https://memoria.bn.gov.br |
Annuario da Província do Rio Grande do Sul para o ano de 1889.
Não é de hoje que os censos produzem alguns questionamentos. No longínquo 1889, Graziano de Azambuja, redator do Annuário da Província, estava argumentando sobre a falta de precisão nos dados populacionais levantados pelos censos.
Os dados não corresponderiam a realidade populacional e utiliza Rio Grande como exemplo. Segundo Azambuja, o índice de mortalidade em Rio Grande era absurdamente alto em relação ao índice de natalidade. Neste raciocínio, o fluxo de migrantes deveria ser muito intenso na cidade ou a população começaria a baixar. Os levantamentos mostravam que a população aumentava.
Um fator para os dados não serem corretos se devia aos entrevistados procurarem "de todos os modos iludir e encobrir a verdade, ocultando ao arrolamento tudo o que podem, com receios pueris de impostos, recrutamentos, etc".
O "pueril", nesta época de agitações políticas, não é um termo adequado, pois já em 1893 a 1895, ocorreram recrutamentos em que homens eram caçados para servirem nas forças em combate na Revolução Federalista. A situação era tão grave que ocorrerem inúmeras fugas do Rio Grande do Sul para outros estados brasileiros e também fugas para o Uruguai. O objetivo era escapar do recrutamento realizado por chimangos e maragatos para combates sangrentos que não raramente acabavam em degolamento dos prisioneiros.
Percebemos que historicamente o censo traz questionamentos. O resultado inédito para a cidade do Rio Grande no último do IBGE não foge a discussões. A previsão da população era de 212.000 habitantes e foi de 192.000.
Como explicar a abdução de 20 mil pessoas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário