Porto do Rio Grande em 1908

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quarta-feira, 12 de julho de 2017

DISCO VOADOR EM RIO GRANDE

Numa quarta-feira dia 2 de julho de 1947 ás 21h50m, o casal Wilmot está sentado na varanda de sua casa num bairro de Roswell no Novo México (EUA), quando um objeto oval cruzou o céu em alta velocidade. Há cerca de 120 km da cidade de Roswell, o rancheiro MacBrazel e seus vizinhos escutam uma explosão. Na manhã do dia 3, MacBrazel sai a cavalo pelo rancho Foster e defronta-se com centenas de destroços constituídos por lâminas de um metal maleável e aparentemente indestrutível. Ele leva destroços para o seu galpão e observa desenhos e inscrições desconhecidos impressos nos fragmentos. Somente na manhã do dia 6, o rancheiro informou ao xerife do achamento e na parte da tarde o Pentágono foi comunicado. Na manhã do dia 7 todas as estradas e vias de acesso foram bloqueadas por ordem do Pentágono, iniciando uma operação militar da Força Aérea americana que realizou a limpeza da área. Especulações de testemunhas afirmando que um disco voador e três corpos constituiriam a verdade do caso Roswell foi descartada por autoridades militares que atuaram sob a orientação de Washington, reconhecendo apenas a queda de um balão atmosférico. A partir de 9 de julho o assunto foi divulgado pela agência Associated Press e divulgada mundialmente sofrendo censura e desmentidos do governo norte-americano.

DISCOS VOADORES

Aparições e registros referentes à Ovnis (objetos voadores não identificados – que podem estar associados a fenômenos físicos, químicos, atmosféricos, astronômicos, óticos, psíquicos, de origem terrestre ou extraterrestre) ou Ufos (Unidentified Flying Object) recuam a antigüidade oriental e clássica, porém a denominação disco voador surgiu de uma observação ocorrida em 24 de junho de 1947 quando o empresário norte-americano Kenneth Arnold, ao sobrevoar as montanhas Casade em Washington, observou de seu monomotor uma formação de nove objetos que se deslocavam a mais de 2.000 km por hora. A sua descrição ao jornal do East Oregonian referiu-se a objetos que se deslocavam como “o faria um prato se lançado sobre a superfície da água”, foi interpretada pelo jornalista responsável como um “prato voador”, termo que passou a ser difundido mundialmente como “disco voador”.
Outra ocorrência de grande repercussão pública foi à queda de um avião Mustang F-51 no estado de kentuchy, quando o capitão Thomas Mantell morreu após a perseguição de um Ovni no dia 7 de janeiro de 1948. Num contexto de Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, a divulgação pela imprensa de centenas de observações posteriores tornou-se fator de preocupação para o governo que criou uma comissão oficial para estudar os Ovnis, projeto chamado de Sign ou Saucer (cujo objetivo era recolher, avaliar e distribuir entre as agências interessadas toda a informação sobre os avistamentos que indicassem perigo para a segurança nacional). Foi o primeiro de uma série de projetos de investigação dirigidos pela USAF (Força Aérea dos Estados Unidos). Em 1952 surge o projeto Blue Book – Livro Azul e as Forças Armadas norte-americanas emitem a ordem 200-5 solicitando que todos os funcionários do serviço secreto das bases aéreas entrem em contato imediatamente com o Centro Técnico de Informação Aérea (Atic) quando avistarem um Ovni.
Portanto, no início da década de 1950 o assunto estava popularizado e inclusive em Rio Grande, registrou-se a observação do fenômeno Ovni no dia 25 de março de 1950, ocorrência inicialmente divulgada em jornal da cidade de Pelotas. O Diário Popular publicou ainda no domingo que discos voadores foram visto em Rio Grande no sábado, 25 de março, às 4 horas da madrugada: “As duas notícias que iremos transmitir são efetivamente sensacionais e dadas as suas características passaremos apenas a enunciá-las sem o calor do comentário que tomou conta de Rio Grande, vejamos – Às quatro horas da madrugada de hoje, foi avistada, à beira da barra desta cidade, um disco voador, em forma de prato irradiando forte luminosidade. Foram testemunhas inúmeros marítimos e pescadores. Às 14:50 horas novamente se repetiu o caso. Centenas de populares, inclusive este correspondente, viram o disco, a grande altura, luminoso como alumínio, que riscava o céu em direção de Pelotas”. No dia seguinte, o jornal Rio Grande reproduziu a matéria com o título “discos voadores nos céus do Rio Grande” – afirmando que “vem empolgando a opinião pública universal o fenômeno conhecido por discos voadores, círculos de intensa luminosidade que vêm aparecendo, segundo informam, em diversas cidades oferecendo ensejo aos mais desencontrados comentários sem que, até hoje, tenham os entendidos oferecido uma definição positiva a respeito”. (Jornal Rio Grande, 27/03/1950). O Correio do Povo publicou que em Rio Grande, às 14h30m, foi observado “durante mais de trinta minutos uma estrela brilhante que despertou a curiosidade pública”.
No mesmo dia 25 foi registrado uma observação em Porto Alegre, aproximadamente às 12h junto a Usina do Gasômetro operários observaram uma “espécie de dirigível” de grande proporção, de forma elíptica, cor prateada e que voava a grande altitude. As observações de Ovnis também foram relatadas no dia no dia 29 em Porto União (Santa Catarina), no dia 30 no Rio de Janeiro “durante muito tempo na tarde de ontem grande número de pessoas ficaram de nariz para o ar vendo um disco voador” e no mesmo dia em São Luiz do Maranhão. As especulações e apreensões voltavam-se a alguma invenção militar desenvolvida pelos Estados Unidos ou pela União Soviética, no contexto da corrida armamentista nuclear. A polêmica canalizada para os Ets foi desencadeada ao longo das décadas através da ação dos ufólogos com relatos ligados a contato imediato de terceiro grau e abduções.

Porém, a solução para o mistério estava muito próximo da imaginação dos moradores do planeta tupiniquim, é o que comprovou o dentista Sebastião Fernandes Lima na matéria “o disco-voador uma invenção brasileira?” publicada no Diário de Notícias (18/03/1950). Questionado sobre a origem do disco voador ele implacavelmente afirmou: “sou seu autor, exibindo comprovantes e o pedido de registro da invenção. Disse que o aparelho pode aterrissar até numa pequena clareira ou ficar flutuando a uma altura desejada, baseado no princípio do giroscópio, e que também poderá ser movido a jato ou a motor”, é o que declarou o insigne brasileiro aperfeiçoador do giroscópio...

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