Algumas pistas para localizar a atual rua
Andrade Neves podem ser obtidas em plantas urbanas da cidade do Rio Grande. Na
Planta urbana de 1829, está identificado o Beco do Joaquim Martins, onde há um trapiche pertencente a este
comerciante. Rua do Poço, na Planta de 1835, porque no centro da hoje
Praça 7 de Setembro, havia um muito antigo poço que supria água aos moradores
daquela zona. Em Resolução de 25 de fevereiro de 1869 foi denominada Andrade
Neves.
Tão
estreita era essa rua, entre a da Praia e a Direita, que a Câmara, em janeiro
de 1861, ‘...mandou colocar um marco de modo a privar o trânsito de veículos’.
Em 1876 uma Postura proíbe, igualmente, o trânsito de veículos ‘no estreito
beco da Andrade Neves’, nesse mesmo ponto. Em 29 de novembro de 1886, a Câmara toma
conhecimento de um requerimento de vários moradores desta rua e da Praça Sete
de Setembro, que ofereciam parte das despesas para a demolição do sobrado de
dom Pablo Goycochea, ‘... que se achava compreendido na largura da mesma rua, a
bem de ser melhorado o trânsito público e fechado o Beco da Chica Revista,
o qual, além de muito retirado, do verdadeiro alinhamento, é um perigo para a
saúde pública por ser depósito de águas pútridas’. O sobrado que ficava na face
Sul da Praça foi demolido muitos anos depois e o Beco da Chica Revista
(mulher de má fama e de sobrenome Saraiva que aí morava) foi vendido aos
proprietários do segundo e terceiro prédios do lado Leste, frente à Praça e que
o fecharam com portões. A venda foi feita pelo Intendente Inácio de Lacerda
Werneck.
José Joaquim de Andrade Neves nasceu em Rio Pardo em 1807. Nas
fileiras do Exército, distinguiu-se na Campanha contra Rosas e especialmente na
Guerra do Paraguai onde foi mais de uma vez ferido vindo a falecer em Asunción
em 1869.
Combate durante a Guerra do Paraguai (passagem de Humaitá em 1868) com destaque a Andrade Neves (Barão do Triunfo) na parte central da ilustração. Acervo: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. |
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