Porto do Rio Grande em 1908

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segunda-feira, 1 de junho de 2020

SAINT-HILAIRE: 200 ANOS

Saint-Hilaire. Autor: Ladislao Netto (1838-1894). Acervo: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. 

     Parece estranho escrever sobre isto! Quando comecei a ler Auguste de Saint-Hilaire era 1986 e faltavam 34 anos para o bicentenário da chegada do naturalista ao Rio Grande do Sul. Mas o ponteiro do relógio se arrastou até 2020... 

      Naquele mês de junho de 1820, o Rio Grande do Sul não era Província, mas, uma Capitania do Rio Grande de São Pedro. O período colonial estava se encerrando e o período imperial teria início em 1822. E a Colônia sobreviveria no formato do Império... 

     Saint-Hilaire ficou seis anos no Brasil e deixou milhares de páginas escritas enquanto fruto de suas observações. Alguns apontamentos sobre práticas políticas e culturais, são desconcertantemente atuais. Muito de suas observações são uma aula de mentalidades: no presente, as roupagens mudaram, mas, as práticas são muito semelhantes ao distante passado por ele descrito. Um eurocêntrico -há duzentos anos atrás- conhecia, criticamente o Brasil, muito mais do que muitos intelectuais no presente.  

     Especialmente para os Rio-grandenses, é um ano de revisitar Saint-Hilaire e embarcar numa viagem temporal repletas de paisagens naturais e humanas. É deixar a leitura fluir, dar fala a Saint-Hilaire, e, somente então, fazer o exercício crítico das interpretações pertinentes ou anacrônicas do viajante francês.     

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