Porto do Rio Grande em 1908

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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O LIVRO E O JORNAL

Este texto foi publicado no jornal da cidade do Rio Grande Echo do Sul no dia 21 de abril de 1887. 

É uma reflexão relevante para os historiadores que utilizam esta fonte histórica para a investigação do passado.  


O LIVRO E O JORNAL

Caleidoscópio de todos os fenômenos das sociedades

modernas, é o jornal o livro de todos os dias como o livro

é a história de todos os tempos.

O jornal é a pêndula que gradua todas as oscilações

do pensamento humano, desde o pálido raio de luz às

maiores irradiações; todas as lutas, todos os ímpetos, todas

as evoluções desse mecanismo inextrincável que se

chama sociedade, nele se refletem.

É o livro o grande e luminoso centro onde tudo se

depura, se refunde e depois se volatiliza em caudais de luz

pelos dédalos escuros dos crânios juvenis e pela alma

imensa das grandes massas populares.

O jornal é a primeira folha de um livro; o livro

é a primeira folha da história de um povo. Ambos se compreenderam e unificaram, e desse consórcio surgiu

esse grande centro luminoso que conhecemos

sob o nome de biblioteca.

Rio Grande, 8 de agosto de 1885.

Albino Costa

Publicado na sessão “Álbum de Visitantes da

Biblioteca Rio-Grandense”, do jornal Echo do Sul de 21 de abril de 1887.

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