Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

terça-feira, 18 de julho de 2017

BOLACHAS LEAL, SANTOS & CIA

Entre as empresas que foram fundadas em Rio Grande e que tiveram uma marcante difusão de seu nome está a Leal, Santos & Cia. O capital português foi aplicado neste empreendimento fundado em 1889 enquanto filial portuguesa mas que se emancipa no ano de 1906. Do Amazonas a República Oriental do Uruguai, as bolachas, biscoitos e conservas Leal, Santos & Cia, eram amplamente difundidas. Dos produtos populares aos mais sofisticados, a empresa foi presente nos diferentes mercados brasileiros.
A Fábrica de biscoitos instalada em Rio Grande, ocupava um imenso prédio que era dividido em várias secções que recebiam a matéria-prima e finalizavam na etapa de empacotamento dos produtos. O setor de latoaria e estamparia, recebia a folha de Flandres da Inglaterra. A impressão litográfica das latas e sua confecção eram feitas no atelier especial organizado por Manuel Marques Pancada. Além das latas para biscoitos e conservas, eram fabricadas cápsulas para garrafas.
Na fabricação de bolachas e biscoitos, eram empregadas matérias-primas selecionadas. Os fornos para cozimento dos biscoitos eram de sistema contínuo e de fabricação inglesa. Eram três fornos que produziam 800.000 quilos por ano.  

As bolachas eram vendidas embrulhadas em papel celofane, em latas ou em armazéns a granel (em embalagens feitas com folha de flandres). Até a década de 1940, a bolacha Maria, água e sal, champagne, chocolate e outras, eram as mais vendidas do Brasil. Também produzia semolina fosfatada. A fábrica chegou a empregar até 600 operários, com significativa participação de mulheres. Nas proximidades da fábrica, vinte casas foram construídas para moradia de operários.

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