palpável e que tem exigido de muitos governos toda uma construção ficcional de negação é a "Maldição do Clima". 

É ficção falar nisso? Vejamos... No último dia 12 de novembro uma intensamente incomum tempestade atingiu a cidade egípcia de Aswan (950 km ao sul do Cairo). Uma populosa cidade que é um trampolim para sítios arqueológicos como Abu Simbel (templo de Ramsés II).  A cidade é tão árida que a média anual de chuva é de 1mm. Ocorreu chuva intensa, granizo, atividade elétrica e um efeito colateral: uma invasão de cobras e escorpiões. A chuva torrencial arrastou os peçonhentos de morros nas cercanias e estes invadiram as casas provocando mais de 500 pessoas com picadas de escorpião. 

Assistir os vídeos gravados sobre o fenômeno lembra um pouco as pragas proferidas pelos hebreus contra a dominação do faraó egípcio Ramsés II (exatamente o que construiu sua necrópole ao sul de Aswan): a chuva de pedras (granizo), escuridão total (o dia virou noite na região) e, poderia, numa livre leitura minha, trocar a invasão dos gafanhotos pelos escorpiões. Possivelmente não estamos lidando com "pragas" ou "maldições" (afirmo eu) e sim com "mudanças climáticas" como afirmou o Diretor do Centro de Análise e Previsões do Tempo da Autoridade Meteorológica Egípcia, Mahmoud Shaheen.   

Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima realizada recentemente em Glasgow ficou explicitada que falar na "Maldição do Clima" não interessa ao alguns países industrializados ainda fundados na emissão de CO2. 

Diga-se que a "Maldição do Clima" é uma construção histórica fruto da Revolução Industrial. Portanto, uma apropriação antrópica dos recursos naturais usados de forma irracional e da queima de combustíveis fósseis em ritmo avassalador.

 Maldição no sentido que os medos serão partilhados de diferentes formas frente aos lugares sociais e as esferas do poder que cada comunidade estará inserida. Mas, para além das especificidades geopolíticas, a Maldição será global e impactará a todos. Chuvas demasiadas, secas devastadoras, furações e ciclones tropicais, ondas de calor tórridas, elevação do nível do mar, incêndios florestais, acidificação dos oceanos, imigrações intensificadas pela falta de alimentos ou água, avanço de doenças tropicais, novas pandemias, conflitos militares entre países devido as crises ambientais ou luta pelos recursos restantes, recurso a barbárie numa mistura de Mad Max com The Walking Dead

O mundo que conhecemos está mudando num ritmo mais rápido que os piores prognósticos. A cada década poderá se intensificar novos perfis naturais e a necessidade de mutação de espécies para sobreviver. Como está acontecendo com os pássaros na Amazônia...  

No início desta pandemia de Covid escrevi uma matéria no blog sobre o novo referencial para pensar o tempo: A.P. (antes da Pandemia) e D. P. (depois da Pandemia). Afinal, a Pandemia não foi superada (estamos no D. P. - durante a Pandemia) e com as novas informações climáticas que tem sido divulgadas, podemos pensar que as mudanças são mais profundas que o impacto de um vírus. Certamente, arrefecendo a normas de segurança, as viagens internacionais e a circulação será redobrada com vigor hercúleo preenchendo os céus com emissões de CO2 ejetadas pelas turbinas. Porém, dentro do meu perfil jurássico relaciono população, consumo excessivo e emissões para produção industrial com a palavra "grande encrenca". A pior encrenca que já construímos e não foram poucas ao longo da história. Desde a antiguidade, povos com capacidade bélica e com muita ira destroçaram seus inimigos e devastaram espaços naturais: mas suas tecnologias eram pífias e a vontade de domesticação do planeta se tornou esquálida.

