Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

segunda-feira, 17 de julho de 2017

MARSIGLIA: COMÉRCIO DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

Desde o século 19 os comerciantes italianos estiveram presentes em Rio Grande. O processo de desenvolvimento das atividades comerciais sofreu um incremento crescente em consonância com a ampliação do espaço portuário em Rio Grande.
 A ampliação do Porto Velho, no período de 1872-1876, consolidou a vocação comercial de exportação e importação que recuava a década de 1820. O capital português, alemão, inglês e italiano, estava representado na cidade por empresas comerciais ou industriais (grandes indústrias a partir da década de 1870). Mais tarde, na década de 1890, a Fábrica Ítalo-brasileira ou Fábrica Nova, será um exemplo do capital italiano.
Um destes representantes da presença italiana no ramo comercial foi a firma Marsiglia & Filho. Raffaele Marsiglia nasceu em Aieta em 1857. Chegou ao Brasil com apenas 20 anos, residindo nos primeiros seis anos de estadia em São Paulo e Porto Alegre. Após, passou a residir em Rio Grande se especializando em secos e molhados.  A empresa funcionava na rua Riachuelo n.7, atuando com exportação de produtos pastoris e da agricultura rio-grandense. O movimento anual era de Rs3.000:000$000. Além do mercado estrangeiro, as praças de São Paulo e de Pernambuco eram os principais parceiros comerciais.  As transações eram feitas a dinheiro ou contra saques de 45 dias.
Raffaelle Marsiglia, o fundador, possuía avultada fortuna de mais Rs1.000:000$000 e era proprietários de prédios na cidade. O filho Vicente, seu sócio, fez seus estudos para o desempenho das funções comerciais na Europa. Este procedimento era comum para o aprendizado do ramo comercial naquela época. Longos períodos em Londres, Hamburgo e outras cidades européias, faziam parte da formação desta elite do ramo de exportação e importação, cujo Porto do Rio Grande era um grande fator de atração. O comércio internacional era um ramo dinâmico e que podia apresentar flutuações importantes em termos de ampliação ou retração das atividades. O acompanhamento permanente e a informação eram necessários para evitar a falência.
Fotografias registram as instalações da firma na Rua Riachuelo. A secção de fabricação de caixas para embalagem de produtos voltados a exportação também ficou registrada. O volume de caixas era tal que havia um depósito de madeiras para este fim. O registro fotográfico de 1919 também contempla o interior do escritório com o pessoal responsável pela administração e contabilidade.

  

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