Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

JACOB RHEINGANTZ

 “A agricultura será a salvação da Província do Rio Grande; e os seus filhos que isso reconhece, muito terão feito na Assembléia Provincial para animar o seu desenvolvimento. O lado norte da Província tendo abraçado com fervor esse ramo de vida, acha-se hoje florescente, enquanto que o sul definha por cuidar meramente do gado vacum. Verdade é que se fizeram algumas experiências com as projetadas colônias do Monte Bonito e do Fragata, mas, ou por falta de vontade ou por esterilidade do terreno, nenhuma das duas chegou a vingar! Hoje as coisas têm tomado outro rumo e, ao que parece, o município de Pelotas passará em breve a ter um estabelecimento colonial graças aos esforços de um estrangeiro ativo e laborioso, o sr. Jacob Rheingantz que, compenetrando-se dessa necessidade, tomou a deliberação de ir à Europa engajar braços”. Diário do Rio Grande, 9 de janeiro de 1858.

            No dia 10 de agosto de 1817 nascia Jacob Rheingantz em Sponheim (Prússia Renana) atual Alemanha. Seu nome está ligado ao empreendimento de fundação da Colônia de São Lourenço (1858), mas seus filhos, especialmente, Carlos Guilherme Rheingantz deixou um legado na cidade do Rio Grande em termos de empreendedorismo industrial com a primeira fábrica de tecidos do Brasil.     
Jacob residiu em Rio Grande e Pelotas, atuando no ramo comercial e divulgando a necessidade em trazer imigrantes alemães e pomeranos para o Rio Grande do Sul. Eram colônias agrícolas em minifúndios onde toda a família trabalhava a terra. A mentalidade da época era o escravismo e o latifúndio pecuarista/a atividade charqueadora, bases do Rio Grande do Sul tradicional. Neste sentido, Jacob Rheingantz buscou trazer para a Serra dos Tapes e para a Metade Sul a experiência que havia sido iniciada pelos colonos alemães em São Leopoldo e posteriormente, em diversas localidades do vale dos rios.
Jacob conheceu Maria Carolina Von Fella, que nasceu a bordo de uma fragata dinamarquesa que adentrara a Barra do Rio Grande em novembro de 1829. Ela era filha única do irlandês Barão Carlos Adams Von Fella. No ano de 1848, Jacob e Maria Carolina casaram e nos anos seguintes tiveram dez filhos. O primeiro, nascido em abril de 1849, teve o nome projetado nacionalmente: o comendador Carlos Guilherme Rheingantz, proprietário da primeira grande indústria gaúcha. Apenas para lembrar de outro filho de Jacob que teve participação destacada em Rio Grande foi Oscar Felipe Rheingantz (advogado, promotor público e administrador na Rheingantz/União Fabril).  
Jacob Rheingantz morreu do coração aos 60 anos de idade na cidade de Hamburgo.
Ilustrações: Jacob e Maria Carolina em 1848; Jacob Rheingantz. Acervo: http://familiarheingantz.blogspot.com.br



Carlos Guilherme Rheingantz, 1889. 

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