CINE MISTÉRIO

Abertura do programa na Bandeirantes. 

 

Conta a lenda que Cine Mistério (mantendo este nome na Bandeirantes) teria começado entre o final dos anos 1960 e início de 1970 e, com interrupções, se estendeu por parte desta década.

 O que sei é que assisti aos primeiros filmes no ano de 1979 e foram fundamentais para pegar o gosto por filmes de terror/horror. O dia da semana era quinta-feira. O início da sessão era as 23h15 e se estendia até uma hora da madrugada. Assistir já era uma conquista familiar pois como levantar para a aula cansado cedo da manhã? Vantagens de ser jovem e ignorar o cansaço. 

 Foi ali que conheci uma pequena parte dos monstros da Universal e o gótico colorido da Hammer. Fui apresentado a Christopher Lee, Peter Cushing e Boris Karloff. Talvez, Vincent Price e Bela Lugosi?  A memória não é clara mas recordo de assistir o meu primeiro filme de vampiros: "As Noivas de Drácula" (1960), Hammer Filmes e com a presença de Cushing como Van Helsing (Doutor em Ciências Ocultas por Leipzig). Foi uma apresentação glamourosa à estética gótica. Outro filme marcante foi "Drácula, Príncipe das Trevas" (1965) uma continuidade pesada do "Horror de Drácula" (1958). Também tinha muito filme B feito com poucos recursos, muitos improvisos e superações imaginativas. É o caso de "A Ilha do Terror" (1966) com Peter Cushing: na falta de dinheiro o que vale é a criatividade quase teatral dos atores.   

Era esperar a propaganda do anúncio do próximo filme da noite da quinta-feira na Bandeirantes. Cruzar os dedos para fosse bom. Também, se o filme era médio ou fraco, já valia a curtição da espera das 23h15 para adentrar a madrugada. As pequenas conquistas tem ótimos sabores. Resistir aos comentários de que já era hora de conversar com o travesseiro só reforçava curtir o Cine Mistério.  

O site filmow tem uma lista de filmes que teriam sido exibidos no Cine Mistério. O endereço é: https://filmow.com/listas/cine-band-misterio-l43231/

Este tema ainda tem muito a ser pesquisado pois as informações são bastante fragmentadas e até contraditórias. Analisar a programação de TV desde o início da década de 70 ou um pouco antes poderia permitir montar uma cronologia. 

Cena de As Noivas de Drácula. Hammer Filmes. 

SEMINÁRIO REVOLUÇÃO FEDERALISTA

Divulgando o próximo evento e a temática é "Revolução Federalista". 

A Editora Casaletras do Marcelo França de Oliveira em parceria com o Prof. Francisco das Neves Alves está nos ofertando mais um evento acadêmico-científico neste ano de 2021. 

O Seminário também demarca a comemoração dos 175 anos da Biblioteca Rio-Grandense. 

A "Federalista" é uma história que teve início em 1993 com o Seminário que organizei com o prof. Francisco: "Para Pensar a Revolução Federalista" (FURG). Se passaram 28 anos e estamos rumando para um novo evento comemorativo em 2023, demarcando 30 anos do início de uma parceria de muitas publicações e atividades historiográficas. 

Tendo divulgado o "cardápio" (acima) os interessados podem se inscrever acessando o site www.casaletras.com/sirf

 

A CEIFADORA

 O que podemos dizer para "esta senhora" (a senhora morte ou a ceifadora de vidas...) que foi ilustração do jornal publicado em Rio Grande O Bisturi de 6 de março de 1892 e que em 31 de julho de 2021 continua celeremente nos procurando?

Deixo que cada leitor lhe mande um "carinhoso" recado. A minha "saudação", vou proferir com veemência mas guardar o mais profundo silêncio. 

ESFINGE

 

Selo do Egito com a esfinge em 1869. Acervo do selos: Luiz Henrique Torres. 

Esfinge no selo egípcio de 1872.

Esfinge em 1879. 

Esfinge em selo de 1915. 

Nestes quatros selos emitidos pelo Correio do Egito uma imagem se destaca: a Esfinge. 

