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De quinze em quinze dias chegava da Europa jornais, livros e revistas. A Livraria Universal de Gundlach & Comp. (Porto Alegre) aceitava assinaturas e adquiria na Europa obras estrangeiras remetendo a "qualquer ponto do interior da provincia".
Nestas duas páginas publicadas no Annuario da Provincia do Rio Grande do Sul para o ano de 1885, podemos observar uma lista de livros e periódicos franceses e poucos títulos ingleses. Paris desponta como grande centro de produção editorial escrita com inúmeras livrarias e editores.
Grande parte do anúncio, são obras de referência para pesquisas no presente. É o caso do Astronomie publicada por Camile Flamarion, Revue Historique do historiador Gabriel Monod, o jornal Le Figaro, La Mode Ilustrée, Le Petit Journal (ilustrado) etc. Difícil enumerar, pois estamos tratando de publicações clássicas que marcaram época e permitem caracterizar imaginários deste período da Belle Époque. É necessário fazer referência a uma obra publicada em Londres e que já pesquisei na busca de fontes imagéticas: Illustrated London News.
Olhar para este anúncio faz lembrar o primeiro filme da série De Volta para o Futuro (1985). O personagem principal ao voltar até o ano de 1955 e assistir uma comédia na TV, faz o comentário "este episódio é um clássico". Ele é observado com estranheza pelas pessoas, pois, o episódio estava estreando naquela noite no ano de 1955! É muito perigoso alguém afirmar que é um passageiro vindo do futuro e que pode conhecer o destino de cada pessoa e do planeta!
Em 1885 (no Annuario e não no De Volta para o Futuro 3), estas obras eram o tempo presente de quem tinha acesso ao seu conteúdo (e poderiam ser acessadas até no setor de leitura da Biblioteca Rio-Grandense...). Ao longo das décadas é que se tornou uma referência de um tempo pretérito e, por vezes, a publicação foi alçada a condição de um clássico que permite visitar um tempo que não mais existe.
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