Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

domingo, 31 de março de 2024

HORÁRIO DOS TRENS (1916)

 

Acervo: https://wp.ufpel.edu.br/memoriagraficadepelotas/files/2018/03/Almanach-de-Pelotas-AP-1916.compressed.pdf







As tabelas mostram os horários dos trens de passageiros do Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer ou Brésil publicado no Almanach de Pelotas para o ano de 1916. Observa-se um panorama das estações ferroviárias no Rio Grande do Sul. 

Na penúltima tabela está a Estação Marítima (junto ao Porto Velho em Rio Grande) até a Beira-Mar (Balneário Cassino). Interessava aos pelotenses estes horários, pois a fluxo de veranistas desta cidade para o Cassino era considerável durante as temporadas. 



sábado, 30 de março de 2024

MOINHO PELOTENSE

https://wp.ufpel.edu.br/memoriagraficadepelotas/files/2022/02/almanaque1929.pdf
 

Almanaque de Pelotas para o ano de 1929. Anúncio do Moinho Pelotense com suas filiais que beneficiavam o trigo. Entre elas está a filial de Rio Grande. Neste ano, a matriz ficava em Porto Alegre e se chamava Moinho Rio-Grandense (inaugurado em 1916 pelo empresário Albino Cunha). 

A raiz inicial desta empresa, -cuja matriz foi transferida para Porto Alegre-, foi fundada na cidade do Rio Grande em 1894 por Albino Cunha e se chamava Moinho Rio-Grandense

O Moinho Pelotense recua a sua fundação a 1886 sendo comprado em 1903 por Albino Cunha que o tornou uma filial do Moinho Rio-Grandense localizado nas proximidades do Porto do Rio Grande. As duas empresas juntas, eram as maiores beneficiadoras de trigo no Rio Grande do Sul. 

sexta-feira, 29 de março de 2024

ETIQUETA DA LIVRARIA AMERICANA

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 Viagem ao Redor do Brasil (1875-1878) foi escrito por João Severiano da Fonseca e publicado em 1880. 

O Autor participou como médico das duas expedições para demarcação das fronteiras entre Brasil e Bolívia, deixando em seu diário, registros fundamentais sobre o território do Mato Grosso e a devastação ambiental que já vinha sofrendo. 

Chamou a minha atenção a propaganda de divulgação colada na contracapa do livro. Trata-se da empresa que vendeu a obra: a Livraria Americana de Carlos Pinto & C. fundada em Pelotas em 1871. Estas etiquetas foram impressas em várias cores e esta é das mais antigas (os primeiros nove anos da Livraria). Faz referência somente a matriz em Pelotas sem citar as filiais de Porto Alegre e Rio Grande.

Portanto, o livro deve ter sido adquirido em 1880 e a etiqueta em branco foi colada neste momento. É um documento histórico/editorial que soma com a relevante obra. 


Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

PELOTAS

 

https://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon1424737/icon1424737.jpg

Esta litogravura do acervo da Biblioteca Nacional recua a imagem ao ano de 1845 ou 1846. Observa-se o casario, um pequeno lago e um pomar. 

A legenda da gravura identifica a cidade retratada: "Huma parte da povoação de Pellotas, subindo pelo caminho do porto".  Portanto, trata-se de Pelotas no final da Revolução Farroupilha. 

quinta-feira, 28 de março de 2024

PLANO DO CONTINENTE DO RIO GRANDE (1797)

 

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

Plano topografico do continente do Rio Grande e da Ilha de Santa Catharina tirado dos Planos dados e... / dezenhado e acrescentado com varias notas instructivas sobre o mesmo Plano por Joze Correa Rangel de Bulhoens Ajudante de Infant[a]r[i]a con exercicio de Engnrº. - : s.n.], 1797.

Este Plano Topográfico mostra parte do litoral sul e todo o litoral médio e norte adentrando em Santa Catarina. O interior do Continente do Rio Grande de São Pedro também foi desenhado cartograficamente com destaque para o relevo. 

