A casa importadora Abel Asti & Cia foi fundada em
agosto de 1893 pelo brasileiro Abel Asti e pelo português Antonio Alves de
Almeida. Operavam com muitos produtos de secos e molhados vendidos em grandes
volumes. As importações vinham diretamente da França, Inglaterra, Alemanha,
Espanha, Portugal, Itália, Uruguai etc. Os produtos tinham destino clientes do
interior do Rio Grande do Sul. A casa comercial ficava na rua Riachuelo e os
navios de carga poderiam fazer a descarga no cais do Porto Velho, em frente ao
estabelecimento comercial. A casa era representante da sociedade nacional de
seguros ‘Garantia da Amazonia’, sediada no Pará.
Monte Domecq assim descreveu o comerciante radicado na
cidade do Rio Grande: “O sr. Abel Asti é a perfeita realização do que os
ingleses, bons entendedores da matéria, chamam o ‘self made man’, o filho de
sua obras. Nascido em Bagé, em 1874, entrou, com a idade de 14 anos, no
comércio de secos e molhados. Trabalhador inteligente e ativo, não tardou em
libertar-se da tutela estrangeira e se estabeleceu por conta própria, no mesmo
ramo de secos e molhados a varejo. Trabalhou durante três anos, até 1893, sob o
seu nome individual e foi nesta data que se associou com o sr. Antonio Alves de
Almeida para fundar a casa atual que se conta entre as mais fortes e
progressistas desta adiantada praça” (Monte Domecq, O Estado do Rio Grande do
Sul, 1916).
As fotografias do
livro de Domecq, congelaram no tempo este passado que já não existe. Flagrantes
do vestuário, dos utensílios de uma casa abastada, da fachada do prédio na rua
Riachuelo e dos produtos dispostos na casa comercial, nos remete a um referencial
do que seria progresso comercial e status social para a elite ligada ao
comércio.
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