Acervo: Autor. |
Este cartão-postal fotográfico remete a uma temporalidade hipotética de 1945.
Cenário da Praça Xavier Ferreira tendo ao fundo o prédio da Câmara do Comércio, a torre da Alfândega, a Coluna da Liberdade e a cúpula da Alfândega.
A proposta deste blog é instigar a leitura, o conhecimento e a investigação dos processos históricos. Livros com temas ligados a História do RS e Hist. do Município do Rio Grande estão disponíveis para leitura ou baixar (basta clicar em cima da imagem da capa do livro ou copiar o link com o botão direito do mouse). Também serão abordados temas de "História e Terror", "Literatura Fantástica", "Graphic Novel-HQ" etc. Administradora: Rejane Martins Torres. Facebook: Professor Torres
Acervo: https://www.avenidalivros.com.br/ |
A fotografia mostra à beira-mar do balneário Cassino (chamado de Villa Sequeira) com as casinhas de aluguel para troca de roupa pelos banhistas. Em 1890 estas casinhas de troca de roupa e a presença de salva-vidas, além da estrutura de um balneário planificado para o banho de mar medicinal (ferrovia, restaurante, hotel, casas de aluguel, espaço para bailes e apresentações artísticas, comércio de venda de produtos europeus para o banho de mar, casas de veraneio etc), fazia surgir o primeiro balneário pensado e planificado -a partir de 1885-, para fins específicos de veraneio e banho de mar em nível de Brasil.
Manuscrito no anverso do cartão (o verso não foi disponibilizado para identificação da cidade do destinatário) está a seguinte mensagem: "Nininha. Muito grata pelo seu atencioso cartão, envio a todos muitas saudades. Lucilia". "Nora com prazer, recebeu o beijo de seu noivo e pede-me que daqui lhe envie muitos". A finalização é ótima no convite para partilhar "em pensamento" o banho de mar de Lucilia e Nora: "Vamos para o banho. Não querem acompanhar-nos?".
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
O bonde elétrico que circulava pela Avenida Rheingantz (observa-se a chaminé e o prédio da administração da União Fabril ao fundo) fazia uma curva acentuada para ingressar na Rua 24 de Maio. O trânsito, os prédios, a pavimentação e a espacialidade se modificaram muito desde que esta fotografia foi realizada a cerca de um século. Datação hipotética: 1920.
https://www.google.com.br/maps/ |
Acervo: Autor. |
Este cartão-fotográfico do Foto-Postal Colombo faz parte de uma série de dezenas de imagens obtidas em Rio Grande no ano de 1959. A materialidade patrimonial daquele momento ficou registrada em fotos aéreas e terrestres.
Um dos patrimônios materiais de arte pública que chamava a atenção é o chafariz das Três Graças que demarca a centralidade da praça Xavier Ferreira.
Os prédios ao fundo do chafariz estão na Rua Marechal Floriano e as duas torres da Igreja do Carmo despontam entre a árvore e o prédio (CEF) na parte central do cartão.
A Coluna da Liberdade tem ao fundo a face do prédio da Alfândega pela Rua dos Andradas.
Esta imagem é um momento congelado do tempo que recua a 64 anos.
Acervo: Autor. |
Detalhe de um cartão editado por R. Strauch/Livraria Rio-Grandense e datado de 1912. Esta é a rua Marechal Floriano na altura do prédio da Alfândega.
Ao analisar notícias e anúncios da imprensa do Rio Grande neste período, a cidade vivia (para segmentos mais privilegiados) uma belle époque com expectativas de avanços econômicos.
O comércio de exportação e importação mantinha um ritmo promissor e a cidade era um entreposto de produtos atuais do que havia de mais desenvolvido na tecnologia mundial (europeia e norte-americana). Um exemplo era a empresa Bromberg. O ritmo das indústrias locais as projetavam na esfera nacional como o caso da Leal Santos, Rheingantz, Poock e Ítalo-Brasileira. As expectativas da construção do Porto Novo e dos Molhes da Barra pela Companhia Francesa se efetivaram em 1915.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e as crises no comércio internacional decorrentes fez com que o cenário se torna-se diferente entre às décadas de 1920-1930.
Em 1912, frente aos inúmeros eventos sociais e atrações públicas como teatro, cinema, clubes, confeitarias etc, a imagem destas senhoras caminhando com os clássicos vestidos longos e chapéus emplumados da belle époque (roupas do ano do afundamento do Titanic) é coerente com o estágio promissor da cidade portuária mais ao sul do Brasil.