Do século XIX ao presente, as coisas são totalmente diferentes. Frente a uma produção inclemente para satisfazer a necessidade insaciável de consumo de uma população que ruma para 8 bilhões de pessoas, os mecanismos do equilíbrio natural estão sendo rompidos e o aquecimento global da atmosfera poderá provocar modificações radicais nos ecossistemas marinhos e terrestres. Isto significa extinção de espécies e insuportabilidade de sobrevivência para o homo sapiens em áreas significativas do planeta. 

As emissões de poluição industrial com CO2 chegaram ao ponto crítico em meados dos anos 1970! Meio século se passou e a produção com queima de combustíveis fósseis e devastação ambiental se intensificou. E não há um horizonte breve para amainar o ímpeto por produção/consumidores, especialmente, com a descoberta das beneses da economia de mercado pela China e pela Índia...  

A Conferência do Clima fracassou e se espera avanços nas próximas rodadas. Haverá tanto tempo assim? 

Será a "Maldição do Clima" apenas uma construção ficcional e não histórica?

FRANKENSTEIN - HQ


PALMIERI, Larissa; OKUYAMA, Pedro; BICUDO, Laís.
Frankenstein: em quadrinhos. São Paulo: Principis, maio de 2021, p.96.
 Capa flexível, 22x15.


Recentemente lançada esta HQ é uma adaptação do romance de Mary Shelley "Frankenstein".

Elementos estruturais do original fazem parte do enredo que está repleto de liberdades ficcionais a partir da ficção de Shelley. A arte tem um ritmo de narrativa gráfica dos mangas o que tornou a viagem ágil em mais uma leitura das crises existenciais do criador (Dr. Frankenstein) e da criatura (o monstro). As expressões faciais dramatizam o enredo. Os resultados éticos e morais dos experimentos com cadáveres e o questionamento dos limites da vida são revisitados: uma temática que parece inesgotável frente a transitoriedade da espécie humana. 

Capa flexível e papel econômico, coerentes com ótimo custo/ benefício da HQ. 


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

GALAK

 

Tio Patinhas n. 52, novembro de 1969. Acervo: Luiz Henrique Torres. 

A disputa pelo mercado de chocolates se intensificou nos anos 1960. 

Enquanto a Lacta lançou em 1962 o primeiro chocolate branco no Brasil o "Laka", a Nestlé avançou para o lançamento e uma pesada campanha de propaganda do "Galak". Tinha o tradicional branco e a versão com frutas cristalizadas (limão, laranja e mamão). 

Parece estranho um chocolate ser branco, pois, a massa de cacau tem coloração marrom escura. O diferencial é que a  base do chocolate branco é a manteiga de cacau e a essência de baunilha. 

Este produto foi inventado após a Primeira Guerra Mundial e fabricado em barra, pioneiramente, pela Nestlé na década de 1930.  

Foi reproduzido um dos modelos de anúncios do chocolate Galak que ocupavam a contra-capa da revista Tio Patinhas, no caso, em novembro de 1969. 

EXPOSIÇÃO DE 1908

 

O Malho, n.312, 5 de setembro de 1908.  

A Exposição Nacional de 1908, realizada no Rio de Janeiro (Bairro da Urca), foi a maior até então realizada. 

Estava sendo comemorado o centenário da abertura dos portos do Brasil às nações amigas por D. João. 

Mais de 30 prédios temáticos foram construídos. Nos vários pavilhões foram expostos produtos naturais e manufaturados de vários estados brasileiros. 

O Rio Grande do Sul se fez presente com produtos de conservas, vinhos, cereais, doces, charutos e cigarros, têxteis, maquinários etc. A indústria gaúcha passava por um período de expansão e era a terceira em produção do país. 

Uma fábrica de Rio Grande com filial em Pelotas teve destaque entre as empresas expositoras: a Leal, Santos C. cujo pavilhão expositor está visível na fotografia reproduzida do jornal O Malho do dia 5 de setembro de 1908. 

A exposição foi encerrada no dia 15 de novembro tendo recebido a visita de mais de um milhão de pessoas e reunido mais de 11 mil expositores. 

ENSINO À DISTÂNCIA

 

 Tio Patinhas n. 52, novembro de 1969. Acervo: Luiz Henrique Torres. 

