Marc Ferrez em 1876. Instituto Moreira Salles. |
O Instituto Moreira Salles adquiriu o seu acervo em 1998 com mais de 5.500 imagens, sendo quatro mil negativos
originais de vidro. Com
cerca de dois milhões de imagens, o Instituto Moreira Salles possui o mais
importante conjunto de fotografias do século XIX no Brasil e a melhor
compilação relativa à fotografia nacional das sete primeiras décadas do século
XX. O seu centro cultural no Rio de Janeiro é o maior edifício voltado à
preservação, restauração, guarda e divulgação de acervos de fotografia do
Brasil.
Sergio Burgi,
coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles, escreveu o texto abaixo referente
a Marc Ferrez o qual foi reproduzido no site http://brasilianafotografica.bn.br/?tag=fotografia-colorida
“Mais
conhecido por suas imagens icônicas da cidade do Rio de Janeiro e de seu
exuberante entorno, Marc Ferrez foi também o primeiro fotógrafo a percorrer
extensivamente o território brasileiro, primeiramente como fotógrafo da
Comissão Geológica do Império do Brasil (1875-1878), e posteriormente, como
fotógrafo da construção e modernização das principais ferrovias, registrando
localidades e paisagens em diversos estados e regiões do país. Permanentemente
associado ao campo das artes, da engenharia, da técnica e da ciência e em
constante interação com os principais nomes de seu tempo nestas áreas, Marc
Ferrez documentou grandes projetos de engenharia, de arquitetura e de urbanismo
no Império e na República. Estes diversos trabalhos comissionados realizados ao
longo de sua carreira o colocaram em associação direta com as principais
inovações tecnológicas e científicas de seu tempo, tendo por conseguinte
buscado também expandir as fronteiras de sua própria produção de imagem em
fotografia, através, por exemplo, do desenvolvimento de câmeras especiais e do
estudo e domínio de novos processos fotográficos.
A partir da
sociedade formada com seus filhos, em 1907, Marc Ferrez investiu na expansão de
suas atividades nas áreas de comercialização de equipamentos e produtos fotográficos
e cinematográficos, na produção e comercialização de impressões fotomecânicas,
na distribuição de novos produtos para o mercado amador, como os autocromos e
estereoscopias, e, especialmente, na distribuição e exibição de filmes
cinematográficos, sendo estes os principais campos que viriam a consolidar, a
partir do início do século XX, a era da comunicação visual de massa baseada na
circulação intensiva da imagem fotográfica e cinematográfica, profissional e
amadora. Este processo foi somente possível pelos avanços tecnológicos
originados na interseção da ciência com a técnica e pela intensa atividade de
comercialização de processos e produtos, que no Brasil teve em Marc Ferrez seu
principal ator e agente. A carreira fotográfica de Marc Ferrez percorre, assim,
mais de cinco décadas de profundas transformações no campo da imagem, e, nesse
sentido, sua trajetória e seu legado constituem, sem dúvida, uma plataforma
única para a compreensão do país e de sua representação ao longo do século XIX
e primeiras décadas do século XX”.
Marc Ferrez, araucárias no Paraná em 1884. Instituto Moreira Salles. |
Marc Ferrez. Panorâmica do Rio de Janeiro. 1885. Instituto Moreira Salles. |
Marc Ferrez. Enseada do Botafogo a partir do Corcovado. 1885. Instituto Moreira Salles. |
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