A Esfinge egípcia retrata um leão com cabeça humana (de um faraó) e teria um papel de guardiã. Está localizada na grande necrópole de Gizé (margem do Rio Nilo) e hipoteticamente, reproduz a efígie do faraó Quéfren da quarta dinastia (2.558-2.532 a.C.) Quéfren é o faraó que mandou edificar a segunda grande pirâmide de Gizé. 

A Esfinge foi construída em pedra calcária e tem 73 metros de comprimento, 19 de largura e 20 de altura. Aproveitou-se o afloramento rochoso da planície de Gizé para esculpir a estátua.  

Grande parte da existência da Esfinge foi submersa na areia. Em 1.400 a. C. Tutemés IV orientou uma escavação para  liberar as patas dianteiras encobertas pela areia. Houveram períodos em que só a cabeça deve ter fico a descoberto. Em 1817 uma escavação desenterrou o peito da Esfinge. 

Um aspecto que chama a atenção é a ausência do nariz que tinha um metro de largura. Por motivo iconoclasta ou depredação, o nariz foi quebrado com golpes de cinzéis ou hastes em algum momento entre os séculos III e X da Era Cristã. 

Ou seja, a mais de mil anos a estátua perdeu o seu nariz. Porém, muitas representações em cartões-postais e selos egípcios reproduziram um nariz na Esfinge. Motivos estéticos moveram a liberdade dos artistas? 

Dos quatro selos egípcios aqui reproduzidos dois apresentam o nariz (1869 e 1879), um é de difícil identificação (1872) e um, o mais fidedigno, não apresenta o nariz (1915).

Acervo: livro De Volta a Luz, Fundação Biblioteca Nacional, 2003. 

 Uma fotografia registrou o estado da Esfinge em 1871 quando da visita de D. Pedro II e sua comitiva. 

CALVIN E ELISABETE

 

Fotografias: Luiz Henrique Torres. 

Os olhares e o canto de olho de Calvin estão provando que é procedente o pensamento de "confie... desconfiando". Elisabete parece sem segundas intenções, porém... 

A MASSA POLAR

Acervo: Luiz Henrique Torres. 

 

Vista da Lagoa dos Patos com a Ilha dos Marinheiros na linha do horizonte. 

A chegada da massa polar trouxe rajadas de vento gelado e movimentou a Lagoa. Estava chegando o ar gélido que fez a sensação térmica cair para menos de um grau no dia seguinte. 

Mas também permitiu registrar uma bela paisagem. 

RUA NOVA DAS FLORES

 

Acervo: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. 

Continuamos a investigar as mudanças urbanas ocorridas entre a elaboração desta planta da Vila do Rio Grande de São Pedro do ano de 1829 e a configuração do presente. 

Mais um fragmento desta planta é mostrado acima. 

É um momento de transição fundamental em que está surgindo uma das principais identidades locais: o Porto Velho do Rio Grande. 

Por volta de 1825 ocorreram aterramentos das margens da Lagoa dos Patos na extensão entre a atual Almirante Barroso até o prédio da Alfândega. A atual Rua Riachuelo é fruto de intenso aterramento! Surge um logradouro chamado de Rua Nova das Flores que em 1865 passa a ser a Rua Riachuelo. 

Antes da Rua Nova das Flores as águas se aproximavam dos pátios das casas que ficavam de frente para a Rua Direita que é a atual Rua Marechal Floriano. Não havia fachada de casas voltadas para o porto e sim de costas para às águas. 

A Rua Nova das Flores nasce com os casarios voltados para a identidade local que é o espaço portuário e se tornará ao longo do século XIX, num processo rápido, uma das principais ruas de todo o Rio Grande do Sul. 

Isto se deve ao grande número de empresas ligadas ao comércio de exportação e importação que aí se estabeleceram. A intensa movimentação portuária com navios de vários países e de outras províncias/estados brasileiros marcou esta espacialidade. 

NUNCA PODERÃO NOS SEPARAR - INXS

Em julho de 2016 elaborei, para uma palestra, os slides a seguir. Cinco anos depois estamos inseridos nesta pandemia que aproximou a temática cemiterial do cotidiano. 