Abaixo a Vila do Rio Grande, a Ilha dos Marinheiros e o entorno da Barra do Rio Grande. 
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O MAYOR MONSTRO DA NATUREZA

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

Este folheto O Mayor Monstro da Natureza foi publicado em holandês e traduzido para esta versão portuguesa editada em Lisboa Ocidental no ano do 1740. Relata acontecimentos do ano de 1739 quando navegadores/exploradores holandeses estiveram na região da Tartária Setentrional e observaram vestígios de criaturas gigantescas que viveram a muitos anos. Supostos esqueletos gigantescos de tartarugas e outros animais marinhos foram relatados. Esqueletos humanos teriam sido encontrados e tinham até 91 metros de altura. Além dos inúmeros relatos destes vestígios, o tema principal é a cabeça de um peixe ou baleia tão grande que parecia a entrada de uma caverna. 

A Tartária seria uma Terra de Gigantes no passado Pré-Histórico. Sua localização atual está na Sibéria, Turquestão, Grande Mongólia, Manchúria e Tibet. Povos Turcomanos e Mongóis eram seus povoadores. 

Mapa da Tartária em 1705: 

Fonte: Burgomestre de Amsterdã, Nicolaes Witsen (1705). 

Página final do folheto repleto de informações fantásticas: 

O Mayor Monstro da Natureza... Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

IDEAL-CONCERTO (1913)

Almanach de Pelotas para 1913. https://wp.ufpel.edu.br/memoriagraficadepelotas/files/2018/03/1913.pdf

 O cinema Ideal-Concerto de Pelotas foi inaugurado em março de 1912 e estava localizado na esquina das Ruas 15 de Novembro com 7 de Setembro. Este cinema também foi chamado de Ponto Chic termo já usado no anúncio. 

O pacote de serviços não se restringia aos filmes e documentários e também oferecia café, bar, sorveteria, confeitaria, cigarraria com charutos Poock (produzidos em Rio Grande). E este é um aspecto interessante: o Ideal já existia em Rio Grande desde o início do século XX. Terá sido aberto em Pelotas com capital da empresa instalada na cidade vizinha?

quarta-feira, 27 de março de 2024

PLANO DEL RIO GRANDE (1777)

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

Plano de la entrada del Rio Grande de San Pedro, situado en la costa N.E. del Rio de la Plata autoria de D. Tomás Lopez. Editado em Madrid no ano de 1777.

Desde 2 de abril de 1776 os espanhóis foram expulsos da Vila do Rio Grande e as duas margens da Barra do Rio Grande foram ocupadas por tropas portuguesas. Esta planta de 1777 remete a este cenário em que os espanhóis procuraram reverter as perdas com uma nova invasão da Barra do Rio Grande. Pedro Ceballos foi o primeiro governante do Vice-Reino do Prata criado em 1776. Este nobre e militar espanhol planejou a ocupação da Ilha de Santa Catarina, obtendo êxito em 23 de fevereiro de 1776 e avançou com sua frota naval para novamente ocupar a Barra do Rio Grande. Porém, um temporal fez a frota espanhola dispersar no final de março. Esta avançou para o Rio da Prata e lá se reagrupou
promovendo a ocupação militar da Colônia do Sacramento. 

A Vila do Rio Grande ficou prensada com os espanhóis ao sul (em Sacramento) e ao norte (em Santa Catarina). A posição seria insustentável de ser mantida sem obter apoio logístico do Rio de Janeiro (de provinha o pagamento dos soldados e . Ceballos organizou uma marcha por terra para ocupar militarmente Rio Grande. As mudanças na Corte Portuguesa com a morte do Rei D. José I, a subida ao poder de D. Maria I e a demissão do Marquês de Pombal, levaram a assinatura do tratado de paz com o Rei espanhol Carlos III. As pretensões de Ceballos foram frustradas. Em 1 de outubro de 1777 foi assinado entre portugueses e espanhóis o Tratado de Santo Ildefonso, redefinindo a posse sobre territórios e mantendo A Vila do Rio Grande sob controle português.  

