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Parte do Lago dos cisnes na Praça Xavier Ferreira e o prédio da Caixa Federal foi fotografado por Rubens neste cartão de 1947. No lado direito está o lago na Praça Tamandaré.
A proposta deste blog é instigar a leitura, o conhecimento e a investigação dos processos históricos. Livros com temas ligados a História do RS e Hist. do Município do Rio Grande estão disponíveis para leitura ou baixar (basta clicar em cima da imagem da capa do livro ou copiar o link com o botão direito do mouse). Também serão abordados temas de "História e Terror", "Literatura Fantástica", "Graphic Novel-HQ" etc. Administradora: Rejane Martins Torres. Facebook: Professor Torres
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Mais um cartão-postal do estúdio Foto Rubens com "Vistas da Cidade do Rio Grande" em 1947.
A partir do canto superior esquerdo foram reproduzidos: o prédio da Câmara de Comércio, a Igreja do Salvador, o prédio da Caixa Econômica Federal, a Prefeitura Municipal, a Igreja do Carmo e a Lagoa dos Patos no Cais do Porto.
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Um dos fotógrafos de maior destaque na história imagética da cidade do Rio Grande foi Rubens.
Neste cartão-postal ele fotografou seis vistas da cidade do Rio Grande com datação no verso de 1947. A partir da parte superior esquerda para à direita foram contemplados: Lago na Praça Tamandaré, prédio da Câmara de Comércio, Igreja da Conceição, Monumento a Silva Paes, Coluna da Liberdade e monumento ao General Bento Gonçalves.
Estarei realizando duas palestras no "VIII Seminário Internacional para Pensar a Pesquisa Histórica: Imagem e História". O evento será realizado na Biblioteca Rio-Grandense nos dias 5 e 8 de maio de 2023.
Enfatizarei duas pesquisas recentes: "Iconografia do Antigo Egito nos cards Liebig" e "Origens da Maldição dos Faraós". Os temas convergem direta/indiretamente para as discussões dos cem anos da descoberta da tumba de Tutankamon.
No evento ocorrerá uma exposição com peças do cotidiano material e imaterial do Antigo Egito.
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Cartão-postal datado no verso: maio de 1929. Mostra a circulação de operários da União Fabril (antiga Rheingantz) em horário de saída da fábrica têxtil.
O estilo do cartão-postal colorizado (num período de qualidade decadente) remete a Livraria Americana.
Foi captado o fluxo do operariado pela Avenida Rheingantz e mostra parte do complexo industrial com destaque para o prédio da administração (com dois pisos na parte central ao fundo).
Echo do Sul, 16-09-1912. |
A empresa Bromberg & Comp. tinha um secção de machinas especializada neste setor essencial para a manutenção da economia portuária. E os motores não se restringiam as grandes embarcações e também se voltavam as embarcações de pequeno e médio porte que navegavam no estuário ou na Lagoa dos Patos e Mirim.
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Este cartão-postal foi editado pela Câmara de Comércio do Rio Grande na passagem da inauguração do edifício que mandará construir. Era o dia 26 de setembro de 1942.
O cartão é uma reprodução de um original que circulou a partir de 15 de novembro de 1915, data em que foi aberto o tráfico oficial de embarcações no Porto Novo do Rio Grande.
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Esta é uma visão do final dos anos 1950 na cidade do Rio Grande.
O cartão-postal fotográfico mostra o Pórtico construído em 1950 na direção Cassino para o Centro (via Presidente Vargas).
A casinha no meio da avenida é um posto Ipiranga. No lado direito é o atual Parque do Trabalhador local onde funcionou a partir de 1890 a Estação de Trem para o Balneário Cassino.
A calmaria do trânsito nada lembra o cenário atual de frequentes congestionamentos no tráfego.
Cartão-postal da Praça Sete de Setembro. Acervo: https://www.bvcolecionismo.lel.br/ |
No centro da Praça se destaca o monumento ao Barão do Rio Branco.