A ideia do tema partiu de estar assistindo o vídeo do INXS com a música "Never Tear Us Apart". A melodia e as imagens, filmadas em Praga, inspiraram a escrever algumas palavras publicadas no livro "Histórias Irreais do Rio Grande". Na sequência, adaptei o texto para o formato de slides do PowerPoint e sonorizei. 

Aproveitei para fazer uma reflexão sobre o cemitério judeu de Praga e o cemitério em Rio Grande, refletindo sobre distanciamentos geográficos e culturais e aproximações psicossociais quando a temática é a morte. Também queria fazer uma leitura diferenciada da memória do cantor australiano Michael  Hutchence falecido precocemente.  

Para obter o efeito sensibilizador esperado na palestra, os slides foram projetados num telão ao som da música "Never Tear Us Part".  

COPA DE 1950

 

Acervo: Luiz Henrique Torres. 

O lançamento desta folhinha filatélica no dia 24 de junho de 1950, com o carimbo com esta data em forma de bola de futebol, evidenciava a grande expectativa dos brasileiros. Três selos da copa estavam sendo lançados e o Estádio do Maracanã estava em total evidência. 

O Estádio do Maracanã era o novo cartão-postal do Brasil. 

Afinal, era o maior estádio do mundo. A primeira partida oficial no Maracanã foi na primeira rodada da Copa de 1950, no dia 24 de junho e o Brasil venceu o México pelo placar de 4 x 0.  

 

Pela primeira vez a Copa do Mundo era realizada no Brasil e iniciou de forma vibrante para os brasileiros o "IV Campeonato Mundial de Football".

  O Brasil chegou ao final do campeonato com 4 vitórias e um empate. No dia 16 de julho o Maracanã recebeu um público de 200 mil pessoas para o jogo entre o Brasil e o Uruguai. Um empate bastava mas o resultado foi a derrota por 2 x 1 e o Bicampeonato do Uruguai. 

A maioria dos 200 mil espectadores ficou sentado por mais de meia hora sem conseguir sair do estádio. Pareciam não acreditar no resultado. 

A folhinha filatélica não deixou boas lembranças e deve ter sido escondida nos baús após o resultado. Felizmente, muitas restaram e é possível utilizá-las como uma fonte histórica na esfera imagética que retrata um período de expectativa e de desilusão.  

Ou seja, mais histórico é impossível!

Verso da Folhinha. 

SANTA CRUZ DO SUL

Acervo: Luiz Henrique Torres. 

 

Cartão-postal editado pela "Édition de la Mission de Propagande" de Paris em que destaca duas imagens da cidade de Santa Cruz do Sul. 

A primeira é uma casa de colonos (installation d'un colon) no meio rural. Se observa a casa e um galpão com muita vegetação no entorno.  

 A segunda imagem é da "Mairie" (Prefeitura) de Santa Cruz por volta de 1905-1910. Este prédio começou a ser construído em 1886 e finalizado em 1889. Uma fotografia de 1892 registrou um evento ocorrido (possível posse do novo Intendente) na prefeitura, localizada na Praça da Bandeira.  

 http://www.santacruz.rs.gov.br/geo

A DANÇA MACABRA DE 2021

Coluna Memória & História, Jornal Agora, 28-10-2014.

 

Na edição do dia 28 de outubro de 2014 a coluna Memória & História do Jornal Agora trazia o tema "A Dança da Morte". A diagramação de Rosane Ávila qualificou visualmente a postagem de um assunto que foi trabalhado com requintes estéticos desde o século XV. 

De forma indireta, a peste negra ou bubônica do século XIV produziu reações estéticas macabras relacionadas aos efeitos da grande epidemia que ceifou um terço dos habitantes da Europa. 

Era difícil imaginar que uma pandemia, além da perspectiva de uma gripe aviária, faria esta postagem de 2014 ter alguns requintes de atualidade. 

A história pode não se repetir como acontecido, mas, o passado nos deixa possibilidades percucientes de potenciais realizações no presente e no futuro. Essas historicidades pretéritas se expressam de formas diferenciadas e complexas, e promoverão novas construções de imaginários, novas danças da morte, construções narrativas e imagéticas que serão legados do presente para a reflexão de gerações futuras.    