No cartão-postal do editor José Regina a centralidade está no monumento da Liberdade (1889) na Praça Xavier Ferreira na época chamada de Praça General Telles.
Datação por volta de 1925. Os prédios ao fundo estão na rua Marechal Floriano, pois a estátua, que representa a abolição da escravidão no Brasil, está voltada para a Lagoa do Patos e para às embarcações ancoradas no Porto Velho.
O Intransigente 11-11-1911. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
O Intransigente, 23-07-1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Ontem, quarta-feira, 14h30 retornou a luz. Não sei por quanto tempo durará mas aproveitei para utilizar sem parcimônia o notebook. Afinal, um grande volume de material da universidade estava se arrastando pela ausência de internet e reduzidíssimo tempo de utilização pela falta de energia.
Na postagem de ontem evoquei o deus egípcio Rá, o Deus Sol que conduz a Terra por um caminho seguro e que garante a sobrevivência da espécie humana. Valeu o pensamento.
Foram 157 horas sem energia elétrica. Uma novela gótica de sete dias com direito a catacumbas sombrias e luzes tênues de velas ou lanternas que teimavam em se esvair rumo à escuridão. Fósforos, pilhas, leds vacilantes faziam o conjunto espectral das formas projetadas nas paredes.
Os escritores anteriores as últimas décadas do século XIX deviam catar letras que escorriam em suas canetas tinteiro: é difícil escrever ou digitar com o mínimo de luz! Claro, eles deveriam estar tecnologicamente melhor preparados com velas encorpadas, lampiões, lareiras... Nos iludimos com a tecnologia da iluminação elétrica e nos desabilitamos a estes sentidos mais aguçados dos movimentos noturnos. A íris se tornou preguiçosa frente a tanta abundância de luzes e cores. Porém, para realizar a fantasia da abundância é preciso dispor da competência no fornecimento e aí podemos nos iludir e até deprimir.
Se realmente normalizar a energia, o pé continua atrás, precisamos lançar nossas vibrações e pressões para que todos aqueles que ainda estão passando por este momento difícil recebam a luz que está faltando em suas vidas. Parece que um grande esforço precisa ser redobrado para que isto aconteça. Estou na torcida pela normalização total do abastecimento.
Aqui no escurinho da madrugada permanecemos na espera de dias melhores.
A carga do smartphone que está se exaurindo é carregada diariamente, a 10 km de casa, graças a gentileza de um ser que em sua residência está sendo iluminado pela luz elétrica.
Escrevo para lembrar a "Companhia Ciclone Equatorial": ENTRAMOS NO SÉTIMO DIA DAS TREVAS. SÃO 144 HORAS SEM LUZ.
Tenho de postar rápido pois a bateria está em 12%.
Amanhã será outro dia e que medito para que o Deus Rá cruze a eclíptica radiante e aquecendo os ossos congelados da noite invernal.
Av. Presidente Vargas. |
Dependendo da mídia não existiu esta interrupção na Av. Presidente Vargas na tarde do dia 17 de julho. Nem uma nova obstrução nas imediações da Ponte dos Francesas.
São histórias que vão se perder como se a população estivesse apática e não fazendo protestos frente as 120 horas sem energia elétrica.
Perderam os alimentos refrigerados, estão passando frio e no escuro, estão sem acesso a Internet tantas vezes utilizada para o trabalho. Talvez e com razão temam serem assaltados na escuridão apesar de vivermos numa das cidades de menor criminalidade do país.
O que está acontecendo exigirá no mínimo uma audiência pública para questionar e saber de um plano de contingenciamento realista e honesto para os próximos eventos climáticos.
É preciso que não se repita de receber durante cinco dias está mensagem esdrúxula.
5 dias esperando a equipe fantasma que já está trabalhando. Foram dezenas de vezes enviada está mensagem.
Continuamos no frio polar esperando o nascer do sexto dia.
108 horas sem energia!
Encontrar uma das "500 equipes" de manutenção pós ciclone só num roteiro de ficção científica que vai desbancar Avatar.
O silêncio da mídia e do poder público é mais aterrador do que o ciclone. Nos canais de comunicação públicos não está faltando energia elétrica. Na mídia oficial uma aceitação completa da lentidão creditada ao ciclone. Nenhum questionamento a falta de qualidade do serviço.
