PORTO VELHO EM 1927

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O Editor José Regina foi atuante e se notabilizou na cidade de Bagé. Em Rio Grande, deixou uma relevante contribuição ao produzir uma série de cartões-postais fotográficos com espaços públicos da cidade: desde os prédios da administração municipal, as praças (vários cartões da Praça Tamandaré) entre outros flagrantes urbanos. 

No cartão acima, o destaque está para o Porto do Velho do Rio Grande . O sentido espacial da fotografia é do final da Rua Riachuelo (na altura da Rua Almirante Barroso) até o prédio da Alfândega (cuja torre pode ser observada na parte central da imagem para o lado do porto). Ou seja, da Barroso até a Rua dos Andradas. 

O espaço parece muito bagunçado, pois, em 1920 ocorreu a aquisição da Companhia Francesa pelo governo do Rio Grande do Sul. Todo o patrimônio existente no Porto Novo,  Porto Velho e Molhes da Barra, estruturas materiais e equipamentos, passam para o controle estadual. 

Obras que revitalização do Porto Velho acabaram tendo de esperar mais tempo para serem finalizadas como era o caso dos vários armazéns previstos para serem edificados pela Companhia Francesa. 

Este espaço do Porto Velho começou a entrar em decadência com a inauguração do Porto Novo em 1915. Na década de 1930 já se confirmara a dificuldade em manter o comércio de exportação e importação nos patamares históricos que recuavam ao século XIX. Muitos comerciantes tradicionais abandonam a cidade e vão para o eixo Rio-São Paulo. E a economia da cidade vai entrando em crise no campo comercial que tanto mobilizou este espaço portuário da Rua Riachuelo desde que ela surgiu com o nome de Rua Nova das Flores na década de 1820. A decadência do casario teve início nos anos 1930 num processo que não foi mais modificado em termos de matriz econômica para ocupação sistemática deste espaço. A sobrevivência local dependeu do perfil do trabalho operário da "cidade das chaminés", ou seja, as indústrias têxtil, frigorífica e de produção de alimentos. 

A importância do Porto Velho no comércio internacional que recuava a década de 1830, quando dezenas de navios passaram paulatinamente a preencher este espaço restrito junto à Lagoa dos Patos, mas a história mudou num ritmo de curta duração. O Porto Velho apenas foi sobrevivendo nas fontes documentais, iconográficas e jornalísticas que preservaram o passado. 

O Porto Novo assumiu o papel de modal marítimo que foi partilhado no início dos anos 1970 com o Super Porto. As histórias foram outras e as noções de pertencimento à comunidade local foram se modificando com as raízes de um telurismo necessário e pragmático para o desenvolvimento local, irem se dissipando frente aos projetos econômicos exógenos de grupos transnacionais.