Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

FONTES PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA RIO-GRANDINA DO SÉCULO XVIII – ABREU

Passagem pelo rio Mampituba (Torres) na pintura de Jean Debret (década de 1820). Este cenário era comum aos tropeiros e viajantes que cruzavam o litoral do Rio Grande do Sul desde o início da exploração do gado da Vacaria Del Mar após a fundação da Colônia do Sacramento. 

O contratador de couros da Colônia do Sacramento Cristóvão Pereira de Abreu, esteve em janeiro de 1737 preparando o terreno onde seria edificado o forte. Em correspondência ao capitão-general Gomes Freire de Andrade, Abreu demonstra apreensão com a intensificação da luta em torno de Sacramento e com as dificuldades ligadas ao forte: “pela pouca confiança que faço da gente que aqui se acha, tomei por melhor acordo retirar-me outra vez ao passo deste Rio e fortificar-me no porto da parte do Sul com trincheira e 4 peças cavalgadas por segurar o posto que é o único para passar animais e por a cavalhada e gado da parte do Norte, deixando só ficar o que baste para a carga desta sumaca e que hoje se dá princípio para se continuar com brevidade que foi possível e tão bem alguns cavalos para a guarda que sempre conservo e para mandar colher mais gado, depois de despachada a sumaca”.[1]
A desconfiança com deserções de soldados e infiltração de espanhóis tornam ansioso o quadro que antecede a chegada de Silva Paes e suas tropas. A manutenção desta posição pelo distanciamento dos centros de abastecimento como o Rio de Janeiro também trará problemas para a manutenção da posição.


[1] ABREU, Cristóvão Pereira de. In: PORTO, Aurélio. História das Missões Orientais do Uruguai. Rio de Janeiro: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1943, p. 365.

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