GILLETTE

 

Propaganda no Álbum Gigante n.7, julho de 1964, EBAL. 

O primeiro aparelho de barbear Gillette começou a ser comercializado nos Estados Unidos em 1901. Em 1909 já era anunciado para venda na revista Ilustração Brasileira. Em 1926 passou a ser produzida numa fábrica do Rio de Janeiro. 

A propaganda divulgada em julho de 1964 está de olho no Dia dos Pais: acompanhando o aparelho e seis lâminas o felizardo ganhava uma "utilíssima caixa plástica e um espetacular chaveiro dourado". 

A ideia deu certo pois alguns destes chaveiros ainda existem e são vendidos para colecionadores. 

PING PONG

Propaganda no Álbum Gigante n.7, Editora Brasil-América (EBAL), julho de 1964. 

Embalagem do chiclete Ping Pong em 1964. Ao lado do Ploc foi o mais difundido no Brasil e concorreram duramente pelo mercado até a saída de linha do Ping Pong nos anos 1990.  

O Ping Pong foi o primeiro chiclete registrado no Brasil. Era o ano de 1945 e a Kibon lançou o produto a partir da observação dos militares norte-americanos que mastigavam avidamente os chicletes Adams na Base Aérea de Natal.  E realmente, a moda pegou e a Adams lançou um concorrente para o Ping Pong: o chiclete Ploc.  

CLUB INTERNACIONAL DE REGATAS

Cartão-postal com o Club Internacional de Regatas de Santos. Datação hipotética: 1905.
Acervo: Luiz Henrique Torres. 

 Este cartão-postal editado por "J. Marques Pereira Photografo" reproduz quatro fotografias do "Club Internacional de Regatas de Santos". Este clube foi fundado em 24 de maio de 1898 e evidenciou a importância do Porto de Santos no escoamento da produção cafeeira paulista. O Clube continua em funcionamento e completou 123 anos de história. 

Detalhe das fotografias do cartão. 

Possivelmente, na época, tinha sido uma expedida uma correspondência de boas-vindas do clube recentemente instalado em Rio Grande para o novo clube em Santos. Essas cordialidades eram comuns na época. 

Me refiro ao Clube de Regatas Rio Grande que foi fundado em 22 de agosto de 1897 e em breve estará completando 124 anos.  

Verso do cartão. 

PESCARIA NO RIO DAS GARÇAS

 

Cartão-postal Expedição Othon Leonardos. Acervo: Luiz Henrique Torres. 

Esta fotografia transmite uma paz de espírito! 

Dois índios, talvez pai e filho, estão acocorados pescando no Rio da Garças em Santa Rita do Araguaia. 

Uma faixa de areia separa a floresta e o rio. É o ano de 1937 e os índios são Orarimugú (Borôro oriental). 

Sem poluição e sobrepesca, dá para imaginar um tucunaré ser fisgado e iniciar uma boa briga com o pescador.  

O cartão-postal faz parte de uma série de 30 postais que divulgou a Expedição Othon H. Leonardos (Sociedade dos Amigos do Museu Nacional). Em 1937 Santa Rita do Araguaia fazia parte do Mato Grosso e atualmente está localizado no Estado de Goiás.    

Verso do cartão-postal. 

DIRIGÍVEL REPUBLIQUE

 

Cartão-postal francês com imagem de 1908-1909. Acervo: Luiz Henrique Torres. 

Pairando acima do Arco do Triunfo está o dirigível militar Republique que foi colocado em serviço em julho de 1908. O dirigível tinha 61 metros de comprimento e um diâmetro de 10 metros. Era movido por um motor de 70 cavalos e chegava a velocidade máxima de 50 km/h. 

Em 25 de setembro de 1909 uma pá de hélice do dirigível quebrou e acabou rasgando o envelope que armazena o gás de sustentação. Os quatro membros da tripulação faleceram na queda ocorrida perto do castelo de Avrilly (Comuna de Trevol).  

Verso do cartão-postal.