O Hotel
Paris era o hotel mais luxuoso da cidade nas primeiras décadas do século XX. Um
dos responsáveis pelo perfil refinado assumido pelo hotel está ligado a
administração do italiano Antonio Giacoletto. O proprietário nasceu no ano de
1874 em Torino (Itália). Com apenas 12 anos viajou para Buenos Aires passando a
atuar com armazém e hotel até 1896. Estabeleceu-se em Córdoba e também em Tucuman,
onde tinha negócios com cereais. Chegou ao Rio Grande do Sul em 1907, atuando
com o fornecimento de carne para empresa de carros-restaurantes da Viação
Férrea. Vindo para Rio Grande tornou-se proprietário do Hotel Paris que então se
chamava ‘Internacional’. A localização é a mesma atual na rua Marechal
Floriano.
Ampla
reforma promoveu no Hotel tornando-se o mais requintado da cidade. Anunciava
possuir quartos confortáveis e bem ventilados, banhos frios e quentes para
senhoras e cavalheiros, grande e luxuosa sala de jantar, ampla sala para
exposição de mercadorias ou amostras. Era um hotel de primeira classe em nível
de Brasil e estava localizado nos confins do Brasil Meridional.
Giacoletto
importava da Europa os artigos de consumo do hotel: a firma Giacoletto também estava
presente na Itália e em Portugal. Além disso, desde 1912, ele tinha a concessão
do serviço do Hotel Cassino, na Vila Sequeira. O badalado espaço das elites
rio-grandenses junto ao Oceano Atlântico era atendido pelo serviço e culinária
que já era conhecido no Hotel Paris.
Antonio
Giacoletto estruturou a fase áurea do Hotel Paris e o projetou no cenário
regional como sinônimo de sofisticação. No imaginário local, o Hotel Paris é
uma das lendas urbanas que não podem ser esquecidas e que recuam ao período
Imperial do século XIX, quando tinha outras denominações. O quarto com a cama do
Imperador D. Pedro II, as festas no American Bar e a culinária internacional
ficaram marcadas na memória de gerações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário