Jornal O Bisturi, junho de 1899. |
A fúria das
ruas e o medo de uma multidão incitada, sempre provocou arrepio nas forças
policiais ou, num exemplo, nos delegados americanos do Velho Oeste que tinham
de proteger um prisioneiro frente à multidão que cercava a cadeia e ostentava
uma forca a ser usada na árvore mais próxima: justiça rápida e pelas próprias
mãos do povo, este antigo sonho da humanidade barrado pelo sistema jurídico organizado!
Na violenta
cidade do Rio Grande, no final da primeira década republicana, uma menina de 3
anos havia sido violentada! As suspeitas recaíram no súdito francês Joseph
Pomaret que foi levado à prisão. Na noite do dia 19 de junho de 1899, Pomaret
foi retirado da cadeia municipal por uma multidão de furiosos cidadãos e
conduzido pelas ruas da cidade aos gritos de “linchamento”. Ele foi morto a
golpes de cassetetes, pedras, punhais e tiros de pistola. O cadáver foi
arrastado pelas ruas e esquartejado freneticamente. O rito final foi lançar o
que restou do corpo numa fogueira que aumentou ainda mais o fervor da multidão.
A sensação de participar de uma inquisição excitava ainda mais os
participantes...
O jornal Bisturi questionou a barbárie do ato e o
fato do processo não ter seguido o trâmite legal de julgamento do crime.
Pomaret realmente foi o culpado? O povo fez justiça e evitou que o assassino
escapasse de sua pena com artimanhas jurídicas? O bico de pena da melhor
imprensa caricata da cidade do Rio Grande registrou o episódio.
*Pesquisa está em andamento e o tema será tratado futuramente com maior detalhamento.
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