https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1901_00013.pdf |
Alfredo Ferreira Rodrigues conta mais uma história que se perdeu no tempo e que ocorreu na cidade do Rio Grande.
Trata-se dos Ladrões de Mantilha a "celebre quadrilha que infestou esta cidade em 1857-1858". Assaltavam a mão armada pessoas que circulavam pelo centro, casas comerciais e assaltaram a mesa de rendas provincial. Os ladrões "se embuçavam para não serem reconhecidos", ou seja, cobriam o rosto deixando apenas os olhos de fora. Alguns dos chefes da quadrilha, teriam posteriormente ocupado saliente posição social...
A ideia da mantilha já fora usada anteriormente, em 1839, quando ladrões com este modus operanti assaltavam pessoas nas ruas e invadiam casas. O período era crítico, pois ocorria a Revolução Farroupilha, e os Imperiais temiam um ataque Farroupilha a cidade (como ocorreu em São José do Norte em 1840). O delegado tomou enérgicas providências para evitar os assaltos com patrulhas e rondas interceptando pessoas que circulassem após o toque de recolher. Exatamente, Rio Grande era uma praça de guerra durante a Revolução e o toque de recolher procurava frustrar qualquer tentativa de levante ou ataque militar.
Alfredo Ferreira Rodrigues buscava fontes documentais e orais para conhecer o passado. Esta informação dos tempos da Revolução Farroupilha pode ser inédita, pois os jornais daquela época são muito fragmentados para Rio Grande. Estes encapuçados agiriam apenas para roubo ou havia motivação política nos ataques? Roubar dinheiro ou até armas, para fins revolucionários? Ou eram apenas ladrões sem motivação ideológica?
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