Entre as empresas que foram fundadas em Rio Grande e que
tiveram uma marcante difusão de seu nome está a Leal, Santos & Cia. O
capital português foi aplicado neste empreendimento fundado em 1889 enquanto
filial portuguesa mas que se emancipa no ano de 1906. Do Amazonas a República
Oriental do Uruguai, as bolachas, biscoitos e conservas Leal, Santos & Cia,
eram amplamente difundidas. Dos produtos populares aos mais sofisticados, a
empresa foi presente nos diferentes mercados brasileiros.
A Fábrica de biscoitos instalada em Rio Grande , ocupava um
imenso prédio que era dividido em várias secções que recebiam a matéria-prima e
finalizavam na etapa de empacotamento dos produtos. O setor de latoaria e
estamparia, recebia a folha de Flandres da Inglaterra. A impressão litográfica
das latas e sua confecção eram feitas no atelier especial organizado por Manuel
Marques Pancada. Além das latas para biscoitos e conservas, eram fabricadas
cápsulas para garrafas.
Na fabricação de bolachas e biscoitos, eram empregadas
matérias-primas selecionadas. Os fornos para cozimento dos biscoitos eram de
sistema contínuo e de fabricação inglesa. Eram três fornos que produziam
800.000 quilos por ano.
As bolachas
eram vendidas embrulhadas em papel celofane, em latas ou em armazéns a granel
(em embalagens feitas com folha de flandres). Até a década de 1940, a bolacha Maria, água
e sal, champagne, chocolate e outras, eram as mais vendidas do Brasil. Também
produzia semolina fosfatada. A fábrica chegou a empregar até 600 operários, com
significativa participação de mulheres. Nas proximidades da fábrica, vinte
casas foram construídas para moradia de operários.
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