Por volta das 8h30 da manhã do
dia 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas cometeu o suicídio. O ministro da
Fazenda, Oswaldo Aranha, fez a leitura na Rádio Nacional de um trecho da
carta-testamento deixada por Vargas e que se tornou um dos mais difundidos
documentos da História
do Brasil: “Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada
temo. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida
para entrar na história”.
Era o fim da Era Vargas, um
longo processo político que tivera início com a Revolução de 1930 e que
encerrava com o enterro do presidente em sua terra natal São Borja, após ficar
18 anos a frente do governo brasileiro. O tiro disparado por Vargas em seu
coração está relacionado a outro tiro, disparado na perna de Carlos Lacerda
(seu principal detrator) no dia 5 de agosto. As acusações de que o atentado da
Rua Tonelero que feriu Lacerda e matou o major Vaz foi ordenada por Vargas, o
levou a uma situação político- institucional crítica muito insuflada pela
oposição que buscava sua deposição. A UDN e amplos setores militares exigiam a
renúncia do presidente e criticavam o excesso de estatismo e um suposto
esquerdismo. Dias antes, Vargas já afirmara que só sairia do palácio do Catete
morto! Cumpriu a promessa e provocou com sua morte, uma comoção social jamais
vista no Brasil. Manifestações populares foram registradas em várias cidades e
mais de 100 mil pessoas desfilaram em frente ao seu caixão O pai dos pobres saía
da história para se projetar como um mito que até hoje povoa o imaginário
brasileiro.
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