Acabo
de finalizar o meu último livro e convido a todos os leitores interessados a
acessarem o meu blog “historiaehistoriografiadors.blogspot.com.br”. O título do
livro é: “Ricardo Strauch: um pioneiro dos cartões-postais no Brasil”. A
pesquisa foi exaustiva, mas, os resultados foram promissores! Nos últimos anos
tenho feito o levantamento de cartões-postais para deixar registrada
cientificamente a importância que Rio Grande teve no pioneirismo da cartofilia
no Brasil. A qualidade dos cartões produzidos na cidade deve ser divulgada assim
como as amplas possibilidades de leituras do passado urbano e rural que os
cartões propiciam investigar.
Um
editor que me chamou a atenção foi Ricardo Strauch que se estabeleceu no ramo
de editoração no ano de 1887. A Livraria Rio-Grandense/R. Strauch teve uma
longa vida até seu fechamento em 1942. No final do século 19 e primeiras duas
décadas do século 20, foram produzidos um grande número de cartões nesta
Livraria. Após longa pesquisa, mas que não esgotou as coleções lançadas,
consegui ter acesso a imagem de cinqüenta e sete cartões-postais. Estes cartões
estão sendo reproduzidos no livro como uma forma de preservação de uma memória
iconográfica que está sendo perdida ou que é desconhecida de grande parte da
população local.
O
filósofo Walter Benjamin relacionava os cartões com princípios de globalização
cultural e suas imagens multifacetadas permitiam viajar pelos mais diferentes
pontos do planeta sem sair do lugar. Obvio que toda produção imagética está
permeada por representações, inserções e exclusões de cenários e personagens,
mas está repleta de lugares do cotidiano e até de lugares de memória (no olhar
do tempo presente). Benjamin era um colecionador de cartões-postais, sem
abandonar ele transcendeu o olhar crítico para apenas entronizar o prazer da
viagem mental pelo patrimônio e culturas dos continentes.
O
livro que está sendo lançado é uma coleta de cacos da história (fragmentos de
imagens) e buscou evidenciar o cartão-postal como fonte para o estudo da
história e de outras ciências. Mas também procurou preservar e fazer conhecer
as experiências avançadas que nasceram em nossa urbe e que circularam pelo
planeta: através das imagens clicadas por fotógrafos e coloridas/retocadas
artisticamente, Rio Grande se fez conhecer nas mais diferentes cidades e
nacionalidades. E diria que no presente, olhar para estas imagens é ver a
dialética do tempo que preserva/desconstrói espaços públicos; é olhar para
personagens anônimos das ruas e saber que várias gerações já os sucederam e
pensar na contribuição que deixaram; é difícil ficar indiferente ao pensar nas
trajetórias de vida/patrimônio e nas expectativas da cidade que queremos no
presente.
Portanto,
está feito o convite para conhecer a obra que está disponível gratuitamente neste
blog.