As equipes que estão prestando o atendimento na minha região podem ser observadas nesta fotografia onde reside o "complexo" problema da falta de luz.
Nas fotos se observa a atuação exaustiva das equipes.
Dica para não se perderem:
Temos o número do transformador. Tem um fio com uma bucha caída no chão e uma bucha queimada junto ao transformador. Infelizmente não fiz um curso de eletrotécnico para poder ajudar na troca.
O Intransigente, 19-10-1912, Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Roberto Socowski, 15-07-2023, 15h. |
Não estamos preparados para o El Niño ou para mudanças climáticas!
A infraestrutura pífia não pode responder minimamente a eventos médios climáticos.
Com o ciclone desta semana se evidenciou a fragilidade ou incompetencia na resposta a um evento que poderá se tornar mais persistente em curto espaço de tempo. Os eventos extremos estão acelerando. Esperava minimamente uma resposta incisiva de uma força tarefa estruturada e numerosa atuando em Rio Grande para religamento da energia elétrica. Muitas equipes atuando num esforço de prioridade estadual. É desolador. É patético. Já temos uma duplicação estadual abandonada e muito perigosa para a circulação em área urbana (trechos estão sem acostamento) e agora se soma o abandono da escuridão.
De fato o Ciclone Extra- Tropical Equatorial (CEEE) tem sido mais devastador que o evento climático desta quarta e quinta-feira.
Já são mais de 80 horas sem energia. Numa tentativa de religar a luz na madrugada passada devem ter invertido os polos e a fiação pegou fogo num show pirotécnico de festa junina fora de época. Está garantida a escuridão e a perda total de alimentos de geladeira e freezer. A água da caixa também acabou. Talvez seja o treinamento para um estado de guerra e a cidade Rio Grande foi escolhida para cobaia. Garanto que se depender da CEEE não podemos em hipótese alguma entrar numa guerra. Fomos reprovados. Fomos derrotados. Hospital, comércio e prestação de serviços tiveram paralisações ou prejuízos que vão infinitamente além desta minha preocupação domiciliar.
Desolador a fragilidade deste sistema elétrico. Mais desolador foi a capacidade de resposta. Esdrúxulo o serviço de atendimento ao cliente que só enrola e nada diz. Estamos na mão da natureza para que a cauda do próximo ciclone não pouse em nossas cabeças e teste nossa infraestrutura incompetente.
Neste sábado a população da localidade da Mangueira e da imediações da Roberto Socowski obstruiu a pista queimando pneus em protesto. Revoltados com o abandono e com suas seguranças na escuridão da noite eterna que se abateu.
Por enquanto é passar a noite no frio da noite polar e olhando o movimento da vela na mesa. A Idade das Trevas medievais voltou.
O Intransigente, 23 de outubro de 1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
O Intransigente, Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
E surge mais uma casa comercial o "Sport-Bar" que servia de cafés até a la minuta. Localizada no ponto mais badalado que era a Marechal Floriano esquina com a Andradas - tendo por referência a praça mais glamorosa: a Xavier Ferreira que na época se chamava Praça General Telles.
A "dignissima freguezia" poderia virar a madrugada no estabelecimento que era dotado até de "telephone". Mas que certamente não era para tele-entrega.
O Intransigente, 23-06-1912. Acervo Biblioteca Rio-Grandense. |
A indústria vinícola portuguesa basicamente abasteceu o Brasil desde o período Colonial.
Ao lado do azeite de oliva eram os produtos de maior incremento nas importações brasileiras com a ex-metrópole.
No ano de 1912, a disputa de mercado dos vinhos portugueses continuava acirrada e sendo os preferidos no mercado consumidor. Isto que neste período, já se esboçava a concorrência com a produção vinícola realizada no Rio Grande do Sul: inicialmente com a uva Isabel na Ilha dos Marinheiros (e outras cepas) e com a produção vinícola de ítalo-brasileiros na Serra Gaúcha. Porém, um longo caminho secular foi trilhado para o surgimento dos chamados vinhos finos gaúchos cujas técnicas Portugal já dominava.
O Intransigente, 23-07-1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Estamos no ano de 1912!
No depósito da empresa de exportação e importação Cunha, Freitas & C. estava disponível para venda a vareja a "Manteiga da Quinta" de pura nata. A manteiga foi premiada com medalha de ouro na Exposição Estadual de 1901 e era fabricada por Abdon Salies & Filho. Conforme o anúncio "é a melhor manteiga nacional que há no mercado".
Os campos na região da Vila da Quinta e em direção ao sul eram propícios para a criação de gado leiteiro. No caso, para o aproveitamento do leite para a produção de manteiga.
Cine Glória cerca do final dos anos 1950. Esquina das ruas Benjamin Constant com Dr. Nascimento. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
“Ir ao cinema era quase uma obrigação, a gente nos fins de semana já sabia que o programa era aquele, era ir ao cinema não é? É porque vinham filmes muito bons, tanto europeus como americanos. Então a gente gostava de assistir a esses filmes. Antes da sessão, ficávamos reunidos na ante-sala conversando e trocando ideias, contando as novidades, fazendo as fofocas (risos)”. Walter Albrecht
Como
participei recentemente da banca de monografia de conclusão do Curso de
História Bacharelado (FURG) defendida por Fernando Marrera com o tema “Circuito
Cinematográfico Glória”, farei uma breve abordagem das informações trazidas por
esta monografia em relação, especificamente, ao Cine Glória.
O surgimento
da Empresa Francisco Cupello & Cia. Ltda que passou a ser mais conhecida
como Circuito Cinematográfico Glória, estendeu sua atuação por várias cidades
do Rio Grande do Sul e de outros estados brasileiros.
O Cine Glória
foi inaugurado no mesmo ano em que o Cine-Teatro Politeama foi demolido: 1955.
O antigo prédio do Politeama localizado na rua Duque de Caxias esquina com
General Câmara, marcou a cultura local durante décadas mas não correspondia
mais a nova visão ‘modernizadora’ que o Circuito Glória implementava. O jornal
Rio Grande de 26 de outubro de 1955 deixou este registro: “Silencioso e vazio,
o velho Politeama-Riograndense, de tantas glórias passadas, aguarda, agora, que
os demolidores ponham abaixo as suas paredes. Grandes atores do passado,
cantores que brilharam sob as luzes da sua ribalta, jovens e velhos artistas
que no seu palco vislumbraram a gloria e conheceram as urzes do fracasso,
levantam-se hoje, como fantasmas redivivos, e sacudindo a poeira do tempo, dão
a velha casa de espetáculos o seu adeus, que é o adeus de todos nós a uma época
perdida no cemitério da história”.
No Cine Sete
de Setembro e no Glória, o padrão arquitetônico art-déco foi utilizado para
atender as exigências modernas das construções, trazendo um aspecto limpo e
sóbrio. As principais alterações da Empresa no aspecto estrutural se faziam no
âmbito da fachada do edifício, na instalação de luzes indiretas, na aquisição
de poltronas anatômicas e na instalação de acessórios de decoração que
garantissem elegância às novas salas.
Em 5 de julho de 1955, o jornal Rio Grande
noticiava: “O povo riograndino terá, dentro em breve, a maior sala de
espetáculos cinematográficos à sua disposição. Empresa progressista, Cinema
Cupello S.A., tomando a si o comércio da projeção cinematográfica em nossa
cidade, não estacionou sobre as salas existentes e, poucos anos depois do
início de sua atividade entre nós, já apresentava o novo 7 de setembro, dotado
com todos os requisitos de um cinema moderno. Surgiu então, o projeto do Cine
Teatro Glória, a ser erguido na rua Dr. Nascimento, defronte ao C.E. Lemos
Junior. E, daí a execução, um curto período”.
Nascia a maior
sala de cinema que a cidade já teve! A inauguração do Glória, apesar do prédio
não estar completamente pronto, ocorreu em 3 de dezembro de 1955 com a exibição
do filme ‘Um Fio de Esperança’. A sala também era chamada de Palácio do
Cinemascope, um sistema de projeção criado em 1953 e que proporcionava maior
fidelidade na imagem e no som. O Cine Glória comportava 2.500 lugares e contava
com um amplo hall de entrada. As poltronas eram anatômicas e distribuídas em
plateia alta e plateia baixa, sendo o cinema com maior capacidade na zona sul
do Estado. Conforme a revista Cinelândia (circulava nos cinemas a partir de
1950), o Cine Glória possuía projetores que custavam 600 mil cruzeiros cada um,
além de ‘som estereofônico perspecta, direcional, de alta fidelidade e que é
servido por 17 alto falantes’ (Cinelândia, 04-12-1955).
