Este texto foi publicado no jornal da cidade do Rio Grande Echo do Sul no dia 21 de abril de 1887.
É uma reflexão relevante para os historiadores que utilizam esta fonte histórica para a investigação do passado.
O LIVRO E O JORNAL
Caleidoscópio de todos os fenômenos das sociedades
modernas, é o jornal o livro de todos os dias como o livro
é a história de todos os tempos.
O jornal é a pêndula que gradua todas as oscilações
do pensamento humano, desde o pálido raio de luz às
maiores irradiações; todas as lutas, todos os ímpetos, todas
as evoluções desse mecanismo inextrincável que se
chama sociedade, nele se refletem.
É o livro o grande e luminoso centro onde tudo se
depura, se refunde e depois se volatiliza em caudais de luz
pelos dédalos escuros dos crânios juvenis e pela alma
imensa das grandes massas populares.
O jornal é a primeira folha de um livro; o livro
é a primeira folha da história de um povo. Ambos se compreenderam e unificaram, e desse consórcio surgiu
esse grande centro luminoso que conhecemos
sob o nome de biblioteca.
Rio Grande, 8 de agosto de 1885.
Albino Costa
Publicado na sessão “Álbum de Visitantes da
Biblioteca Rio-Grandense”, do jornal Echo do Sul de 21 de abril de 1887.