O atualmente muito difundido "Ensino à Distância" estava engatinhando nos anos 1960. 

Porém, chamava a atenção a persistente propaganda do Instituto Universal Brasileiro com os seus cursos por "correspondência". É o caso do anúncio nesta revista Tio Patinhas de novembro de 1969.

De estudos voltados a formação escolar como o clássico-científico e o madureza ginasial até os direcionados à formação profissional como eletro-técnico, os interessados, buscavam a formação escolar ou técnica para inserção no mercado ou buscando avançar num nível muito seletivo: as universidades.  

domingo, 14 de novembro de 2021

ROUPAS FEMININAS

 

Jornal O Malho 368, 2 de outubro de 1909. Acervo: Biblioteca Nacional Digital. 

O jornal O Malho do Rio de Janeiro publicou fotografias obtidas no centro da capital federal no ano de 1909. 

Não é lenda que os vestidos das mulheres eram longos (varrendo o chão) e os tecidos "encorpados". Os grandes chapéus eram obrigatórios. As blusas eram de manga longa e o pescoço ficava coberto. Restava apenas as mãos e parte do rosto exposto. 

Em síntese: uma ótima proteção contra os raios UV e poderá ser a roupa do futuro para combater os buracos na camada de ozônio...   Porém, será preciso buscar alternativas de tecidos ecologicamente corretos e com a mesma funcionalidade de proteção... 

AO PARA-QUEDAS

O Malho n.99, 06-08-1904. Acervo: Biblioteca Nacional Digital. 


A edição n.99 lançada em 6 de agosto de 1904 do jornal caricato O Malho (Rio de Janeiro) traz um anúncio de uma fábrica de "chapéus de sol e de chuva". É a loja Ao Para-Quedas estabelecida na Rua do Ouvidor no Rio de Janeiro. 

Em 1904 as notícias sobre testes com balões (prenunciando o vôo do 14 Bis de Santos Dumont) estão em alta. O anúncio mostra que um guarda-chuva ou sombrinha seria mais confiável que um balão. Funcionariam até como um para-quedas. 

Estes "chapéus" tiveram uma longa vida durante o século XIX e persistiam indispensável para defesa da chuva ou do sol. Além de ser um detalhe de elegância - especialmente para as mulheres.  


sábado, 13 de novembro de 2021

CORES DA PRIMAVERA

 As cores legadas pela primavera são das mais belas do ano devido a eclosão de flores e pela recomposição da cobertura vegetal.  

Cenas do interior do município do Rio Grande.
Fotografias: Luiz Henrique Torres. 









O delírio primaveril destas fotografias é encantador. Porém... a temperatura continua na casa dos 19 graus e a sensação em 14 graus, isto, durante a tarde! Em meados de novembro esperávamos um acalmar das frentes frias... 

A nossa banhista frequentadora do Cassino não resistiu e perguntou: quando vai esquentar para ficar com cara de veraneio?

Colecionável do filme Monstro da Lagoa Negra da Universal (Diamond Select Toys). Fundo de plantas aquáticas da região de Rio Grande.
 Montagem: Luiz Henrique Torres. 
 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

CASCATA

Quem afirmou que Rio Grande não tem cascatas? 

O Canal da Corsan evidencia que existe cascatas em Rio Grande. E isto não é "cascata" ou lorota. 

A retratada nas fotografias não é a única existente ao longo do Canal da Corsan. Mesmo não sendo natural e sim artificial (concreto) é ou não é uma cascata? Ou sendo ainda mais rigoroso uma "cachoeira"? Afinal, não apresenta formação rochosa que impeça a queda direta da água.    

Fotografias: Luiz Henrique Torres. 










O ESPETÁCULO DOS CACTOS

 Nesta segunda metade da primavera os cactos estão repletos de flores que possibilitam um belo espetáculo visual. 

São cenas do interior do município do Rio Grande neste novembro de 2021. 


Fotografias: Luiz Henrique Torres.