In: RANGEL, José Correia. Defesa da Ilha de Santa Catarina e
do Rio Grande de São Pedro" (1786). |
O
site fortalezas.org apresenta um amplo material sobre fortificações no Brasil.
Também estão contempladas as estruturas militares construídas por portugueses e
espanhóis junto à Barra do Rio Grande: em São José do Norte e em Rio Grande.
O
material a seguir foi reproduzido do endereço: http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=818
“O Forte de
Arroio foi estabelecido por José da Silva Paes, em 1737, para proteger a Vila
de Rio Grande por terra. O forte foi ampliado sob domínio espanhol, quando
recebeu a denominação de São João Batista da Guarda do Arroio. Nesta época foi
seu comandante espanhol o Tenente Paulo Desfile. O Comandante de Artilharia, em
Rio Grande, era o Tenente-Coronel Francisco Bethezebé, ajudado pelo
Tenente-Coronel Antônio Monier (BENTO, 1996:295-295).
No entanto,
em 1º de abril de 1776, o forte já pertencia novamente à Coroa portuguesa,
juntamente com as demais fortificações localizadas na margem esquerda (ou
margem norte) do canal da Barra, na ocasião em que as fortificações da margem
direita (sul) foram conquistadas aos espanhóis, juntamente com a Vila de São
Pedro (que esteve de posse espanhola desde a invasão de1763).
O
Tenente-General João Henrique Böhn[1]
tornou o Forte do Arroio centro de gravidade da defesa do Rio Grande, que
estava sob ameaça do espanhol Cevallos, após a reconquista portuguesa de Rio
Grande (1776). O Forte do Arroio defendia à Vila do Rio Grande por terra sobre
as direções estratégicas vindas do Arroio Chuí e de Canguçu, ponto obrigatório
de passagem para quem viesse do Rio Camaquã desde Rio Pardo e Santa Tecla. Ali,
Böhn resolveu concentrar toda a Infantaria (BENTO, 1996: 290).
Esta
fortificação está relacionada também pelo Coronel Rêgo Monteiro como integrante
das defesas de Rio Grande em 1777 (GARRIDO[2],
1940:149). Aparece ainda identificada no mapa publicado pelo Visconde de Porto
Seguro (Planta do Rio Grande do Sul e das posições das tropas beligerantes
antes da vitória alcançada no dia 1º de abril de 1776, Tomo quarto, página 250
da História Geral do Brasil, 3ª edição) onde consta “Forte e Guardas do
Arroyo”, sendo identificada nesta época como uma posição portuguesa.
Outra
iconografia mostra planta e perfil do forte, em 1777, quando foi “consertado e
acrescentado com uma estrada coberta, conforme o projeto do Marechal Funck, e a
execução do Capitão Montanha”, desenho publicado nas memórias do General Böhn.
Interessante notar a existência de fosso, contra-escarpa, estrada coberta e
glacis, repertório pouco utilizado nas fortificações do sul do Brasil.
No entanto,
as mais detalhadas informações sobre essa fortificação estão no levantamento de
Correia Rangel, de 1786, juntamente com outras fortificações existentes naquela
Barra (RANGEL, 1786: 37). Em seu mapa,
junto ao Forte, Rangel localiza ainda o "Campo do Arroyo em que estiveram
abarracados no tempo da guerra os treze Regimentos da Europa, Moura, Chimorro e
Bragança".
Rangel
também apresenta a planta e elevação do Forte, uma fortificação abaluartada,
informando ainda que, à época, possuía quatro canhões de bronze de calibre 6
libras e quatro canhões de ferro, sendo três deles de calibre 12 lb e um de
calibre 3 lb (RANGEL, 1786: 52-53).
[1] BÖHM,
João Henrique de. Memoires relatifs, a l'Expedition au Rio Grande de laquelle
je fus charge par le Roi Dom Ioze Iº depuis le Decembre de 1774 jusqu a sa fin
al an d 79 avec mes Lettres ecrites au Marquis de Lavradio Vice Roi du Bresil.
Post. 1779.
[2]
GARRIDO, Carlos Miguez. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
Nenhum comentário:
Postar um comentário