DUNLOP

Almanach de Pelotas. https://wp.ufpel.edu.br/memoriagraficadepelotas/files/2022/04/1920.pdf


 Dunlop é a mais antiga fábrica de pneus do planeta. 

O escocês John Boyd Dunlop inventou, em 1888, o pneumático ou pneu a câmara de ar. A produção industrial teve início em Belfast (Irlanda) em 1890. Em 1913 a empresa passou para o controle japonês. Em 2011 a Dunlop inaugurou uma fábrica no Brasil, em Curitiba. 

A importação de pneus Dunlop, no ano de 1920, estava sendo feita pela empresa Leite, Nunes & Irmão atuando em Pelotas, Porto Alegre e Rio Grande. 

COMPANHIA ÍTALO-BRASILEIRA

Guia Ilustrado Comercial, Industrial e Profissional da Cidade e Município do Rio Grande (1938).Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.


 Matéria divulgando a Companhia de Tecelagem Ítalo-Brasileira (Fábrica Nova). 

Neste pequeno histórico da empresa criada em meados da década de 1890, se ressalta que a fábrica era especializada na fabricação de tecidos de algodão que eram transformados de algodão em rama brutos para finos tecidos. No ano de 1938, 700 operários estavam empregados. 

terça-feira, 26 de março de 2024

RAFAEL PINTO BANDEIRA

 

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

Autoria de Carlos Julião (Turim, 1740- Rio de Janeiro,1811) esta aquarela que mostra Rafael Pinto Bandeira (1740-1795). A obra pode ter sido realizada entre 1776-1779. Além de Bandeira estar em destaque com a espada em punho montado em seu cavalo, uma segunda imagem do personagem (não colorizada), pode ser observada na parede do templo. 



No livro "Riscos Illuminados de Figurinhos de Brancos e Negros dos Uzos do Rio de Janeiro e Serro do Frio" autoria de Carlos Julião (Rio de Janeiro, 1960) é feita a seguinte transcrição desta imagem: 

"Alegoria - saindo de um arco triunfal montado a cavalo, um oficial de calções e casaca azul-marinho, véstia vermelha, chapéu de penachos colorido, com as letras F. F., brande uma espada com a mão direita. À esquerda, em primeiro plano, entre ruínas, uma mulher do povo mostra ao filho o herói; ao seu lado um homem também o aponta. À direita, soprando uma longa corneta, outra figura masculina. Em segundo plano, em meio de uma paisagem campestre, soldados, com o mesmo fardamento da figura principal, dirigem um rebanho e soldados inimigos para uma determinada direção. Aquarela colorida 0,367 X 0,263. Na margem inferior do desenho há uma nota manuscrita a lápis, letra do séc. XVIII, com os seguintes dizeres: "Victoria alcançada por Pinto Bandeira de Minas Geraes (de fato do Rio Grande do Sul) contra os Hespanhoes, provavelmente na guerra do Sul em 1762." Pode-se atribuir, portanto, esta alegoria à vitória alcançada por Rafael Pinto Bandeira, Oficial auxiliar do corpo de cavalaria do Rio Grande do Sul, provavelmente criado em 1770 e que usava o chapéu de penacho e letras; os soldados inimigos seriam os espanhóis do Forte de Santa Tecla, conquistado por Rafael Pinto Bandeira a 26 de março de 1776".

CASSINO EM 1938

Guia Ilustrado Comercial, Industrial e Profissional da Cidade e Município do Rio Grande (1938).Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.
 


Algumas imagens do Balneário Cassino ou Vila Siqueira no ano de 1938. 

Observam-se os protetores para os efeitos do sol, veranistas com  trajes de banho e os carros na beira-mar. 

LITORAL SUL EM 1646

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 
 

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

Atlas da Costa do Brasil é constituído por vinte e oito folhas e estão no acervo da Biblioteca Nacional de Portugal. Os manuscritos são em tinta sépia e vermelha e aguadas amarelas. O interessante é que o material foi encontrado encadernado no final de um exemplar do Atlas Theatrum Orbis Terrarum. E isto ocorreu apenas no ano de 1993.

