O novo temporal evidenciou mais uma vez as dificuldades no fornecimento elétrico no Rio Grande do Sul. As queixas voltadas a Porto Alegre e cidades em seu entorno se tornam cada vez mais frequentes. Em Rio Grande, o cenário tem sido desalentador. O temporal da madrugada do dia 21 ainda está tendo desdobramentos: na tarde do sábado, dia 23, mais de 23 mil unidades consumidoras da CEEE Equatorial ainda permaneciam sem luz elétrica. Manifestantes, neste sábado, estavam bloqueando trechos da BR-392 revoltados com a falta de luz. Os prejuízos causados à população e ao comércio são de grande monta.
Não estamos preparados para as mudanças climáticas e a intensificação de eventos extremos.
A herança de sucateamento recebida pela Equatorial não era nada promissora. Estamos ainda na época Ciméria dos postes de madeira devorados por cupins (livre e ficcional leitura de Howard). Estrutura pífia a ser enfrentada deve ser conhecimento da empresa antes de disputar uma licitação. Porém, reconhecendo problemas históricos, a empresa tem superado todas às expectativas e gerado revolta. Desde as respostas dos canais de comunicação (quando ocorrem) totalmente sem previsão para a realização de serviços até o tempo excessivo para o retorno da eletricidade. E isto não ocorre apenas nos temporais ou vendavais, mas, no dia-a-dia são frequentes as interrupções. Lamentável que uma empresa sem estrutura tenha se lançado para ganhar uma licitação sem ter condições de fornecer um bom serviço. Olhei a pouco no site Reclame Aqui (acessado em 24-03-2024) e o problema já é histórico. Como podemos observar das avaliações abaixo:
Observamos que com o serviço deficiente que é prestado no Rio Grande do Sul a nota ainda está em 6,0 (regular). Para que em Goiás e no Amapá (CEA) a carinha esteja vermelha e irada, a situação deve estar ainda pior. O leitor percebeu que a Equatorial atua em sete estados brasileiros e em nenhum chegou a nota 7?
Vejamos mais detalhes voltados ao Rio Grande do Sul (a CEEE Equatorial):
https://www.reclameaqui.com.br/empresa/ceee-rs/Acesso em 24-03-2024. |
Este balanço feito até 29 de fevereiro, que inclui a indignação dos efeitos do temporal recente, evidenciou que apenas 42,9% dos consumidores que reclamaram voltariam a fazer negócio com a empresa. Das reclamações avaliadas a nota ficou em 3,85.
Além de todos os problemas ligados ao clima o Rio Grande do Sul está numa situação difícil na questão da qualidade do serviço de fornecimento de eletricidade. Esclareço que a CEEE Equatorial atual em apenas 72 municípios do RS e 1,8 milhões de consumidores. A área de concessão abrange os litorais norte, médio e sul (entre Torres a Santa Vitória), além da região de Porto Alegre se estendendo para o oeste e o sul até região de Pelotas, Bagé e Rio Grande. Quais destes municípios estão com problemas? As outras concessionárias estão bem cotadas? É um problema estrutural ou específico que o RS está passando?
Em síntese: independente das conjecturas o que importa é quando se paga por um serviço é porque ele tem condições técnicas de ser oferecido. Só o que nos restou no momento é o paradigma "pulex esperniantis" e clamar pelo "fiat lux".
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