Porto do Rio Grande em 1908

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segunda-feira, 17 de julho de 2017

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

No mês de julho de 1914, teve início o maior conflito militar até então ocorrido. A Grande Guerra - como foi conhecida em sua época-, encerrou um ciclo de paz entre potências européias que se estendeu após as revoluções liberais burguesas do século XVIII e do período napoleônico nas duas primeiras décadas do século XIX. A ‘Belle Époque’, iniciada na década de 1870, encontrava seu termo na conflagração entre vários países europeus além de outros que ingressaram no conflito.
O estopim do enfrentamento está relacionado ao assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, em Saraievo, no dia 28 de junho de 1914. Um mês depois, no contexto da chamada ‘crise de julho’, o Império Austro-Húngaro declara guerra a Sérvia iniciando o conflito. O pano de fundo é a crise das Balcãs, região até hoje em evidência. É claro que um fator pontual não explica as raízes do conflito! A partilha colonial, o chamado novo colonialismo no século 19, não satisfez os interesses de expansão de todos os países colonizadores envolvidos na partilha afro-asiática. Com o crescimento científico e tecnológico e a Revolução Industrial entrando em uma fase de produção em série, os mercados e fontes de energia se tornam cruciais para o crescimento de Estados que usam o recurso do nacionalismo de forma cada vez mais enfática. A solução diplomática vai sendo esgotada e o belicismo se intensifica no ano de 1914.
Uma das características desta guerra é que a tecnologia militar é mortífera mas não sofisticada. O confronto bélico ainda está estrategicamente ligado a um corpo a corpo que envolve milhões de soldados, com perdas humanas em números absurdos em batalhas sangrentas. Pela primeira vez o avião foi utilizado para combate aéreo e bombardeio, num período em que ele ainda estava associado à acrobacia. Gás venenoso é usado em grande escala e fuzilamento de prisioneiros torna-se um local comum.  
Os países beligerantes se uniram em dois blocos: a Tríplice Entente (Aliados) constituídos por França, Império Britânico, Império Russo, Estados Unidos, Reino de Itália, Sérvia, Japão e vários outros países; Tríplice Aliança (Impérios Centrais) constituídos pela Alemanha, Áustria-Húngaro, Império Otomano, Bulgária etc.
A entrada dos Estados Unidos no conflito, em 1917, foi decisivo para fortalecer os Aliados. Com a Revolução Bolchevique na Rússia em outubro de 1917, os revolucionários derrubam o czar Nicolau II e tem início uma guerra civil que se estende até 1922. Os russos, em março de 1918, afastam-se da I Guerra Mundial. 
A agonia da ‘guerra das trincheiras’ – a guerra estagnada e não dinâmica -, legou um imaginário de brutalidade e carnificina. Os números do confronto apontam cerca de 19 milhões de mortos, sendo 10 milhões de militares e 9 milhões de civis. Ao final da guerra, em 11 de novembro de 1918, o terror teve continuidade com a mais virulenta epidemia da história da humanidade: a gripe espanhola que matou mais do que os quatro anos de conflito.
O Brasil rompeu relações com a Tríplice Aliança devido ao torpedeamento e afundamento do vapor brasileiro Paraná no dia 5 de abril de 1917. No dia 11 de abril o Brasil rompe relações diplomáticas e passa a confiscar navios alemães em portos brasileiros. Mais dois navios brasileiros são torpedeados e com o clamor popular, o governo declara guerra em 26 de outubro de 1917. A participação foi muito restrita com o envio de um grupo de aviadores e de um corpo médico-militar. A Marinha enviou uma esquadra naval para o patrulhamento da costa noroeste da África e do Mediterrâneo. No retorno do corpo médico a gripe espanhola veio junto provocando milhares de mortos nas mais diferentes cidades brasileiras. O pesadelo da guerra veio para o Brasil na forma do vírus influenza.
Alguns historiadores interpretam que a ‘paz retaliatória’ que foi imposta aos derrotados da Tríplice Aliança (especialmente a Alemanha), foi um fator vital para o desencadear, em 1939, da II Guerra Mundial.


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