Este material cartográfico é muito parecido com o de João Teixeira Albernaz que é datado de 1640. Autor desconhecido reproduziu aquelas plantas. 

O título desta planta específica é "Do Rio Grande da lagoa até o Rio da Prata", mostrando o litoral sul, o litoral do Uruguai até a altura do Rio da Prata. 

No acesso a Barra do Rio Grande esta escrito: "Barra do Rio Grande da lagoa para barcos". 

No manuscrito consta que a lagoa é de baixa profundidade para acesso. O interior das terras (em direção ao sul) era povoado por charruas e "se fosse habitada por portugueses seria de grande proveito".

O olhar português para uma ocupação desta área só aumentou a partir da criação do Bispado do Rio de Janeiro (1676) com jurisdição até o Rio da Prata e a criação da Colônia do Sacramento (1680) com a militarização e o povoamento da atual cidade de Colônia no Uruguai. 

segunda-feira, 25 de março de 2024

PLANO DO RIO GRANDE DE S. PEDRO

 

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

Plano do Rio Grande de S. Pedro tirado em 1776 (no primórdios deste ano) pelo português José Corrêa Lisboa, Primeiro Piloto da Corveta Penha de França. 

Esta imagem da Barra do Rio Grande interessou muito a Portugal nesta época. O Plano demarcou a posição de fortificações portuguesas (na margem norte em São José do Norte) e das fortificações espanholas (na margem sul em Rio Grande). Foi o momento decisivo das ações militares que levaram em abril deste ano (1776) a retomada luso-brasileira da Vila do Rio Grande que estava ocupada pelos espanhóis desde 1763. 

Para Portugal o cenário do avanço das fronteiras espanholas em direção ao norte poderia significar a perda não apenas do atual Rio Grande do Sul, mas, de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O Brasil português poderia recuar para a altura do Rio de Janeiro e ainda colocando esta Capitania em risco de queda frente a pressão da Coroa Espanhola. 

Lembremos que o Rio de Janeiro se tornou capital no ano de 1763, devido a ocupação espanhola em Rio Grande. O fato foi de tal relevância que a capital foi deslocada de Salvador para o sudeste para melhor apoiar os esforços de retomada da Vila do Rio Grande e de apoio a Colônia do Sacramento do Rio da Prata. A manutenção do controle sobre o Rio de Janeiro também era essencial por ser o porto de escoamento da produção mineradora de ouro e prata da região das Minas Gerais. Portugal sofreria grande penalização metalífera com a perda destes espaços territoriais para os espanhóis.  

Estes fatores conjunturais explicam a existência de tantas plantas/mapas/planos cartográficos mostrando este cenário da Barra do Rio Grande. Se tornou um local essencial entre a costa brasileira e platina na definição dos destinos da expansão colonialista luso-espanhola na América do Sul Atlântica. 

OS LUSÍADAS

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

 

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. 

Esta é uma das primeiras edições (1584) de Os Lusíadas de Luis de Camões (1524-1580). 

Os Lusíadas é uma epopeia humanista publicada em 1572 narrando num poema épico com dez cantos a história de Vasco da Gama e de personagens heroicos portugueses que contornaram o Cabo da Esperança abrindo uma nova rota para a Índia. 

Esta é a mais importante obra da literatura em língua portuguesa. É o épico nacional de Portugal. 

domingo, 24 de março de 2024

COLAPSO DO SISTEMA ELÉTRICO

 

O novo temporal evidenciou mais uma vez as dificuldades no fornecimento elétrico no Rio Grande do Sul. As queixas voltadas a Porto Alegre e cidades em seu entorno se tornam cada vez mais frequentes. Em Rio Grande, o cenário tem sido desalentador. O temporal da madrugada do dia 21 ainda está tendo desdobramentos: na tarde do sábado, dia 23, mais de 23 mil unidades consumidoras da CEEE Equatorial ainda permaneciam sem luz elétrica. Manifestantes, neste sábado, estavam bloqueando trechos da BR-392 revoltados com a falta de luz. Os prejuízos causados à população e ao comércio são de grande monta. 

