Situação dramática está em curso atingindo os servidores da FURG.
Um patético documento recebido da PROGEP no dia 27 de outubro prenunciou um dos piores dias do Funcionário Público que foi "comemorado" no dia 28 de outubro.
O Memorando relatava sobre o Plano de Saúde com a Unimed Litoral Sul em vigência desde 2009. Em 2023 o reajuste foi de 9,63%, mas a empresa ainda ficou insatisfeita, pedindo reajuste exorbitante, e está encerrando o contrato.
Porém..., licitação aberta e vejam que é a vencedora? Exatamente, Unimed Litoral Sul, aquela que não queria mais trabalhar com a FURG (com os valores antigos...). O detalhe é que está reassumindo de forma triunfante com módico reajuste em sua tabela por faixa etária: 59 ou mais, no meu plano atual, o reajuste foi de apenas 93,78%. Em apenas um ano, o plano mais do que dobrou de valor. A nova tabela apresentada lembra a aquisição por um particular de um plano de saúde e não um plano empresarial em que os valores são muito menores.
Depois da Reforma da Previdência, da Reforma Fiscal (em curso) chegou a hora da Reforma do Plano de Saúde.
Abandonar o plano de saúde é uma situação temerária, pois foram 14 anos alimentando os cofres da empresa e usando esporadicamente os serviços. Com o avançar da idade os problemas de saúde começam a emergir e o uso se faz necessário. No ano passado, a única vez que precisei de um procedimento cirúrgico grave e urgente, a empresa arrastou a autorização pelo prazo máximo dado pela Agência Nacional de Saúde para liberação que é de 21 dias úteis. Neste período, o setor administrativo, me fez realizar vários deslocamentos Unimed/médico/hospital exigindo que o cirurgião preenchesse questionários com perguntas voltadas a se apenas medicação já seria suficiente: tudo para evitar o gasto do plano de saúde com a cirurgia. E a cada dia que passava a expectativa só aumentava e o mal estar físico e psíquico também: qual o motivo de não liberarem, pois vencendo o prazo teriam de judicialmente autorizar? A esperança da empresa é que nestes 21 dias úteis o usuário viesse a óbito evitando o gasto?
A perda de credibilidade não se restringiu a este momento crítico: médicos que historicamente consultei pela Unimed Litoral Sul deixaram de ter convênio e agora é preciso pagar consulta particular; exames que precisam ser feitos com celeridade acabam levando até um mês para conseguir realizar sendo preciso fazê-los particular; médicos que estão no convênio disponibilizam algumas "fichas de atendimento" num dia específico em mês futuro para atendimento em tal data futura. E ainda, com o detalhe que se passa o dia ligando e não se consegue falar com a secretária, pois o telefone parece estar fora do gancho; um pronto atendimento que consegue ser pior que UPA: passei mal, em dois momentos, e haviam entre 15 e 20 pessoas na frente para atendimento e apenas um médico para dar conta. Fui na UPA do Cassino e havia apenas duas pessoas na frente no início da madrugada.
Um atendimento 10% e um reajuste de mais de 100% em 2023?
Num ano de tantos problemas de saúde e perdas afetivas esta é mais uma punhalada a ser superada.
Até final de novembro é o prazo estipulado para rescindir o contrato com a empresa. Vou assinar o desligamento deste contrato. Talvez não vou ser o único a chegar a esta difícil decisão.
Lamento profundamente pelo dilema -em ficar ou sair do plano e pelos prejuízos financeiros-, que inúmeros funcionários da FURG terão de assumir. Numa projeção de 2024 com reajuste salarial já anunciado de 0%, o impacto dos gastos com saúde serão muito pesados no orçamento familiar dos servidores.