Aedes aegypti. |
Um vírus endêmico acompanha o Brasil há muitos séculos: a corrupção oriunda das práticas patrimonialistas. Porém, um vírus mais recente está ampliando o seu espaço nos noticiários: o Zika. Este vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 em um macaco rhesus na floresta Zika, da Uganda, daí o nome que nos soa estranho. No Brasil, ele foi identificado pela primeira vez em abril de 2015.
Entre 1951 a 2013, evidências sorológicas em
humanos foram notificadas em países da África (Uganda, Tanzânia, Egito,
República da África Central, Serra Leoa e Gabão), Ásia (Índia, Malásia,
Filipinas, Tailândia, Vietnã e Indonésia) e Oceania (Micronésia e Polinésia
Francesa). Nas Américas, o Zika Vírus inicialmente identificado na Ilha de
Páscoa, território do Chile no início de 2014.
Ele é considerado endêmico no Leste e Oeste
da África e desde 1966 foi se disseminando pela Ásia. Atualmente há registro de
circulação esporádica na África (Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central,
Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quénia, Somália
e Burkina Faso) e Ásia (Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia,
Vietnã, Camboja, Índia, Indonésia) e Oceania (Micronésia, Polinésia Francesa,
Nova Caledônia/França e Ilhas Cook). Já foram registrado casos isolados de Zika
vírus no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália.
Os vírus da dengue,
chikungunya e zika são transmitidos pelo mesmo vetor, o já famoso Aedes
aegypti, e ocasionam sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Zika e
dengue são do gênero Flavivírus, já o chikunguna é do gênero Alphavírus. As
doenças têm gravidades diferentes. A dengue, que pode ser provocada por quatro
sorotipos diferentes do vírus, é caracterizada por febre repentina, dores
musculares, falta de ar e moleza. A forma mais grave da doença pode provocar hemorragias
e até levar ao óbito. O chikungunya caracteriza-se principalmente pelas
intensas dores nas articulações. Os sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as
dores articulares podem permanecer por meses e até anos. Complicações sérias e
morte são muito raras. Já a febre por zika vírus leva a sintomas de febre, dor
muscular, conjuntivite, coceira e erupções na pele (manchas vermelhas) que se
limitam a no máximo 7 dias. Apesar de os sintomas serem mais leves do que os de
dengue e chikungunya, a relação do vírus com microcefalia (deficiente
desenvolvimento cerebral durante a gestação) e a possível ligação com a
síndrome de Guillain-Barré (doença rara que afeta o sistema nervoso e que pode
provocar fraqueza muscular e paralisia de braços, pernas, face e musculatura
respiratória) são os fatores graves desta contaminação. Não há vacina ou
tratamento específico para a doença conforme o Ministério da Saúde, pode ser
utilizado paracetamol ou dipirona (para febre e dor), antialérgico e hidratação
oral. Devido ao risco de hemorragia não deve ser utilizado ácido
acetilsalicílico.
O Zika vírus não é contagioso, e por isso não
passa de uma pessoa para outra. A única forma de pegar esta doença é sendo
picado pelo mosquito. No entanto, se um mosquito que não tem o Zika vírus picar
uma pessoa que está com Zika, ele é contaminado e começa a passar a doença para
outras pessoas através de sua picada.
O quadro de extrema
gravidade que está colocando o Brasil em evidência no olhar dos pesquisadores é
o aumento de casos de microcefalia, que já passam de mil. No verão ocorre um
aumento vertiginoso da população de mosquitos e a chance de contaminação, em
áreas em que a doença está presente, se torna crítica. Casos da doença já foram
registrados no Distrito Federal e em 18 estados brasileiros. A Organização
Mundial de Saúde emitiu um alerta global frente ao avanço da doença e o Ministério
da Saúde sinaliza para a ampla difusão no território brasileiro do Zika vírus
nos próximos meses!
Novamente as
preocupações devem estar voltadas ao controle do Aedes Aegypt que se reproduz
em água limpa e parada. Para evitar a proliferação do mosquito é preciso
eliminar a água limpa e parada onde os mosquitos se reproduzem. Se o poder
público assumir o controle de áreas de sua competência e a população realizar a
retirada de água parada de suas residências (vasos, garrafas, pneus e outros
objetos) ou locais que tenha acesso, um grande passo terá sido dado para o
controle. Como prevenção se deve utilizar repelentes, colocação de telas de
proteção nas janelas e o uso de mosquiteiros na cama. A dengue já está presente
em várias cidades do Rio Grande do Sul e o mosquito tem sido coletado
sistematicamente em Rio Grande. O momento é muito grave e exige extrema atenção
de todos!
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