Não estamos preparados para as mudanças climáticas e a intensificação de eventos extremos. 

A herança de sucateamento recebida pela Equatorial não era nada promissora. Estamos ainda na época Ciméria dos postes de madeira devorados por cupins (livre e ficcional leitura de Howard). Estrutura pífia a ser enfrentada deve ser conhecimento da empresa antes de disputar uma licitação. Porém, reconhecendo problemas históricos, a empresa tem superado todas às expectativas e gerado revolta. Desde as respostas dos canais de comunicação (quando ocorrem) totalmente sem previsão para a realização de serviços até o tempo excessivo para o retorno da eletricidade. E isto não ocorre apenas nos temporais ou vendavais, mas, no dia-a-dia são frequentes as interrupções. Lamentável que uma empresa sem estrutura tenha se lançado para ganhar uma licitação sem ter condições de fornecer um bom serviço. Olhei a pouco no site Reclame Aqui (acessado em 24-03-2024) e o problema já é histórico. Como podemos observar das avaliações abaixo: 


Observamos que com o serviço deficiente que é prestado no Rio Grande do Sul a nota ainda está em 6,0 (regular). Para que em Goiás e no Amapá (CEA) a carinha esteja vermelha e irada, a situação deve estar ainda pior. O leitor percebeu que a Equatorial atua em sete estados brasileiros e em nenhum chegou a nota 7?

Vejamos mais detalhes voltados ao Rio Grande do Sul (a CEEE Equatorial):

https://www.reclameaqui.com.br/empresa/ceee-rs/Acesso em 24-03-2024. 

Este balanço feito até 29 de fevereiro, que inclui a indignação dos efeitos do temporal recente, evidenciou que apenas 42,9% dos consumidores que reclamaram voltariam a fazer negócio com a empresa. Das reclamações avaliadas a nota ficou em 3,85. 

Além de todos os problemas ligados ao clima o Rio Grande do Sul está numa situação difícil na questão da qualidade do serviço de fornecimento de eletricidade. Esclareço que a CEEE Equatorial atual em apenas 72 municípios do RS e 1,8 milhões de consumidores. A área de concessão abrange os litorais norte, médio e sul (entre Torres a Santa Vitória), além da região de Porto Alegre se estendendo para o oeste e o sul até região de Pelotas, Bagé e Rio Grande.  Quais destes municípios estão com problemas? As outras concessionárias estão bem cotadas? É um problema estrutural ou específico que o RS está passando? 

Em síntese: independente das conjecturas o que importa é quando se paga por um serviço é porque ele tem condições técnicas de ser oferecido. Só o que nos restou no momento é o paradigma "pulex esperniantis" e clamar pelo "fiat lux". 

sábado, 23 de março de 2024

SÃO PEDRO

 

Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal.

Que informações podemos obter desta gravura?

É uma gravura impressa na Litografia do Castro (Lisboa), em preto e branco e desenho de Dias da Costa. 

O título é: "S. Pedro Padroeiro da Província do Rio Grande do Sul". A descrição nos remete ao período Imperial Brasileiro em que o Rio Grande do Sul era Província e não Estado (denominação dada na República). Na descrição da Biblioteca Nacional de Portugal, a datação provável é 1860. 

No lado inferior direito o carimbo: Biblioteca Nacional de Lisboa. 

Referência a Catedral de São Pedro na cidade do Rio Grande: "Festeja-se com pompa solene na Matriz do Rio Grande". 

Terá esta gravura circulado em Rio Grande naquela época?

Na iconografia observamos um homem já idoso e com barba segurando na mão esquerda duas chaves dadas por Cristo como simbologia para abertura do Reino dos Céus. Na mesma mão, Pedro segura o hierofante com a cruz papal tripla. Pedro foi o primeiro papa da Igreja e o significado das três cruzes é sacerdócio, jurisdição e magistério. Em sua cabeça está a mitra papal. 


