Acervo: Biblioteca Nacional de Portugal. |
Plano do Rio Grande de S. Pedro tirado em 1776 (no primórdios deste ano) pelo português José Corrêa Lisboa, Primeiro Piloto da Corveta Penha de França.
Esta imagem da Barra do Rio Grande interessou muito a Portugal nesta época. O Plano demarcou a posição de fortificações portuguesas (na margem norte em São José do Norte) e das fortificações espanholas (na margem sul em Rio Grande). Foi o momento decisivo das ações militares que levaram em abril deste ano (1776) a retomada luso-brasileira da Vila do Rio Grande que estava ocupada pelos espanhóis desde 1763.
Para Portugal o cenário do avanço das fronteiras espanholas em direção ao norte poderia significar a perda não apenas do atual Rio Grande do Sul, mas, de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O Brasil português poderia recuar para a altura do Rio de Janeiro e ainda colocando esta Capitania em risco de queda frente a pressão da Coroa Espanhola.
Lembremos que o Rio de Janeiro se tornou capital no ano de 1763, devido a ocupação espanhola em Rio Grande. O fato foi de tal relevância que a capital foi deslocada de Salvador para o sudeste para melhor apoiar os esforços de retomada da Vila do Rio Grande e de apoio a Colônia do Sacramento do Rio da Prata. A manutenção do controle sobre o Rio de Janeiro também era essencial por ser o porto de escoamento da produção mineradora de ouro e prata da região das Minas Gerais. Portugal sofreria grande penalização metalífera com a perda destes espaços territoriais para os espanhóis.
Estes fatores conjunturais explicam a existência de tantas plantas/mapas/planos cartográficos mostrando este cenário da Barra do Rio Grande. Se tornou um local essencial entre a costa brasileira e platina na definição dos destinos da expansão colonialista luso-espanhola na América do Sul Atlântica.
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