Porto do Rio Grande em 1908

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quinta-feira, 24 de julho de 2025

ESTÍRIA - ÁUSTRIA

https://www.flickr.com/photos/44841559@N03/5206801708/in/photostream/


Card belga do extrato de carne Liebig, editado em 1914 com a série "Costumes e Paisagens da Áustria".

Duas imagens formam o card:

1)Styria (Estíria), retorno da caça a camurça, um animal que vive nas áreas montanhosas da Áustria, conhecido como cabra-montesa. A carne e o couro são utilizados. Os animais adultos pesam entre 25 e 60 Kg.

2)Castelo na cidade de Graz, capital da Estíria, um estado da Áustria Centro-Oriental. Graz está às margens do rio Mur, no sudeste dos Andes e a 200 quilômetros de Viena. A cidade surgiu como castelo e fortaleza medieval, tornando-se residência dos Habsburgos no século XIV e sede de governo da Estíria e outros territórios vizinhos. O Castelo de Graz está localizado a leste do centro histórico e no canto direito superior, se observa Schlossberg que é uma colina com jardim público e uma fortaleza. 

  O clássico vampiresco Carmilla autoria do irlandês Le Fanu tem o desenrolar do enredo na Estíria da segunda metade do século XVIII.

Reproduzo um pequeno trecho de Carmilla, na narração da personagem Laura, um conto que considero uma das referências da literatura vampírica:

"Na Estíria nós, embora não sejamos de forma alguma pessoas suntuosas, moramos em um castelo, ou schloss. Naquela parte do mundo, uma pequena renda pode realizar muito. Oitocentos ou novecentos por ano fazem maravilhas. Dificilmente seríamos considerados pessoas ricas em casa. Meu pai é inglês, e tenho um nome inglês, embora nunca tenha visto a Inglaterra. Mas aqui, neste lugar solitário e primitivo, onde tudo é tão maravilhosamente barato, não consigo ver como ter mais dinheiro poderia aumentar nossos confortos, ou mesmo nossos luxos, materiais. 

Meu pai servira no serviço austríaco, se aposentou com uma pensão e seu patrimônio, e comprou esta residência feudal, e a pequena propriedade na qual ela fica, por uma pechincha. 

Nada poderia ser mais pitoresco ou solitário. A propriedade fica em um uma pequena elevação em uma floresta. A estrada, muito antiga e estreita, passa em frente à ponte levadiça, que nunca foi levantada nos meus tempos, e seu fosso repleto de percas e cisnes, com frotas brancas de nenúfares flutuando na superfície. 

Acima de tudo isso, o schloss exibe sua fachada repleta de janelas, suas torres, e sua capela gótica. 

A floresta se abre em uma clareira irregular e muito pitoresca à frente dos portões, e à direita, uma íngreme ponte gótica leva a estrada por sobre um regato que serpenteia sob as sombras profundas da floresta. Eu disse que é um lugar muito solitário. Julguem se estou dizendo a verdade. Olhando a partir da entrada do hall na direção da estrada, a floresta em volta do nosso castelo se estende por quinze milhas para a direita, e doze para a esquerda. A vila habitada mais próxima fica a sete milhas inglesas para a esquerda. O schloss habitado mais próximo de alguma importância histórica é o do velho general Spielsdorf, quase vinte milhas à direita. 

Eu disse a “vila habitada mais próxima” porque há, apenas três milhas a oeste, ou seja, na direção do schloss do General Spielsdorf, uma vila em ruínas, com uma pequena e exótica igreja, agora sem telhado, em cujas alas laterais estão as criptas emboloradas da orgulhosa família de Karnstein, agora extinta, que um dia fora proprietária do chateau igualmente desolado que observa, do meio da floresta, as ruínas silenciosas da vila. Existe uma lenda sobre o motivo daquele local fascinante e melancólico estar deserto, que eu contarei no momento oportuno". 

Link para quem gostou da leitura: https://drive.google.com/file/d/1XB5YFDUQT7gihOn4ivE8m5P3in2slsUg/view?pli=1

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