No canto esquerdo inferior está parte da Escola Juvenal Muller.
No lado direito a Igreja da Conceição.
O "Asilo de Órfãs Coração de Maria" pode ser visto na parte central esquerda. Está abandonado e sem o telhado como resultado de um incêndio ocorrido em 1951.
No canto superior direito está em construção o prédio "Presidente Getúlio Vargas" na Rua Fernando Duprat esquina com a General Bacelar. Eram incríveis, para a época, dez andares de altura.
Meu pai e minha mãe por volta de 1958. |
É estranho...
Minha mãe partiu!
É muito tempo que passou e parece que foi tão pouco.
Foram 85 anos!
Tantas coisas para dizer e fazer que não foram ditas ou feitas.
Um abismo se abre repleto de memórias e vácuos.
A falta se faz e não há como superar a ausência.
A trajetória entre o nascimento e o passamento é a historicidade.
Na historicidade reside as experiências, as afetividades e as sociabilidades.
Com o passamento tudo se converte em memória.
Uma tristeza angustiante que dialoga e tenta reconstruir esta memória.
Imagens fugidias que são preenchidas com desejos de felicidade.
A resiliência não pode preencher o vazio: apenas faz a caminhada ter continuidade.
Certidão de nascimento de Zyria Wali Torres. |
A geração dos filhos de Henrique e Amanda chegou ao fim!
A viagem da última integrante está em curso.
Acompanhei os últimos onze dolorosos dias da existência da Zyria Wali. Revivi o circo dos horrores que é uma hospitalização em Rio Grande. Escutei as últimas palavras e desejos de se libertar da opressiva dor. Estava cansada da materialidade. Retirei os anéis e os brincos antes de entrar para a cirurgia emergencial. Ela me sussurrou que o anel de casamento nunca havia saído, desde 1958, do seu dedo (agora está no meu!). Enquanto era levada deu o último aceno. Tive a convicção que era a despedida: simples, branda e também patética. Foi só esperar o ajudante de cirurgião informar que algo havia dado errado... O longa metragem terrestre chegava ao final.
Restou visitar seu corpo inanimado num Morgue insalubre. O calor havia se dissipado daquele rosto que foi afável com tantas pessoas.
Com um devastador peso na alma tive que fazer o registro do óbito.
E esta obrigação é um legado pesado demais para os vivos que a amavam.
Vai em paz mãe!
Zyria Wali em 1977 com quase quarenta anos. |
No dia seguinte ao falecimento de minha mãe ocorrido no último dia 13 de abril, buscando alguns documentos para trâmites legais, encontrei este diário com registro de sonhos que ela anotava. Abri o livro, que desconhecia a existência, numa página aleatória com o título Sonho ou Realidade.
O registro se refere as lembranças de um sonho ocorrido no dia 8 de novembro de 1998 e o foco principal é a minha irmã Mara que faleceu tragicamente em março de 1996.
Na descrição do sonho se projetava um reencontro que precisou esperar quase 25 anos para acontecer.
"Era uma cidade muito grande com muitas casas, jardins lindos e árvores: parecia o paraíso!
Eu cheguei e fui sentar no banco da praça. Em seguida vi a Mara vindo, mas ela não olhou para mim e passou bem perto.
Eu não falei nada e ela entrou num prédio grande próximo de onde eu estava. Fiquei esperando para ver se ela ia sair e eu ia conseguir falar com ela que estava muito bem vestida com saia e blazer cinza claro, bolsa e sapatos pretos. Só estranhei o cabelo dela que sempre foi liso, estava crespo e muito bonito.
