CARTA TOPOGRÁFICA DO RIO GRANDE (1767)

 

Acervo: https://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_cartografia/cart208328/cart208328.jpg

Esta Carta Topográfica do Rio Grande de S. Pedro do Sul remonta a ocupação espanhola da Vila do Rio Grande (1763-1776). 

O autor é o engenheiro militar português José Custódio de Sá e Faria autor de vários mapas da região. A sua datação não é descrita, mas, hipoteticamente, é coerente com o ano de 1767. Fortificações espanholas (em Rio Grande) e fortificações portuguesas (em São José do Norte) são identificadas. 

Vejamos alguns detalhes desta Carta geográfica:

A Ilha do Leonídio se chamava "Ilha de Marçal de Lima". 

A "Estância do Capitão Mor" é nas proximidades da atual Vila da Quinta e o pontilhado a esquerda é o caminho (naquela época) para o Taim. 

Nesta imagem se observa a entrada da Barra do Rio Grande (atual Molhes da Barra) como se configurava naquele período. A margem esquerda é Rio Grande e a margem direita é São José do Norte onde está escrito "Baliza", utilizada para sinalizar o acesso a Barra para as embarcações. 

O Saco da Mangueira é chamado de "Mangueira" e parte dos campos pertenciam a Estância de João Gomes. Portanto, quase toda a área atual do Superporto e Distrito Industrial era propriedade deste estancieiro. A linha junto ao Oceano abarcando o atual Molhe Oeste até a altura do Terminal Turístico eram terras de João Gomes (se é que as terras não se estendiam até o Cassino...). 

Próximo ao atual Molhe Oeste (Rio Grande), observamos a letra "H" que é identificada como "Forte da Barra". Era a fortificação espanhola com maior poder de fogo e ficava localizado na área de marisma nas imediações da atual prainha. Neste local foi encontrado, a muitas décadas, um dos canhões utilizados no Forte da Barra e que hoje está na praça das Forças Armadas (6 GAC). 

 

Outro fragmento desta Carta Topográfica remete a área central da cidade como "A" e "B", sendo o "A" o entorno da Igreja de São Pedro  e o "B" o Forte da Vila (imediações da Praça Sete de Setembro). A esquerda da área central temos a continuidade da península do Rio Grande e um estreitamento entre a Lagoa dos Patos (superior) e o Saco da Mangueira (inferior). Estamos na área do atual Pórtico da cidade. Além do pórtico a cidade assumia as feições cada vez mais rurais (e isto perdurou por muito tempo) e lê-se "sítios de vários moradores". 

As letras "D", "E", "G", "F", são respectivamente, Forte da Mangueira, Forte da Trindade, Forte do Mosquito e Forte do Triunfo. Todas fortificações espanholas localizadas entre a atual localidade da Mangueira até a altura dos terminais de grãos.