Porto do Rio Grande em 1908

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sábado, 15 de julho de 2017

ANTÁRTICA

O Continente da Antártica concentra 90% do gelo e 70% da água potável do planeta Terra. Sua área é de quase 14 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, mais dos que os 8,5 milhões da área do Brasil que é o quinto maior país do mundo.
De Rio Grande a Antártica são cerca de 2.400 km de distância. Apesar, desta considerável distância, sabemos o quanto estamos próximos e somos influenciados pelo Continente gelado: à circulação de massas de ar fria se intensificam no outono e inverno dando a característica dos estados do sul do Brasil e da região platina: o intenso frio, que porém, é brando em relação ao interior da Antártica onde já foi registrado -89,2 C na estação russa Vostok em 1983.  Quase 100% do território é coberto pelo gelo e as rochas só são visíveis, junto a costa, no verão. A altitude média é de 2.300 metros, a maior dos continentes do planeta e os ventos podem ultrapassar os 300 km/h.
No gelo antártico foram preservadas evidências ligadas a mudanças climáticas e emissão de partículas na atmosfera: a história do clima do planeta ficou aqui preservada. O solo pode vários metais como o níquel, cobre, manganês, platina, prata, ouro e titânio.
No presente, a população não é permanente mas sim composta por cientistas e pessoal de apoio fixados em bases científicas de 29 países. 
A história da presença humana na Antártida é relativamente recente devido às condições climáticas desfavoráveis e ao isolamento do continente. Referências a uma hipotética ‘Terra Australis’ remonta a Grécia Antiga e faz parte de mapas que retratam a América desde o século XVI. Que povos da Terra do Fogo tenham aí chegado não é inviável mas os registros materiais ainda não foram encontrados. O fato é que o frio exigiu adaptações rigorosas para a sobrevivência de formas de vida, inclusive a humana. As aves são um exemplo de radical adaptação, como é o caso dos pingüins.
Os navegadores é que deixaram os primeiros registros escritos da tentativa de chegar ao Polo Sul. Américo Vespúcio, nos primórdios do século XVI supos avistar terras no paralelo 52°S. No século XVIII, entre 1772 e 1775, James Cook cruzou três vezes o Círculo Polar Antártico mas não conseguiu avistar terra. No século XIX, navios baleeiros chegam as Ilhas Sanduíche do Sul. Em 1820, Edward Bransfield chega na Terra de Graham. O inglês James Weddel descobre o mar que passará a ter seu nome em 1822. O russo Bellinghausen, em 1823, nomeou a ‘Terra de Alexandre’.  Estava aberto o caminho das descobertas, mesmo que lentas. Os primeiros homens a passarem um inverno na Antártica, em 1898, eram belgas. Istou se deveu por ficarem durante um ano com o navio preso no gelo. A dramática experiência provocou até insanidade entre membros da expedição devido ao frio e isolamento antártico.
Chegar ao Pólo Sul se tornou para alguns exploradores uma obcessão. Em 14 de dezembro de 1911, Roald Amudsen chega oficialmente ao Pólo Sul. Outra expedição ocorrida no mesmo período, a Scott, acaba em tragédia com a morte por congelamento de membros da expedição.
Um esforço internacional para a investigação científica foi institucionalizado com a assinatura do Tratado da Antártica em 1959. Desde então, países interessados na pesquisa científica e não militar, passaram a ocupar as bases ou estações. Neste contexto, o Brasil, na década de 1980, passou a fazer parte deste seleto grupo.
Desde 1982 a Universidade Federal do Rio Grande participa da política governamental brasileira de exploração científica que é o Projeto Antártico Brasileiro (PROANTAR), sediando a Estação de Apoio Antártico (ESANTAR).  Na Ilha do Rei George, no Continente Antártico, passou a operar a Estação Antártica Comandante Ferraz no ano de 1984. Em fevereiro de 2012 ocorreu um incêndio na Estação que provocou a destruição de grande parte das estruturas. A expectativa mais otimista é a construção de uma nova base em 2016.




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