Não demorou e ela saiu, passou por mim e disse: vem comigo, porém, ia mais à frente e eu tive dificuldade em acompanhar devido a rapidez. Chegamos num prédio alto e lindo, de uma limpeza e um perfume de flores. Entramos e estava lotado. Era uma sala enorme com muitas poltronas, um teatro ou cinema. Talvez uma sala para reuniões. Eu sentei e a Mara sumiu. Era muita gente e eu pensei: o que estou fazendo aqui, num local cheio de jovens. Aí apareceu uma moça e falou: vocês sabem do que se trata e agradeceu a presença de todos. Apareceram quatro moças e mais a Mara, e começaram a cantar. Foi maravilhoso, só vendo a emoção que eu fiquei ouvindo um canto que só podia existir em outro lugar e não na Terra. Cantaram bastante e depois apareceram algumas meninas, talvez umas dez e cantaram juntas sendo muito aplaudidas. Quando terminou pensei em ir embora mas não conseguia levantar. Depois de um tempo apareceu a Mara e me abraçou. Eu falei que gostei muito da apresentação, que foi emocionante e não sabia que ela cantava tão bem: ela sorriu!
Falei para ela que eu gostei do cabelo crespo e não liso. Eu disse que achei coisa de outro mundo a apresentação e inclusive a roupa: era uma túnica lilás bem clarinha.
Ela disse: vem mãe, vamos lá aonde eu moro. Era um prédio grande com salas, bibliotecas e os quartos muito bonitos, bem decorados, limpos e com um cheiro agradável, onde morava muita gente. Eu perguntei se ela estava bem e disse que sim, não queria ter vindo mas foi preciso e agora não tem o que mudar. Aí eu perguntei o que foi que aconteceu, pois pra mim, isto tudo parece um sonho. O que foi que aconteceu? Ela disse "sebinhos" e eu acho que se referia a gordura no sangue que chegou ao coração, mas que não adiantava que devia deixar para lá pois teve de vir, não por sua vontade, mas que assim estava determinado.
Eu disse: nós estamos juntas em pensamento e eu sofro a tua ausência, mas Deus nos ajuda a aguentar a dor e a saudade e vamos nos encontrar mais vezes. Mara me disse para dar as coisas dela que não deveriam ficar guardadas. Não importava para quem fosse entregues. Ficamos mais um tempo juntas, conversamos bastante e estava bem, só que tinha muito o que fazer e às vezes se sentia cansada. Chegaram uns amigos e amigas dela e eram todos simpáticos e alegres.
Aí ela me levou para outro prédio que era de uma beleza a que nem sei como descrever. Todo em mármore verde com estampas de flores de todas as cores: algo inesquecível! Ficamos lá um tempo e eu comentei que já era quase meio-dia e que eu deveria voltar para casa. Ela concordou comigo e disse que em seguida íamos nos ver de novo e eu disse que sim. Disse que eu estava feliz porque ela estava bem e com tantos amigos e amigas a sua volta. A saudade nunca ia deixar de existir, mas as nossas visitas amenizariam a saudade.
Assim eu acordei de um sonho/realidade e estava com a minha adorada filha Mara. Te amo cada vez mais, meu coração ficou dividido pela metade com a tua partida e o que restou é teu e do Lico. Te amo!
O dia do nosso encontro no plano espiritual será um dia muito feliz para mim. Wali".
Mara em 1977 com 18 anos. |
Acervo: https://www.ebay.com/ |
Esta imagem captou o Titan em ação durante a construção dos Molhes da Barra. Ano aproximado é 1912. Os blocos de rocha são lançados à água permitindo o avanço da obra que garantiu a segurança da navegação na entrada da Barra do Rio Grande. A inauguração do acesso ao Porto do Rio Grande ocorreu em 1915.
Cartão-postal da empresa R. Strauch/Livraria Rio-Grandense.
Fonte: acervoraroleilões. |
Estes dois cartões-postais foram editados entre 1901-1904.