PRAÇA SETE DE SETEMBRO

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 
 

Como está escrito no cartão-postal do editor Pitombo Lima este é um trecho da "Praça Sete de Setembro" (antiga Praça do Poço). 

Esta rua é a Fernando Duprat e o prédio da direita, em primeiro plano, está na esquina com a Rua Luiz Loréa (antiga Rua do Fogo e nesta época Rua 20 de Fevereiro). O prédio de dois pisos ao fundo é o Hospital do Carmo (na rua Uruguayana atual Avenida Silva Paes). Os automóveis (um Ford 1929 estava saindo da concessionária...) estão estacionados no entorno do Hospital. 

O cartão-postal, tendo por referência outros cartões da coleção deste Editor, deve ter sido editado em 1929-1930. 

Cena atual tendo ao fundo a Escola Juvenal Muller. https://earth.google.com/

Comparando com a imagem atual do google earth constatamos que a arquitetura foi completamente modificada. Nenhum daqueles prédios sobreviveram. Inclusive, implodiu o belo casarão colonial da esquina que adentrava sua construção, hipoteticamente, ao século XIX (1850-1870?). Nas paredes estavam duas placas de identificação das ruas. Em tempos em que até a cadeira do Visconde do Rio Branco foi roubada na Praça Sete de Setembro, as placas de bronze, nesta esquina, teriam tido uma vida muito curta. 

MOLHE OESTE NO ÚLTIMO DIA DO VERÃO

 

Fotografias: Luiz Henrique Torres. Cassino, 19-03-2024. 




Algumas imagens obtidas do Molhe Oeste da Barra do Rio Grande na tarde do dia 19 de março de 2024. 

Uma embarcação da Marinha do Brasil adentrou o Canal de Acesso. Trata-se do NapOc Mearim (G-150), um navio de apoio oceânico que foi comissionado em 2018.  

No final do dia 20 e no início da madrugada do dia 21, o outono deixou a lembrança de que o El Niño continua em atividade. Intenso temporal atuou em Rio Grande. 

sexta-feira, 22 de março de 2024

26 HORAS

Fotografias: Luiz Henrique Torres. 
 

Fiquei 26 horas sem luz em minha residência. E até tive sorte. Muitas ruas da cidade do Rio Grande continuam sem luz. O vento chegou a 137km/h (conforme a Defesa Civil) e causou muitas quedas de árvores e postes. 

As condições meteorológicas eram favoráveis a esta ocorrência de chuva de 50-60mm em poucas horas e de ventos fortes. A pressão atmosférica estava em apenas 998 mb quando a frente fria começou a entrar violentamente às 2h30 da madrugada do dia 20 e a luz caiu. Para se ter uma ideia, às 23 horas do dia 22 a pressão está em 1.025,4 mb. Em cerca de 40 horas a pressão atmosférica subiu 27 pontos.  

O sinal de internet e telefone também desapareceram garantindo 26 horas de silêncio e escuridão noturna. 

Algumas fotografias mostram alguns aspectos do vendaval. As imagens foram realizadas nas ruas do entorno de minha residência e no Parque Marinha. Parte da cidade também está repleta destas cenas. Mais de 70 casas foram destelhadas. O trabalho é de desobstrução, limpeza, reconstrução e, especialmente, da religação da frágil estrutura de energia elétrica. A luz é um item fundamental e indispensável para a manutenção da rede relacional de sobrevivência no cotidiano. 

Queda da fiação. Nesta rua os moradores continuam sem luz. 

Queda sequencial de postes no Parque Marinha. 

Muro de metal e madeira arrancado. 

Rua interditada. 

A rua em frente ficou interditada com a queda de árvores. 

quinta-feira, 21 de março de 2024

CINEMAS E TEATROS EM 1938

Guia Ilustrado Comercial, Industrial e Profissional da Cidade e Município do Rio Grande (1938).
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.

