Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sexta-feira, 5 de julho de 2019

MARC FERREZ

Marc Ferrez em 1876. Instituto Moreira Salles. 


         Um dos mais importantes nomes da fotografia mundial é Marc Ferrez (1843-1923). Além de ser lembrado como o principal fotógrafo das paisagens e dos costumes do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX e do início do século XX, Ferrez deixou registros de muitas localidades do Brasil, especialmente, quando integrou a Comissão Geológica do Império (na década de 1870). Foi o responsável por inovações tecnológicas: difundiu as primeiras chapas secas dos irmãos Lumière, foi o primeiro a utilizar o flash de magnésio para fotografar minas, elaborou as maiores chapas coloidais panorâmicas do mundo (40 cm por 120 cm), retratando paisagens brasileiras no ano de 1881.
O Instituto Moreira Salles adquiriu o seu acervo em 1998 com mais de 5.500 imagens, sendo quatro mil negativos originais de vidro. Com cerca de dois milhões de imagens, o Instituto Moreira Salles possui o mais importante conjunto de fotografias do século XIX no Brasil e a melhor compilação relativa à fotografia nacional das sete primeiras décadas do século XX. O seu centro cultural no Rio de Janeiro é o maior edifício voltado à preservação, restauração, guarda e divulgação de acervos de fotografia do Brasil.
Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles, escreveu o texto abaixo referente a Marc Ferrez o qual foi reproduzido no site  http://brasilianafotografica.bn.br/?tag=fotografia-colorida

“Mais conhecido por suas imagens icônicas da cidade do Rio de Janeiro e de seu exuberante entorno, Marc Ferrez foi também o primeiro fotógrafo a percorrer extensivamente o território brasileiro, primeiramente como fotógrafo da Comissão Geológica do Império do Brasil (1875-1878), e posteriormente, como fotógrafo da construção e modernização das principais ferrovias, registrando localidades e paisagens em diversos estados e regiões do país. Permanentemente associado ao campo das artes, da engenharia, da técnica e da ciência e em constante interação com os principais nomes de seu tempo nestas áreas, Marc Ferrez documentou grandes projetos de engenharia, de arquitetura e de urbanismo no Império e na República. Estes diversos trabalhos comissionados realizados ao longo de sua carreira o colocaram em associação direta com as principais inovações tecnológicas e científicas de seu tempo, tendo por conseguinte buscado também expandir as fronteiras de sua própria produção de imagem em fotografia, através, por exemplo, do desenvolvimento de câmeras especiais e do estudo e domínio de novos processos fotográficos.
A partir da sociedade formada com seus filhos, em 1907, Marc Ferrez investiu na expansão de suas atividades nas áreas de comercialização de equipamentos e produtos fotográficos e cinematográficos, na produção e comercialização de impressões fotomecânicas, na distribuição de novos produtos para o mercado amador, como os autocromos e estereoscopias, e, especialmente, na distribuição e exibição de filmes cinematográficos, sendo estes os principais campos que viriam a consolidar, a partir do início do século XX, a era da comunicação visual de massa baseada na circulação intensiva da imagem fotográfica e cinematográfica, profissional e amadora. Este processo foi somente possível pelos avanços tecnológicos originados na interseção da ciência com a técnica e pela intensa atividade de comercialização de processos e produtos, que no Brasil teve em Marc Ferrez seu principal ator e agente. A carreira fotográfica de Marc Ferrez percorre, assim, mais de cinco décadas de profundas transformações no campo da imagem, e, nesse sentido, sua trajetória e seu legado constituem, sem dúvida, uma plataforma única para a compreensão do país e de sua representação ao longo do século XIX e primeiras décadas do século XX”.
Marc Ferrez, araucárias no Paraná em 1884. Instituto Moreira Salles. 
 
Carimbo de Marc Ferrez, Rio de Janeiro, 1875. Instituto Moreira Salles. 

Marc Ferrez. Panorâmica do Rio de Janeiro. 1885. Instituto Moreira Salles. 
Marc Ferrez. Enseada do Botafogo a partir do Corcovado. 1885. Instituto Moreira Salles. 


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