O longo tempo para sua execução popularizou a
expressão “como as obras de Santa Engrácia”, em referência a algo que não
chegará a acontecer, ou que demorará muito a acontecer. Versão popular fala de
uma maldição lançada pelo cristão-novo Simão Pires Solis que era apaixonado por
Violante filha de um fidalgo que não aceitou o relacionamento dos jovens. Solis
foi acusado de roubar o relicário de Santa Engrácia e executado na fogueira.
Enquanto seu corpo começava a ser envolvido pelo fogo ele teria lançado a
maldição: “É tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem!”. A
lenda pode ser parcialmente verdadeira, pois em 1630, os registros paroquiais
registram a condenação à morte de Simão Pires Solis por desacatar Santa
Engrácia!
No imaginário ficou a relação entre a
maldição e a lentidão ou inviabilidade em encerrar uma obra. O interessante é
que a lenda portuguesa era lembrada em Rio Grande em matéria do Jornal Rio
Grande do dia 24 de fevereiro de 1956. O
tema se refere à construção do “Parque Princesa Isabel” no local atual do
Parque do Trabalhador junto ao pórtico da cidade. A crítica é feita a lentidão/inexistência
de trabalhos caracterizando segundo o jornal uma “obra de Santa Engrácia” isto
é, “toda construção que demora mais do período normal entre o início e o fim”.
No caso do Parque Princesa Isabel ocorreu uma dupla maldição de Santa Engrácia:
em Portugal a igreja/panteão foi finalizada enquanto o referido Parque, com
aquela proposta arquitetônica, nunca foi efetivado.
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
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