O croqui para
a construção do Cine Glória exibe a fachada com a presença de vitrines e lojas
nas laterais, com ênfase na aglomeração do público ao redor desses espaços. As
vitrines eram destinadas principalmente a confeitarias, cafés, lojas de
vestuário, evidenciando as atividades comerciais associadas a sétima arte e
também a articulação entre consumo e sociabilidade. Na sala de espera também
estava a bomboniere como mais um
espaço de sociabilidade. É preciso ressaltar, como fez Fernando Marrera que “num
momento em que a televisão ainda não existia ou ainda era um privilégio de
poucos, o cinema era um ponto difusor das notícias ao redor do mundo e o local
de encontro para o público assistir aos primeiros seriados semanais, aos
últimos filmes do momento e prestigiar a vida social ativa que se criava no
entorno das salas”.
Diga-se que
esta forte relação entre a população da cidade e a arte cinematográfica foi
sendo construída na primeira metade do século XX. Este espaço de sociabilidade
e cultura já estava amadurecido quando da inauguração do Cine Glória em 1955.
*Esta matéria foi publicada no dia 23 de abril de 2013 no caderno cultural O Peixeiro do Jornal Agora.
Echo do Sul, 7-7-1922. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Echo do Sul, 3-7-1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Este anúncio publicado no Echo do Sul em 3 de julho de 1912 trata da viagem marítima a bordo dos navios da Hamburg-Sudamerikanische e Hamburg-Amerika Line. O agente para o Rio Grande do Sul era Wachtel.
Uma viagem marítima da cidade do Rio Grande para a Europa na III Classe custava Rs 80$000 e mais os impostos.
Lembrando que nesta época a única forma de comunicação com a Europa era por navio. Viagem área com partida da Europa só surgiria com o dirigível Zeppelin a partir de 1930. Mas os valores das passagens eram absurdamente altos.
A primeira linha aérea transatlântica foi realizada pela Panair do Brasil em 1946. Ligou Recife com Lisboa, Londres e Paris.
Aos leitores que curtem uma leitura gótica em suas primeiras décadas de existência estou disponibilizando um material que pode ser instigador.
Fiz a leitura e análise dos 24 volumes da Coleção Raridades do Conto Gótico publicadas pela Editora Sebo Clepsidra e por seu editor Cid Vale Ferreira.
Foi uma viagem literária até os anos de 1790-1840 e os imaginários que amedrontavam os leitores desta época.
O livro foi escrito para ser um guia na disciplina de História e Terror (FURG) quando se investigará as raízes góticas e suas readaptações para a linguagem do cinema da Universal Films e Hammer Films entre as décadas de 1930-70.
Ampla bibliografia foi levantada e um glossário contribui para a compreensão de temas, espacialidades e personagens.
Foi um trabalho de folego que deu uma grande satisfação por poder realizar a leitura de narrativas góticas não publicadas no Brasil mas que fizeram parte do imaginário britânico, alemão, francês etc.
Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/1K9gmkd0StExVGhFllpZ4KzwJ8xPZdoQm/view
Ou clicar na imagem do livro no canto direito superior da página do blog (no smartphone, na parte inferior, colocar "ver versão para a web".
Echo do Sul, 6-7-1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Além da edição do jornal, o Echo do Sul também atuava como oficina tipográfica à vapor.
Num período que ainda não havia a tecnologia digital, a publicação ou editoração em papel era essencial para difusão das notícias, legislação ou documentação oficial das instituições ou dos cidadãos.
Este mercado promissor era disputado acirradamente na cidade portuária.
Acervo: Walter Albrecht. |
Cartão de Feliz Ano Novo datado de 1 de janeiro de 1910.
A Associação dos Empregados no Comércio do Rio Grande construiu este portentoso prédio.
O comércio de importação e exportação que recuava a década de 1820, propiciou um crescimento econômico que não se restringiu ao setor patronal.
Atividades lúdicas, administrativas e mutualistas eram realizadas neste prédio.
Echo do Sul, 19-7-1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Tonietti nasceu em Nice, Itália, em 1882 e faleceu em Rio Grande em 1960. Trabalhou com escultura, pintura, desenho e relevo.