Luz que Fenece. Pipoca e Nanquim, 2019. |
Luz que Fenece
Na Balada do Oeste
Chabouté Solitário
Moby Dick temerário...
Como esta salada de frutas,
De cores e sabores variados
Que flertam com a literatura
Podem ser lidas juntas ou separadas?
Basta liberar a imaginação,
Buscar os contornos brutos ou sensíveis
O realismo ou a ficção escrachada
Exercitar a irrazão!
Afinal, os graphic novel são mais fluidos que a vida
que por tantas vezes insiste em se arrastar.
São mais permitidos que os convívios sociais
que tantas vezes nos travam e podem ser de
amargar.
[Num adendo], não esqueçamos que a alma
amarga brutaliza
Planta sementes de frustração
Limita as possibilidades de projeção
Apaga a chama de um mundo que quer se fazer
luz.
O melhor de tudo é que o isolamento na
leitura é ilusão:
As HQs são socializadas!
De mão em mão, por meio digital,
por presente ou por doação...
Individual e solitariamente
Elas podem ser lidas e saboreadas:
Na claridade do sol pela claraboia
Na luz tênue da lua que resvala pela janela.
Ao ler uma HQ sabemos que outros a curtiram,
Na solidão de suas existências
Na projeção de seus desejos
Na ânsia de totalização de um mundo de
quadrinhos e balões.
Mas sabendo que muitos partilham desta
solidão
Em seus diferentes quadrados e Continentes
Os leitores mantém um elo em comum:
Liberar a sua imaginação que está na
linguagem digital e do papel.
O leitor constrói mundos de narrativas -
reais ou irreais-
Constituída por traços em nanquim ou digitais
Em fugas premeditas da realidade
Tão necessárias quanto respirar.
Fugas onde a existência se alimenta
Onde o silêncio se converte em palavras de
alento.
As HQs podem tornar a jornada humana mais
fecunda
Luz que Fenece. Pipoca e Nanquim. 2019. |
Num deserto de criatividade que se fez oásis.
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