O desenvolvimento da indústria pesqueira no
município de Rio Grande foi fortemente influenciado pela criação da
Superintendência de Desenvolvimento Pesqueiro – SUDEPE, em 1962, e pelos
incentivos fiscais previstos no Decreto-Lei n° 221, de 1967. Os benefícios
incluíam a isenção de impostos e taxas federais sobre produtos importados e
industrializados, taxas aduaneiras na importação de máquinas e outros
benefícios. O capital disponibilizado para o setor foi aproveitado pelo
empresariado local, que consolida em Rio Grande uma indústria pesqueira que
adquire projeção nacional, uma vez que o município apresentava as condições necessárias
para a ampliação de seu parque produtivo, notadamente matéria-prima abundante e
mão de obra qualificada para a captura e processamento de pescado.
O avanço tecnológico e o acesso livre ao mar
territorial do Uruguai e da Argentina elevaram rapidamente a captura que, em
1970, chegou a 120 mil toneladas. Entretanto, a delimitação do mar territorial
brasileiro em 200 milhas, no início da década de 1970, levou o Uruguai e a
Argentina a imporem restrições às capturas em suas águas territoriais,
reduzindo drasticamente a área de captura das embarcações brasileiras,
especialmente daquelas baseadas em Rio Grande. Foi o início do declínio da
indústria pesqueira local, que foi agravando-se com a sobrepesca dos principais
estoques da costa sul do Brasil e com a retirada dos incentivos fiscais por
parte do Governo Federal. Na metade da década de 1980, as capturas anuais já eram
inferiores a 90 mil toneladas, caindo sucessivamente nos anos seguintes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário