O HOMEM DE 162 ANOS

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=1811
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896. 

 Havia uma relativa obsessão por casos de longevidade na última década do século XIX. 

Talvez este desejo e admiração por quem vivesse muito, se devesse a que a expectativa de vida no Brasil em 1900 era de 33 anos! Com mínima variação entre homens e mulheres. E o grande gargalo era sobreviver os dois primeiros anos de vida, pois, cerca de 50% dos bebês morriam neste período. Sobrevivendo aos dois primeiros anos, surgia uma esperança de entrar na infância, porém, viver muito tempo, ainda fugia a normalidade. 

O Almanak do RS traz vários casos de pessoas com mais de cem anos vivendo no Rio Grande do Sul. A maioria eram ex-escravos vindos da África. 

Tantos casos de pessoas centenárias parece de difícil credibilidade, pois, são relatadas idades de 130 e mais de 140 anos... 

Porém, a documentação cartorial não é citada para confirmar as datas. No caso de africanos, a documentação é ainda mais falha ou inexistente, ficando por conta da memória de eventos antigos vividos pela pessoa... 

Mas deixando os contrapontos vamos para este episódio de "velhice extrema" que superou a longevidade razoável. 

Para quem acredita em ETs não seria difícil carimbar da veracidade do relato, afinal, a fonte é a Gazeta da Varginha, de junho de 1894. 

O africano Paulo Xindá teria nascido em 1732 em Benguela (Angola). Teria 162 anos de idade, com perfeitas faculdades mentais e vivia na fazenda do Capitão Martiniano Marcos de Magalhães em... Varginha. 

O Curioso da Cidade do Rio Grande (Rio Grande do Sul) não inventou a história. Além da Gazeta da Varginha, O Correio Paulistano já havia publicado e o Estado de Minas de 20 de setembro de 1894, também reproduziu a matéria. 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/305367/per305367_1894_00415.pdf