O Continente
da Antártica concentra 90% do gelo e 70% da água potável do planeta Terra. Sua
área é de quase 14 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, mais dos que os
8,5 milhões da área do Brasil que é o quinto maior país do mundo.
De Rio
Grande a Antártica são cerca de 2.400 km de distância. Apesar, desta
considerável distância, sabemos o quanto estamos próximos e somos influenciados
pelo Continente gelado: à circulação de massas de ar fria se intensificam no
outono e inverno dando a característica dos estados do sul do Brasil e da
região platina: o intenso frio, que porém, é brando em relação ao interior da
Antártica onde já foi registrado -89,2 C na estação russa Vostok em 1983. Quase 100% do território é coberto pelo gelo
e as rochas só são visíveis, junto a costa, no verão. A altitude média é de
2.300 metros, a maior dos continentes do planeta e os ventos podem ultrapassar
os 300 km/h.
No gelo
antártico foram preservadas evidências ligadas a mudanças climáticas e emissão
de partículas na atmosfera: a história do clima do planeta ficou aqui
preservada. O solo pode vários metais como o
níquel, cobre, manganês, platina, prata, ouro e titânio.
No presente,
a população não é permanente mas sim composta por cientistas e pessoal de apoio
fixados em bases científicas de 29 países.
A história da
presença humana na Antártida é relativamente recente devido às condições
climáticas desfavoráveis e ao isolamento do continente. Referências a uma
hipotética ‘Terra Australis’ remonta a Grécia Antiga e faz parte de mapas que
retratam a América desde o século XVI. Que povos da Terra do Fogo tenham aí
chegado não é inviável mas os registros materiais ainda não foram encontrados.
O fato é que o frio exigiu adaptações rigorosas para a sobrevivência de formas
de vida, inclusive a humana. As aves são um exemplo de radical adaptação, como
é o caso dos pingüins.
Os navegadores é que deixaram os primeiros registros
escritos da tentativa de chegar ao Polo Sul. Américo Vespúcio, nos primórdios
do século XVI supos avistar terras no paralelo 52°S. No século XVIII, entre
1772 e 1775, James Cook cruzou três vezes o Círculo Polar Antártico mas não
conseguiu avistar terra. No século XIX, navios baleeiros chegam as Ilhas
Sanduíche do Sul. Em 1820, Edward Bransfield chega na Terra de Graham. O inglês
James Weddel descobre o mar que passará a ter seu nome em 1822. O russo
Bellinghausen, em 1823, nomeou a ‘Terra de Alexandre’. Estava aberto o caminho das descobertas,
mesmo que lentas. Os primeiros homens a passarem um inverno na Antártica, em
1898, eram belgas. Istou se deveu por ficarem durante um ano com o navio preso
no gelo. A dramática experiência provocou até insanidade entre membros da
expedição devido ao frio e isolamento antártico.
Chegar ao Pólo Sul se tornou para alguns exploradores uma
obcessão. Em 14 de dezembro de 1911, Roald Amudsen chega oficialmente ao Pólo
Sul. Outra expedição ocorrida no mesmo período, a Scott, acaba em tragédia com
a morte por congelamento de membros da expedição.
Um esforço internacional para
a investigação científica foi institucionalizado com a assinatura do Tratado da
Antártica em 1959. Desde então, países interessados na pesquisa científica e
não militar, passaram a ocupar as bases ou estações. Neste contexto, o Brasil,
na década de 1980, passou a fazer parte deste seleto grupo.
Desde 1982 a
Universidade Federal do Rio Grande participa da política governamental
brasileira de exploração científica que é o Projeto Antártico Brasileiro
(PROANTAR), sediando a Estação de Apoio Antártico (ESANTAR). Na Ilha do Rei George, no Continente
Antártico, passou a operar a Estação Antártica Comandante Ferraz no ano de
1984. Em fevereiro de 2012 ocorreu um incêndio na Estação que provocou a
destruição de grande parte das estruturas. A expectativa mais otimista é a
construção de uma nova base em 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário