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Card italiano da Liebig cerca de 1900.
Edward Jenner (Berkeley 1749-1823) foi um naturalista e médico britânico lembrado pelo desenvolvimento da primeira vacina.
Desde 1789, Jenner começa a observar feridas provocadas por varíola bovina em vacas. Havia uma lenda/oralidade empírica de quem lidava com o gado não desenvolvia varíola, possivelmente, por tocar na secreção produzida pela doença. As mulheres que realizavam a ordenha das vacas pareciam não ter a varíola letal. Em 1796, Jenner faz uma experiência num menino de oito anos: inoculou o pus retirado da ferida de vacas contaminadas, arranhou a pele do menino, e colocou este líquido em cima. O menino foi contaminado, mas se recuperou rapidamente. Na sequência pegou o pus de um paciente humano com varíola e repetiu a operação no mesmo menino que não desenvolveu a doença mostrando que adquiriu resistência a partir da inoculação do patógeno.
Em 1798, depois de novas experiências, seu trabalho foi publicado e reconhecido por parte da comunidade médica como eficiente.
Jenner desenvolveu a primeira vacina administrando o vírus vivo vaccinia que causa a varíola bovina. Daí o nome até hoje utilizado de vacina.
A varíola é uma doença infecciosa causada por dois vírus que provocam a varíola major e a varíola minor com taxas de letalidade de 30% e ainda maior em bebes. O surgimento da doença remete a Índia e passou a ser registrada a partir de meio milênio a.C. na Grécia. Nos séculos II e III d.C. trouxe devastação no Império Romano e é um dos fatores para o seu declínio. Na América Espanhola provocou intensa mortandade entre os Astecas, Incas e outros povos Pré-Colombianos. No Brasil, o primeiro registro foi em 1563 na Ilha de Itaparica (Bahia). No século XVIII, a varíola matava cerca de 400.000 pessoas por ano na Europa e provocava 1/3 de cegueira naqueles que contraíam a doença. No século XX, a estimativa é entre 300 e 500 milhões de mortes.
A partir de uma intensa campanha mundial de vacinação, se conseguiu que o último caso de varíola tenha ocorrido em 1978. O vírus foi considerado erradicado e atualmente está guardado em apenas dois locais/laboratórios: nos Estados Unidos e na Rússia.
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