Acervo: Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro). |
Caricatura de Angelo Agostini mostrando um confronto entre os Maragatos/federalistas (cavaleiros com lanças) e as forças republicanas (de soldados de infantaria).
O jornal ilustrado Don Quixote de 13 de maio de 1895 mostra as tropas castilhistas recuando e sendo derrotadas frente ao avanço das tropas federalistas que mostram o "valor dos heroicos gaúchos". O lado oposto, fugindo apavorados, sintetizam a covardia e o avesso da heroicidade.
Seja na narrativa escrita como na imagética, se constroem "versões do desejo" de realização de um certo cenário favorável ao referencial ideológico e ao lugar social do autor e do grupo, com o qual este, harmoniza seu imaginário. A imprensa é uma construção de sentidos que busca edificar interpretações dos processos humanos. A busca de verdades dos eventos passados precisa transcender a construção de mundo através da escrita e da narrativa imagética. Afinal, os lugares sociais e o "desejo de consolidar cenários que convergem para a tua visão do que o mundo deveria se configurar", acabam por provocar o reducionismo dos processos históricos e a parcialização da compreensão, pelo leitor, de apenas um dos lados envolvidos nos eventos.
Este jornal do Rio de Janeiro, em várias matérias, acompanhou o confronto fratricida da Revolução Federalista (1893-1895) no Rio Grande do Sul. O otimismo da charge não representou o resultado final do confronto que foi a vitória dos castilhistas.
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