Echo do Sul, 2 de janeiro de 1913. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Estava iniciando o ano de 1913 e o America Cinema da cidade do Rio Grande anunciava um "magnífico drama passional" em três partes.
A Adúltera estava em exibição e uma longa sinopse foi publicada no jornal Echo do Sul. Na falta da película (mais uma que desapareceu) é possível compreender qual é a abordagem do tema.
O filme deve ter atraído um bom público, pois o tema do adultério estava em pauta desde o assassinato do escritor Euclides da Cunha em 15 de agosto de 1909. Euclides tentou matar Dilermando de Assis, amante de sua esposa Ana, porém, acabou perdendo a vida na troca de tiros. No julgamento de Dilermando, em maio de 1911, ele foi considerado inocente gerando muitos debates na imprensa brasileira.
A lembrança destes acontecimentos estava presente em quem assistiu o filme neste início de ano de 1913 e novos debates devem ter vindo a tona. Porém, ninguém poderia afirmar que uma nova tragédia ocorreria em julho de 1916: Euclides da Cunha Filho, buscando vingar a honra/morte do pai, tentou matar Dilermando que foi ferido a tiros, mas conseguiu disparar sua arma e matar Euclides da Cunha Filho. Levado a julgamento no mês de setembro de 1916, Dilermando foi considerado inocente por atuar em legítima defesa. Nos anos seguintes, o tema do adultério e dos crimes passionais novamente voltaram a inundar a imprensa e os lares brasileiros.
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