Desde o século 19 os comerciantes italianos
estiveram presentes em Rio Grande. O processo de desenvolvimento das atividades
comerciais sofreu um incremento crescente em consonância com a ampliação do
espaço portuário em Rio Grande.
A ampliação do Porto Velho, no período de
1872-1876, consolidou a vocação comercial de exportação e importação que
recuava a década de 1820. O capital português, alemão, inglês e italiano,
estava representado na cidade por empresas comerciais ou industriais (grandes
indústrias a partir da década de 1870). Mais tarde, na década de 1890, a
Fábrica Ítalo-brasileira ou Fábrica Nova, será um exemplo do capital italiano.
Um destes
representantes da presença italiana no ramo comercial foi a firma Marsiglia
& Filho. Raffaele Marsiglia nasceu em Aieta em 1857. Chegou ao Brasil com
apenas 20 anos, residindo nos primeiros seis anos de estadia em São Paulo e
Porto Alegre. Após, passou a residir em Rio Grande se especializando em secos e
molhados. A empresa funcionava na rua
Riachuelo n.7, atuando com exportação de produtos pastoris e da agricultura
rio-grandense. O movimento anual era de Rs3.000:000$000. Além do mercado
estrangeiro, as praças de São Paulo e de Pernambuco eram os principais
parceiros comerciais. As transações eram
feitas a dinheiro ou contra saques de 45 dias.
Raffaelle
Marsiglia, o fundador, possuía avultada fortuna de mais Rs1.000:000$000 e era proprietários
de prédios na cidade. O filho Vicente, seu sócio, fez seus estudos para o
desempenho das funções comerciais na Europa. Este procedimento era comum para o
aprendizado do ramo comercial naquela época. Longos períodos em Londres,
Hamburgo e outras cidades européias, faziam parte da formação desta elite do
ramo de exportação e importação, cujo Porto do Rio Grande era um grande fator
de atração. O comércio internacional era um ramo dinâmico e que podia
apresentar flutuações importantes em termos de ampliação ou retração das
atividades. O acompanhamento permanente e a informação eram necessários para
evitar a falência.
Fotografias registram
as instalações da firma na Rua Riachuelo. A secção de fabricação de caixas para
embalagem de produtos voltados a exportação também ficou registrada. O volume
de caixas era tal que havia um depósito de madeiras para este fim. O registro
fotográfico de 1919 também contempla o interior do escritório com o pessoal
responsável pela administração e contabilidade.
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