Edição da Veneta de 2018. |
Ilustrações do HQ de Paolo Parisi. |
Parisi retratou a trajetória da cantora negra
Billie Holiday (1915-1959) num período de intensa segregação racial nos Estados
Unidos. As falas da cantora, coletadas em entrevistas e apresentações, além das
letras das músicas vão costurando e conduzindo a narrativa que demarca
lembranças da infância, as dificuldades familiares, a pobreza, a prostituição e
o nascimento e estrelato na música negra: o blues. Billie Holiday tinha um
estilo inconfundível de cantar que ela assim definiu: “Há dois tipos de blues.
O blues alegre e o blues triste. Jamais canto o blues do mesmo modo duas vezes.
Nem repito o ritmo. Na primeira noite é um pouco mais lento, na seguinte um
pouco mais rápido. Depende de como me sinto”.
Paolo Parisi afirmou que “este livro é um
blues (...) falar sobre blues significa narrar as coisas que acontecem à volta,
fragmentos da vida experimentada. O blues representa um risco de vida, uma
vontade de ser outro. O blues é entretenimento e história. O blues é voz
política (...) Lady Day é um modo de ver as coisas da vida, de enfrentá-las e
narrá-las. Significa falar de entretenimento, palavra cujo sentido nos remete a
um alívio temporário das dores do cotidiano. Nós nos entretemos para não morrer”.
“A Dama Canta o Blues
Ela está mal
Ela se sente tão triste
O mundo saberá
Ela nunca vai cantá-lo de novo
Não mais”.
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