Em agosto de 1839, o governo francês
divulgava uma das mais importantes invenções da humanidade: um mecanismo capaz
de fotografar cenas e preservar esta imagem por tempo indeterminado. A
fotografia hoje pode ser obtida até com celular e smartphone, mas seu
desenvolvimento inicial foi muito complexo. A fixação da imagem era um desafio
que envolvia conhecimento de fenômenos químicos que começavam a se desenvolver
no século XIX. O francês Joseph Nicéphore Niépce obteve a primeira fotografia
em 1826 utilizando uma placa com betume numa câmara obscura.
Deixando em exposição por oito horas, Niépce
conseguiu uma pálida imagem de telhados, provando ser possível obter uma imagem
sobre uma emulsão sensível à luz, porém, faleceu em 1833 sem conseguir fazer
novos avanços. Seu sócio, o também francês Louis Daguerre fez a descoberta do
processo de fixação da imagem. Em 1835, de forma acidental, ele constatou que
os vapores de mercúrio permitiam fixar (revelar) a imagem ao ser exposta por
cerca de 30 minutos.
Isto levou a produção de um meio físico
(máquina) que foi adquirida pelo governo francês em troca de uma renda
vitalícia para Daguerre. Surgia em 1839 o daguerreotipo que poderia ser usado
livremente pelos interessados. O equipamento era constituído por câmara, chapas
metálicas, polidor de couro, caixa de madeira para sensibilização da emulsão, caixa
de madeira para a revelação das placas expostas e produtos químicos,
totalizando mais de 100 quilos de peso.
Este kit era acompanhado de um manual
explicativo sendo vendidos, apenas em Paris, 2.000 kits no ano de 1846. As
dificuldades de manuseio e revelação exigiam muita habilidade e frustraram
muitos amadores, mas a curiosidade e a busca de uma profissão fizeram com que
apenas nos Estados Unidos, no ano de 1853, havia dez mil daguerreotipo. A
imagem gerada era apenas positiva e não podia ser reproduzida (obter cópias),
mas o interesse pela fotografia não parou de crescer desde então.
Primeiro daguerriótipo no Brasil. Louis Compte, 1840, Paço Imperial (Rio de Janeiro). |
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