O dia 13 de
dezembro de 1864 assinala a declaração de guerra do Império brasileiro contra o
Paraguai. Tinha início o maior conflito militar da América do Sul, a denominada
Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança que foi encerrada somente em
março de 1870 com a morte do presidente paraguaio Solano Lopes.
O que levou
o Brasil a declaração de guerra foi a invasão da Província do Mato Grosso pelo
Exército paraguaio. Em 11 de novembro de 1864, o vapor brasileiro Marques de
Olinda foi aprisionado e a bordo estava o presidente da província do Mato
Grosso o qual, posteriormente, morreu numa prisão paraguaia. Nas semanas
seguintes o sul do Mato Grosso foi invadido e a fronteira oeste do Rio Grande do
Sul foi parcialmente ocupada pelas tropas paraguaias.
Os conflitos no Prata
continuavam a fazer história! Desde a fundação da Colônia do Sacramento em 1680
(atual Uruguai) teve início uma longa duração de disputas diplomáticas e
militares. A intervenção brasileira no Uruguai, em 1863, com a deposição do
presidente Atanasio Aguirre (Partido Blanco) e a indicação de Venancio Flores
(Partido Colorado) simpático ao Brasil e a Argentina de Bartolomé Mitre,
deixaram Solano Lopes muito descontente sendo um dos fatores que levou a
eclosão da guerra.
Até o início deste conflito, o Brasil não
possuía um exército eficiente com efetivo compatível para uma guerra de grande
envergadura. Durante o século 19, a província do Rio Grande do Sul , a fonte
mais vigorosa da mobilização militar no Brasil, forneceu a maioria dos
combatentes para os conflitos platinos. Na vigência da Guerra do Paraguai, o
RS, que era a sétima província brasileira em população com cerca de 198.000
homens, enviou para a guerra 33.803 combatentes, cerca de 27% de todo o efetivo
brasileiro. Em resposta a ação militar do Império do Brasil no Uruguai, Solano
Lopes em dezembro de 1864 atacou a colônia militar de Dourados, na província de
Mato Grosso, invadindo, na seqüência, a província do Rio Grande do Sul. Desta
forma buscou isolar as forças imperiais que estavam atuando no Uruguai das
demais forças do Império. O Tratado da Tríplice Aliança somente foi assinado em
maio de 1865, unindo o Brasil, Argentina (liderada por Bartolomé Mitre) e
Uruguai (Venancio Flores). Apesar disto, o efetivo militar paraguaio continuava
superior e melhor preparado para o conflito.
O conflito será
marcante em Rio Grande devido aos recrutamentos, movimentação de navios de
guerra e tropas que seguiam para o Prata e também para a desocupação das
cidades de Uruguaiana e São Borja. A mobilização militar e o medo de uma
invasão de caudilhos pela fronteira sul, levam a ampliar a militarização da
cidade e novas obras nas trincheiras de defesa são realizadas. A visita e
discursos do Imperador D. Pedro II é um referencial da importância da
localidade no esforço de guerra no extremo sul do Brasil. Afinal, a perda do
Porto do Rio Grande poderia ser um grande golpe para os aliados.
Momentos de tensão e
mobilização passariam a ser vividos até 1870, na expectativa de notícias sobre
os sangrentos combates que vitimaram até 50 mil brasileiros e que provocaram
uma crise econômica no Rio Grande do Sul. A história estava apenas começando e
para quem viveu na época, não havia qualquer certeza sobre o desfecho.
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