Porto do Rio Grande em 1908

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domingo, 29 de dezembro de 2019

GRAPHIC NOVEL – BILLIE HOLIDAY

Edição da Veneta de 2018.


Ilustrações do HQ de Paolo Parisi. 
 



        O italiano Paolo Parisi, quadrinista e ilustrador, publicou uma HQ que recomendo a leitura. O título é Blues for Lady Day – a história de Billie Holiday (Veneta, capa flexível, p&b, 19x13cm, p.112, 2018).
         Parisi retratou a trajetória da cantora negra Billie Holiday (1915-1959) num período de intensa segregação racial nos Estados Unidos. As falas da cantora, coletadas em entrevistas e apresentações, além das letras das músicas vão costurando e conduzindo a narrativa que demarca lembranças da infância, as dificuldades familiares, a pobreza, a prostituição e o nascimento e estrelato na música negra: o blues. Billie Holiday tinha um estilo inconfundível de cantar que ela assim definiu: “Há dois tipos de blues. O blues alegre e o blues triste. Jamais canto o blues do mesmo modo duas vezes. Nem repito o ritmo. Na primeira noite é um pouco mais lento, na seguinte um pouco mais rápido. Depende de como me sinto”.
        Paolo Parisi afirmou que “este livro é um blues (...) falar sobre blues significa narrar as coisas que acontecem à volta, fragmentos da vida experimentada. O blues representa um risco de vida, uma vontade de ser outro. O blues é entretenimento e história. O blues é voz política (...) Lady Day é um modo de ver as coisas da vida, de enfrentá-las e narrá-las. Significa falar de entretenimento, palavra cujo sentido nos remete a um alívio temporário das dores do cotidiano. Nós nos entretemos para não morrer”.  
 Lady Sings The Blues (Billie Holiday e Herbie Nichols)
“A Dama Canta o Blues
Ela está mal
Ela se sente tão triste
O mundo saberá
Ela nunca vai cantá-lo de novo
Não mais”.

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