O atendimento hospitalar à população carente teve início em Rio Grande no
ano de 1806, quando o padre Francisco Ignácio da Silveira, criou uma sociedade voltada
ao auxílio das famílias carentes com distribuição de esmolas e alimentos.
Em 1831, a Sociedade Beneficiencia foi criada para ajudar os enfermos com
esmolas para os familiares. Rodrigo Fernandes Duarte, inspirado em modelo de
Portugal, propõe a modificação de uma Sociedade de Beneficência para uma
Irmandade do Espírito Santo e Caridade. Em 8 de março de 1835 foi estabelecida
a Sociedade na rua do Comércio, atual Coronel Sampaio. Em 15 de março de 1835 é
eleita a primeira mesa administrativa e um dos grandes apoiadores da iniciativa
foi Francisco Xavier Ferreira que em seu jornal O Noticiador, defendeu a
criação de uma instituição voltada a ajuda aos desfavorecidos. Em 1841, a
Irmandade do Espírito Santo e Caridade passa a se chamar Santa Casa de
Misericórdia.
A construção de um prédio de grandes dimensões foi um objetivo buscado
nos anos seguintes e a pedra fundamental do novo hospital da Santa Casa foi
colocada em 1850, junto a atual Praça Barão de São José do Norte.
O irlandês Michael Mulhall assim definiu o hospital da Santa Casa em 1871:
“é o mais belo edifício que é suficientemente grande para uma cidade como
Buenos Aires”. Neste ano foi inaugurado a parte leste do edifício. As obras
mais importantes do Hospital se estenderam até 1932.
A fotografia datada de 1909 mostra a fachada principal do prédio com a
água da Lagoa dos Patos próxima a sua entrada. Em relação ao presente, a
fachada central teve considerável modificação. Em 1920, a cúpula principal foi
retirada por risco de desabamento e as duas torres também foram removidas. O
local era utilizado por pequenas embarcações para transportar doentes até o
hospital. Na enchente de 1941, a água chegou a pontos centímetros de invadir a
porta principal. Esta fotografia foi utilizada pelo Ateliê Fontana, como
cartão-postal o qual que foi editado em 1910. Acervo: Biblioteca Nacional do
Rio de Janeiro.