 O Guia de 1938 traz a relação dos cinemas e teatros que funcionavam na cidade do Rio Grande. 

Estavam em atividade: o Avenida (no Canalete), o Carlos Gomes (na Bacellar), o Sete de Setembro (na Bacellar), o Guarany (na 24 de Maio), o Politeama (Andradas) e o Radio-Teatro (Marechal Floriano). 

LABORATÓRIO EKA

https://wp.ufpel.edu.br/memoriagraficadepelotas/files/2022/04/1920.pdf

 O Laboratório EKA fabricava uma ampla linha de produtos químicos desde os farmacêuticos, perfumaria, bebidas, inseticidas etc. Gularte & Santos eram os agentes diretos em Pelotas e Rio Grande. 

Não diferente do tempo presente em que chegamos a ter uma ou duas farmácias em cada quadra da área central em Rio Grande, no ano de 1920, era muito acirrada a disputa pelo mercado de venda de remédios e similares. Alopatia e homeopatia disputavam os consumidores. Um exemplo disto está nos inúmeros anúncios nos jornais, almanaques, revistas etc.  

ARMAZÉM RAMALHETE

Guia Ilustrado Comercial, Industrial e Profissional da Cidade e Município do Rio Grande (1938).
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.

 O Armazém Ramalhete, neste ano de 1938, era dos comércios mais antigos que continuava atuando em Rio Grande. 

Sua fundação recua a 1880 e seu lema em inúmeros anúncios publicados desde a década de 1890 até 1915 (período que pesquisei) era "vender barato". 

No presente, o prédio na esquina da Rua Benjamin Constant com Luiz Loréa é o mesmo desde 1910. O aspecto positivo é que está relativamente bem conservado.  

https://www.google.com.br/maps/

quarta-feira, 20 de março de 2024

OUTONO INICIANDO COM TEMPESTADE

 

Imagem do Goes 16 - Canal 7 das 23h do dia 20-03-2024. . https://satelite.cptec.inpe.br/home/index.jsp

Hoje, 20 de março, está iniciando o outono de 2024. 

O calor excessivo, assim como tem sido em parte do mês de março, marcou o início do outono. Porém, nas próximas horas uma intensa frente fria vai cruzar o Rio Grande do Sul e fazer as marcas do dia seguinte serem amenas. 

O  início da madrugada desta quinta-feira será tenso no extremo-sul do RS. Neste momento, a temperatura em Rio Grande é de 27 graus e a sensação térmica é de 31 graus às 23h00. A pressão atmosférica é de apenas 1.000 mb. A umidade está em 90%. Nestas condições de temperatura alta, pressão atmosférica muito baixa e umidade alta, a entrada de uma frente fria pode representar um razoável perigo. 

Vou buscar agora, enquanto escrevo a matéria, as imagens de radar do cenário atmosférico deste final de noite. Vejamos:

O radar de raios mostra uma atividade elétrica muito alta entre o Oeste do Uruguai e o a região de Santa Vitória do Palmar até Rio Grande. 

https://metsul.com/raios/ 20-03-2024 22h50. 

O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu este Alerta Vermelho de Tempestades válido das 0:00 até 9:00 desta quinta-feira.


Este é o aviso completo: "INMET publica aviso iniciando em: 21/03/2024 00:01. Chuva superior a 60 mm/h ou maior que 100 mm/dia, ventos superiores a 100 km/h, e queda de granizo. Grande risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores, alagamentos e transtornos no transporte rodoviário. Desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia. Em caso de enxurrada, ou similar, coloque documentos e objetos de valor em sacos plásticos. Em caso de situação de grande perigo confirmada: Procure abrigo, evite permanecer ao ar livre. Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193)".

O cenário é problemático. Quem mora em Rio Grande sabe que uma sensação térmica de 31 graus às 23h é uma anomalia. Na torcida para que seja apenas um susto a mais ainda legado pelo El Niño que tantos danos causaram no Brasil em 2023/2024.