O prédio, ao fundo, parece interromper a circulação na rua. A arquitetura, os trilhos e outros elementos urbanos, aproximam a descrição visual de duas cidades distantes: Porto Alegre, a capital do Estado do Rio Grande do Sul (Rua Duque de Caxias) e a cidade portuário do Rio Grande (Rua Marechal Floriano).
https://www.ebay.com/ |
Jornal Echo do Sul, 7-7-1922. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Foi fundada na cidade em 1829 e permaneceu operando ininterruptamente até 1942. Acompanhou a trajetória de crescimento do comércio de exportação e importação dos primórdios na década de 1820 até o seu esgotamento entre os anos de 1930-40.
Seu referencial europeu era a cidade alemã de Hamburgo. Se a documentação da Fraeb ainda existisse teríamos um panorama de mais de cem anos dos tropeços e avanços na circulação de mercadorias entre o Sul da América do Sul e a Europa.
Acervo: Fototeca Municipal Ricardo Giovannini. |
Esquina das ruas Marechal Floriano com Duque de Caxias em meados da década de 1920.
Em frente ao Cinema Ideal estão afixados cartazes dos filmes. Foi possível identificar o nome de um dos filmes que é O Cavaleiro das Sombras. The Riddle Rider é um seriado dos Estados Unidos do gênero faroeste em 15 capítulos. Estreou no cinema americano em novembro de 1924.
Hipoteticamente, está passando no Cinema Ideal no ano de 1925. Portanto, teríamos uma data aproximada para a fotografia de A. Lopes.
Não podemos, no presente, conhecer este filme mudo pois ele é considerado perdido.
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
A Estação Ferroviária de onde partia os trens para o Cassino ficava no atual Parque do Trabalhador junto ao pórtico da cidade.
Inaugurado em janeiro de 1890 o local era muito frequentado pelos frequentadores do Balneário Vila Sequeira ou Cassino.
Esta notícia do jornal Echo do Sul de 18 de março de 1913 descreve a inauguração do Bar Restaurant Parque ocorrida no dia 15 daquele mês.
Neste "magnífico ponto de diversões públicas" foram introduzidos "novos e variados meios de diversão", que não foram descritos na matéria. Porém, uma informação é muito interessante: "à noite houve cinema ao ar livre".
O que será este cinema ao ar livre? Como foi projetado: na tela, parede, muro?
Não era um drive-in em que se assistia dentro do carro e que se tornou parte da cultura dos EUA a partir dos anos 1940.
O primeiro cinema ao ar livre no mundo fica na Austrália: o Sun Pictures Garden inaugurado em dezembro de 1916. Funciona até hoje...
No caso do "Parque" não é um cinema e sim um restaurante com "diversões" como a projeção de um filme. Outras cidades brasileiras já havia projetado ao ar livre como Atibaia em 1910.
Mas a informação acaba levando o pensamento para um filme icônico que é Cinema Paradiso. A projeção feita por Alfredo na fachada de um prédio da pequena cidade italiana pós- II Guerra Mundial, permanece uma visão espetacular do fascínio do cinema.
A linha parcial de produtos pode ser identificada no anúncio publicado no jornal Echo do Sul do dia 19 de fevereiro de 1937.
Jornal O Intransigente, 5 de janeiro de 1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Ao Cylindro era uma loja da Bromberg especializada em aparelhos elétricos, máquinas de costura e aparelhos de precisão.
Este anúncio de 5 de janeiro de 1912 (O Intransigente) traz a imagem de uma lâmpada elétrica e de uma máquina de costura New-Home (máquina de costura dos EUA-New Jersey fábrica fundada em 1876).
Echo do Sul, Rio Grande, 5-4-1913. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Tavolagem é o vício no jogo. Esta prática é combatida na imprensa desde o século XIX. O pedido de repressão policial é uma constante nos jornais que publicavam informações e forneciam o endereço para que as autoridades fossem até o local da jogatina.
Nesta matéria do Echo do Sul de 5 de abril de 1913, as casas de jogos estavam atuantes nas cercanias da Praça Júlio de Castilhos, nas ruas Paysandu, 20 de fevereiro e Zalony.
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |