Um século e meio nos separa de um momento decisivo da História do
Brasil. O confronto naval entre o Brasil e seus aliados (Argentina e Uruguai)
contra o Paraguai presidido por Solano Lopes. A Batalha Naval do Riachuelo poderia
ter mudado o rumo da Guerra do Paraguai (ou Guerra da Tríplice Aliança).
Era o dia 11 de junho de 1865, um domingo, quando as tropas paraguaias (navais
e terrestres) promoveram um ataque surpresa contra a frota naval brasileira que
era composta por 9 embarcações. Tendo início as 9h25 da manhã, a Batalha
estendeu-se até 17h30, com a vitória brasileira e a destruição da força naval
paraguaia. Mais cinco anos de combates terrestres se seguiriam até 1870, mas de
certa forma, o Paraguai estava fadado a derrota militar após Riachuelo. Os
brasileiros tiveram 104 mortos, 142 feridos e 20 desaparecidos; os paraguaios
351 mortos, 567 feridos e 10 embarcações afundadas.
Entre os mortos brasileiros estão dois defensores da corveta Parnaíba,
onde ocorreu luta corpo a corpo com paraguaios: o marinheiro de Primeira Classe
Marcílio Dias e o Guarda Marinha João Guilherme
Greenhalgh.
O Almirante
Joaquim Marques Lisboa (Visconde de Tamandaré), nascido em Rio Grande, era o
comandante das Forças Navais do Brasil. Tamandaré indicou o Almirante Francisco
Manuel Barroso da Silva (Almirante Barroso e posterior Barão do Amazonas) para
comandar a força naval brasileira no Rio Paraná, cenário onde ocorreu o
sangrento confronto.
A Batalha
Naval do Riachuelo permanece com uma forte simbologia de criatividade e
superação das imensas dificuldades sofridas pelos brasileiros até obterem a
vitória. O menino Marcílio Dias - que quando criança corria pelas ruas da
cidade do Rio Grande - foi encontrar seu túmulo, acompanhado de centenas de outros
marinheiros brasileiros e paraguaios, nas águas do Rio Paraná: era o dia 11 de
junho, há 150 anos atrás.
No período
presente em que o Brasil está “no purgatório da corrupção”, a morte de tantos
homens, não deveria passar no esquecimento mas ser um fator de reflexão sobre
que país está sendo gestado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário