Porto do Rio Grande em 1908

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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

CENTENÁRIO DA GRIPE ESPANHOLA

As epidemias acompanham a trajetória humana desde tempos imemoriais. O homo sapiens já sobreviveu há inúmeras epidemias, mas nenhuma foi tão devastadora como a Gripe Espanhola. O ano de 1918 assinalou o final da Primeira Grande Guerra que matou 10 milhões de pessoas. Também foi marcado por uma pandemia de gripe que eclodiu na Espanha em fevereiro espalhando-se pela Europa e outros Continentes. Uma gripe benigna de rápida difusão e baixa letalidade que quando retornou em junho deste mesmo ano, trouxe a ilusão de repetir à anterior. Ilusão que foi desfeita pela alta letalidade associada ao vírus influenza H1N1. A alta virulência e o extenso obituário provocado pela Gripe Espanhola de 1918 marcaram a geração que sobreviveu a sua passagem pelo Planeta.
Em 1918, o estado sanitário na Europa era precário. Doenças como o tifo, tuberculose, cólera e disenteria tinham cunho epidêmico. Desde 1914, a Primeira Guerra Mundial provocava devastação e alta mortalidade. A primeira onda epidêmica de gripe espalhou-se pela Europa, América do Norte, Nova Zelândia, Índia e África do Sul, não sendo considerada grave e decaindo no final de julho. A segunda onda epidêmica iniciou em fins de agosto culminando em setembro de 1918. Somente não alcançou algumas ilhas do Pacífico Sul e Nova Guiné. A virulência foi imensa e a mortalidade excepcional, inclusive na faixa dos 15 aos 45 anos. Em cerca de seis meses a epidemia matou mais que quatro anos de guerra. Estima-se pelo menos 20 milhões de mortos (1,5% da população do planeta e 600 milhões de infectados). A denominação de Gripe Espanhola foi divulgada na Inglaterra quando da primeira onda epidêmica em abril de 1918. Na Espanha causou grande mortalidade, porém, não há indícios que aí teve origem. A denominação 'gripe espanhola' partia deste pressuposto equivocado de que a moléstia havia se originado na Espanha e/ou lá fizera o maior número de vítimas. Outra explicação dizia que a Espanha, país neutro durante a Primeira Guerra Mundial, não censurava as notícias sobre a existência da gripe epidêmica, daí a dedução de que a moléstia matava mais naquele país. A Gripe Espanhola atingiu Dacar na África contaminando soldados brasileiros e matando mais de uma centena. Mesmo longe de casa os brasileiros começavam a morrer com a epidemia antes do final de agosto de 1918.
Acervo: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/ha-100-anos-gripe-espanhola


O vírus de 1918 foi identificado em 2006, denominado H1N1 é um vírus oriundo das aves (uma gripe aviária) que sofreu uma mutação e formou uma cepa letal que causou à grande devastação no Planeta. Qual era a letalidade da gripe de 1918? Conforme Gina Kolata era 25 vezes mais mortal do que as gripes comuns. Essa gripe matou 2,5 por cento de suas vítimas.

Em breve o livro estará disponível para download. 

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